A emoção marcou o velório e o enterro do jornalista, poeta e ativista político Joca Muylaert, nesta quarta-feira(18), no cemitério Campo da Paz, em Campos. Diversas pessoas compareceram ao funeral, onde puderam se despedir de uma das figuras mais marcantes e ilustres do jornalismo e da cultura da cidade. Jorge Luis Muylaert, seu nome de batismo, morreu aos 60 anos, no Rio de Janeiro, onde fazia tratamento contra a leucemia. Ele estava internado no Instituto Nacional do Câncer (Inca) desde janeiro.
Dono de um temperamento anárquico e irreverente, Joca Muylaert soube imprimir sua marca por onde passou. Na política, ajudou a montar em Campos os partidos PSDB e PV, onde atuou com bastante afinco. Por três anos, foi responsável pela direção da Casa de Cultura Villa Maria da Universidade Estadual do Norte Fluminense, no período em que Marcelo Alencar governou o Rio de Janeiro. Ele escreveu um livro de poesia e se destacou por décadas escrevendo para os jornais da cidade. Tinha um estilo comprometido com o conteúdo e a liberdade de expressão.
Durante o período em que esteve internado no Rio de Janeiro, Joca Muylaert se comunicou por telefone e pelas redes sociais com os amigos e parentes. Antes de seu quadro de saúde se agravar e de ser internado no CTI do Inca, ele postou em sua página no Facebook uma fotografia do fim de tarde e o sol se pondo, visto da janela do hospital. Escreveu a palavra “Vida” para legendar a foto. A imagem e a biografia de Joca Muylaert se fundem nesse entardecer da existência.