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Sabor da tradição: mais de 5 mil bolinhos de bacalhau vendidos na festa do padroeiro

Foram longos minutos em uma grande fila para comprar, às vezes, um único bolinho

Geral
Por Marcos Curvello
7 de agosto de 2018 - 12h17

(Foto: JTV)

Milhares de fiéis se reuniram, na noite desta segunda-feira (6), na Praça Santíssimo Salvador, para celebrar o padroeiro de Campos. Um costume que já dura 366 anos. Mais cedo, porém, a aglomeração acontecia em outro lugar, próximo dali. Era em torno de uma barraquinha montada na rua Paul Percy Harris que gente de todo credo se aglomerava em busca de algo para matar a fome. Não da alma, mas do corpo mesmo, depois de um dia inteiro de atividades e brincadeiras. Foram longos minutos em uma grande fila para comprar, às vezes, um único bolinho de bacalhau.

O quitute já é quase tão tradicional quanto a celebração e a procura, como sempre, foi grande. “Teve dia em que, às 19h, todas as unidades preparadas já haviam sido vendidas”, garante a dona de casa Cleia Silva Santos, que coordena a barraca.

Em quatro dias de festa, foram comercializados mais de cinco mil bolinhos feitos a partir de oito sacos e meio de batata e nove caixas de bacalhau. Cada unidade pesa cerca de 100 gramas e custa R$ 6. Dinheiro que vai ajudar a pagar a pintura externa da Catedral.

(Foto: JTV)

Trabalho começa cedo

Há quem reclame da espera na fila, mas, quem vê o bolinho sair douradinho da gordura, muitas vezes não imagina o trabalho que dá para fazer. Para garantir que o produto seja o mais fresco possível, o movimento começa cedo e envolve cerca de 15 pessoas.

“O bolinho não pode ser congelado, então temos que fazer tudo no dia. Chego por volta de 7h e coloco as batatas para cozinharem. Depois, a equipe começa a descascar e eu vou preparando a massa. Por fim, outro grupo vai trabalhando na colher, para dar forma ao bolinho. Cada um faz uma coisa diferente”, explica Cleia.

(Foto: JTV)

A dona de casa explica que a demanda aumenta de acordo com que a festa avança. “Começamos, este ano, com 850 unidades. No segundo dia, já foram R$ 1,2 mil e depois, R$ 1,5 mil”, conta.

Da produção à comercialização, todo o trabalho é feito por voluntários. Cleia, que se mudou de Foz do Iguaçu para Campos há seis anos, participa desde 2015 e afirma que a fé de todos ajuda a manter a tradição.

“Deus nos sustenta. É a nossa Igreja, nossa Catedral. E este é um trabalho que sempre fiz. Sempre procuro ajudar, como foi em outros lugares”, explica ela, pedindo mais voluntários. “Precisamos de ter mais pessoas para trabalhar na colher, é uma mão de obra está escassa”.

Fiéis e esfoemados agradecem.