×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Editorial: Avaliando o 2º turno

É preciso entender o fenômeno Bolsonaro, assim como há 30 anos tentávamos entender o fenômeno Lula

Opinião
Por Redação
14 de outubro de 2018 - 0h01

O Jornal Terceira Via chamou especialistas que analisaram os pormenores da ida de Bolsonaro e Haddad para o segundo turno. Em uma eleição totalmente atípica é preciso entender o fenômeno Bolsonaro, assim como há 30 anos tentávamos entender o fenômeno Lula que, mesmo preso, exerce grande influência na política brasileira.

Sobre os dois que estão no segundo turno concluiu-se que nenhum deles, tocou em um motivo importante: a comunicação. Especialmente na avaliação sobre os perdedores, indicaram todas as causas por terem tido votação pífia. Mas, de verdade, por que será que Geraldo Alckmin, um dos políticos mais bem preparados, depois de ter governado o Estado de São Paulo por tantos anos com relativo sucesso, ficou abaixo dos 5% dos votos?

Por que, mesmo sabendo falar, não soube se comunicar? Falta de tempo de rádio e de televisão é que não foi. Assim como Alckmin, o mesmo aconteceu com outros, exceto com o Ciro Gomes, mas que foi dono de um discurso que no momento é questionado. De certa forma eram quase todos contra o Bolsonaro, pelo menos os que estavam nos debates, menos um pouco, o Henrique Meireles.

Bolsonaro, por sua vez, ficou do outro lado: bateu pesado no PT, jogando nas costas do partido todas as mazelas que o Brasil tem enfrentado, desde o endividamento até o monstruoso desemprego, que ultrapassou os 13 milhões. Fez parte também do seu discurso o combate à criminalidade e à corrupção, com que muitos graúdos do Partido dos Trabalhadores estão envolvidos.

Um discurso fácil, mas que o brasileiro quer ouvir. Já o do Haddad boa parte questiona não apenas suas palavras, mas se elas são realmente suas.