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Passageiros do Norte de Campos ficam sem ônibus nesta terça-feira

Empresa São João deixou de circular, de acordo com denúncias de usuários

Campos
Por Redação
23 de outubro de 2018 - 16h11

Empresa São João não circulou no norte do município (Foto: Silvana Rust/Arquivo)

Os moradores de localidades da região do Norte do município, como Santo Eduardo, Santa Maria de Campos, Espírito Santinho e Morro do Coco, amanheceram sem ônibus nesta terça-feira (23). Isso porque, de acordo com os usuários, sem aviso prévio, a empresa São João teria recolhido os coletivos por tempo indeterminado. Para quem ficou sem ônibus circular, que custa R$ 2,75 a viagem, a solução foi pagar R$ 10 no transporte alternativo ou R$ 14 na Empresa Brasil, que faz a linha Bom Jesus do Itabapoana x Campos. O problema também tem acontecido em outras regiões do município como Lagoa de Cima e Imbé e, para tentar resolver a situação, o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) abriu chamamento de emergência para transporte.

De acordo com a estudante Julia Gonçalves, 21 anos, que mora no distrito de Santo Eduardo, os passageiros ficaram no ponto desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira esperando os coletivos da São João em direção a Campos, que não passaram. “Um motorista me informou que não tem mais ônibus”, denunciou a estudante.

A situação também movimentou as redes sociais. Internautas reclamaram de desrespeito com os usuários e cobraram posicionamento das autoridades. “Lamentável mesmo. E o pior é que eles não avisam para que os usuários se previnam. Simplesmente acordamos às 4h da manhã pra pegarmos ônibus em Santo Eduardo. Daí chegamos no ponto e nada, sem nenhuma satisfação. Poxa, somos sacrificados por moramos longe!”, denunciou a internauta Carol Santana.

“Cadê as autoridades?”, questionou a moradora Maria Erli Souza.

O Jornal Terceira Via não conseguiu contato com a direção da empresa por telefone celular. A equipe de reportagem também deixou recado no escritório da São João.

Em nota, o IMTT informou que as localidades que possuem, atualmente, alguma impossibilidade no atendimento por meio dos ônibus, estão sendo atendidas pelo transporte alternativo. “No caso de Santo Eduardo, Santa Maria, Morro do Coco e Conselheiro Josino, o atendimento através do transporte alternativo faz parte de uma ação emergencial para que a população esteja assistida”, afirmou. Na mesma nota, o órgão disse que já toma medidas para que a empresa responsável volte a operar ou mesmo outra empresa de ônibus possa atender a estas localidades.

“IMTT reforça que o município encontra-se num processo de reformulação do transporte público justamente para maior ordenamento do sistema. Este novo modelo visa oferecer melhorias em todo o território municipal no que tange ao transporte público. Equipes do IMTT realizaram audiências públicas com vistas à implantação deste novo modelo de transporte público em locais como Sapucaia, Venda Nova, Santo Eduardo, Vila Nova, Dores de Macabu e Farol de São Thomé, entre outros”, finalizou o órgão em nota.

Em matéria publicada em 1º de outubro, com o título “Donos de empresas de ônibus de Campos alegam pré-falência e criticam governo”, o Jornal Terceira Via adiantou que as localidades poderiam ficar sem transporte.

Lagoa de Cima e Imbé

A empresa Rogil deverá ser subsituída na linha Imbé-Lagoa de Cima (Reprodução)

O diretor do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte, Felipe Quintanilha, tornou público na última sexta-feira (18), em portaria publicada no Diário Oficial, a convocação de empresas para participarem de concorrência do serviço de transporte de ônibus nas regiões do Imbé e Lagoa de Cima. A medida se deve à paralisação da prestação do atendimento que é feito pela empresa Rogil. Segundo o IMTT, o descumprimento de regras de contrato da empresa obrigou a convocar outros consórcios (União e Planície) para suprirem a Rogil, mas não houve interesse. As empresas de ônibus de Campos atravessam uma crise financeira e se queixam do governo que não estaria combatendo o transporte ilegal no município.

Na Portaria 031/2018, o IMTT descreve a necessidade de substituir a Rogil nas linhas do Imbé e Lagoa de Cima por uma série de falhas e descumprimento no serviço. Entre outras considerações, o texto publicado no D.O. alega que “a concessão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, satisfazendo as condições de regularidade, continuidade, eficiência e segurança; que os serviços essenciais, como o de transporte, não podem ser interrompidos, em virtude do princípio da continuidade do serviço público, o qual visa não prejudicar o atendimento à população”.

Presidente do IMTT, Felipe Quintanilha (Foto: Silvana Rust)

Em outro trecho, a publicação oficial do IMTT alega que a Rogil manteve um serviço parcial nas linha, o que afetou usuários que vivem nas localidades de Rio Preto, Lagoa de Cima, Itereré, Santa Cruz, Imbé e Santo Amaro. Em destaque, a publicação afirma: “Considerando o parecer da Diretoria Técnica, o chamamento incluirá a linha Rodoviária X Lagoa de Cima, e em havendo interessado, portaria posterior indicará ou não a suspensão da Ordem de Serviço da referida linha concedida à empresa Rogil”. Já em outro parágrafo, o IMTT se compromete: “A autorização do serviço, objeto do chamamento, será suspensa caso a empresa concessionária, contratada por meio da Concorrência 0001/2013, retome os serviços de forma satisfatória ou que seja realizado novo certame licitatório contendo o presente objeto.”

A reportagem procurou a direção da empresa de ônibus Rogil para se manifestar quanto à decisão do IMTT, mas ainda não obteve resposta. O presidente do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte, Felipe Quintanilha, também foi questionado sobre a possibilidade de nenhuma empresa atender ao chamamento do órgão municipal. Em nota, o presidente do IMTT informou que localidades que estão com problema de ônibus estão sendo atendidas por transporte alternativo. O IMTT aguarda interessados para entrega de envelopes e algumas empresas já manifestaram interesse em operar as linhas que atendem à região do Imbé, tendo, inclusive, participado da audiência pública no último sábado (20). “Vamos aguardar o prazo final para entrega de envelopes e a conclusão desse processo”, disse Quintanilha.