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Cooperativas de crédito enfrentam bancos

Em Campos cresce o número de cooperativas de crédito que disputam os clientes com as instituições bancárias convencionais

Economia
Por Redação
13 de setembro de 2018 - 15h54

Quase tudo que se pensava sobre investimentos em Campos e no Brasil tem se desconstruído ao longo do tempo e, mais recentemente, a crise econômica que assola o país, contribuiu para isso. Quem imaginaria que os bancos perderiam um pouco de sua força com a chegada das cooperativas de crédito? Porém, isso já é uma realidade em Campos, onde três cooperativas de crédito têm ganhado cada vez mais associados que se desconectam de alguma agência bancária.

E os motivos para essa preferência tem um nome: rentabilidade. É que ao abrir uma conta, o cliente torna-se também um associado, àquele que tem participação acionária. Além disso, as taxas que são pagas mensalmente podem ser revertidas para o associado, as taxas de juros são mais baixas e as negociações menos burocráticas. Nas agências bancárias, não há todos esses benefícios, garantem os especialistas.

O assessor de investimentos Diego Almeida Guimarães recebe ligações diárias de pessoas interessadas em fazer algum tipo de investimento fora dos bancos tradicionais. “É muito mais vantajoso. Primeiro porque o investimento rende 100% do CDI, que é uma média da taxa de juros que os bancos cobram quando emprestam dinheiro. Antigamente as pessoas investiam em imóveis, mas ficou claro que isso não tem sido mais uma prática porque há a dificuldade de alugar e o proprietário acaba tendo que pagar o condomínio e outras taxas”, explica.

As cooperativas de crédito vem lucrandoporque cobram taxas de juros menores e, com isso, ganham mais clientes. Para Guimarães, esse movimento de aplicações em corretoras de valores e não em bancos tradicionais que tem acontecido no Brasil, começou nos Estados Unidos nos anos 80. “Naturalmente os bancos vão fechar mais. Porque as pessoas têm levado seus rendimentos para as cooperativas e outras instituições financeiras. A concorrência também acaba sendo bom para o consumidor. Acredito que no Brasil, em 15 ou 20 anos, os investimentos fora dos bancos tradicionais vão se tornar um boom”, frisou.

Os riscos de fazer um investimento nas cooperativas de crédito ou nas instituições bancárias tradicionais são praticamente os mesmos.

Cooperativas de crédito

Em Campos, há três cooperativas de crédito e pelo menos quatro lojas. A maioria foi inaugurada entre 2017 e 2018. O Sicoob, por exemplo, possuiu duas agências na cidade. O Sicredi tem uma no Centro e a Unicred tem pelo menos uma também. A Sicredi foi a última a ser inaugurada na cidade, em junho deste ano. A unidade, no Centro, abriga a gerência regional da cooperativa, que tem mais de 3,7 milhões de associados. Há uma loja também em Itaperuna, no Noroeste.

“A expansão para o interior fluminense faz parte do planejamento traçado há três anos, quando o Sicredi deu início ao seu plano de crescimento geográfico. Continuaremos inaugurando agências no Rio de Janeiro e em outros estados brasileiros, pois o modelo cooperativista tem como foco atender bem aos associados e desenvolver as regiões, e não o lucro. Afinal, somos uma sociedade de pessoas, e não uma sociedade de capital”, ressalta o presidente da Sicredi Centro Sul PR/SC/RJ, Santo Cappellari.