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Uma nova vida graças ao som do violoncelo

Isabelle Maciel, aos 15 anos, é uma das mais promissoras instrumentistas de Campos

Cultura
Por Ocinei Trindade
16 de julho de 2018 - 17h49

Violoncelo é a paixão de Isabelle (Foto: divulgação)

Não tem muito tempo que a rotina musical faz parte da vida da estudante Isabelle Maciel. A adolescente de 15 anos é uma das mais jovens  violoncelistas de Campos. Há dois anos, ela ingressou para a Orquestrando a Vida, projeto social que ajuda a desenvolver talentos para a arte. No começo, seu interesse foi o violino. Porém, o grupo necessitava de alguém que assumisse o violoncelo. “Assim que comecei, quando tinha 13 anos, não consegui mais parar. O instrumento me escolheu e eu atendi ao seu chamado”, diz.

Isabelle Maciel é uma adolescente tímida e discreta. Não é muito de falar. Apesar da postura contida, quando está estudando e executando música, a interação com os colegas de orquestra e de ong é inevitável e sua boa comunicação flui. O desempenho da jovem ao violoncelo chama a atenção dos professores e músicos da Orquestra David Machado, que ela passou a fazer parte há cerca de um ano.

A dedicação e o comprometimento com as tarefas da escola e da orquestra são tantos que, Isabelle, dentro de pouco tempo, passará a atuar como
monitora da Orquestrando a Vida. Baseado no conceito venezuelano de orquestras “El Sistema”, o integrante do projeto após um certo período, dependendo de sua habilidade, começa a ensinar o que já aprendeu na teoria e prática musicais para os alunos mais novos que chegam ao projeto. “É
uma nova responsabilidade assumida com satisfação. Estou gostando de ensinar música”, conta.

Isabelle fazendo uma das coisas que mais gosta: tocar (Foto: divulgação)

Quem se sente bastante satisfeita com a trajetória de Isabelle na ong é a sua mãe, Alessandra Tavares. Trabalhando como secretária em um hospital da cidade, Alessandra também é voluntária na Orquestrando a Vida. Ela integra uma comissão de pais e mães que ajudam em diversas tarefas no projeto social. “Ajudamos a organizar eventos para levantar fundos, além de preparar almoço e lanche. Em eventos e viagens da orquestra, temos um rodízio de pais para ajudar a tomar conta das crianças e dos adolescentes”, explica Alessandra.

A educação de Isabelle é prioridade para Alessandra Tavares. Os estudos no Ensino Médio acontecem pela manhã. À tarde, ensaios de orquestra e
estudos de violoncelo ocupam o tempo da adolescente. “Quando é necessário, há também atividades na ong aos sábados durante o dia e os concertos
à noite. A música afasta os riscos da violência e das drogas. Sou apoiadora do projeto, pois sei o que ele foi capaz de transformar a vida da minha
filha. Nossa família é só eu e ela, pois Isabelle perdeu o pai muita menina. Só temos a agradecer”, diz.

Para uma adolescente de 15 anos, pode parecer muito cedo para falar de futuro. Porém, a Orquestrando a Vida tem funcionado como um norte para
Isabelle e para algumas centenas de outros meninos e meninas em Campos dos Goytacazes, direcionando para as artes, cultura e cidadania. Alessandra e Isabelle, mãe e filha, esperam e se dedicam para um futuro melhor e promissor. “Na ong, eu encontrei minha tribo que é a música. Quero seguir esse caminho profissionalmente. Acho isso muito bom. Eu me espelho na violoncelista argentina Sol Gabetta. Ela é uma inspiração para mim. Vou seguir em frente com meu sonho”, conclui Isabelle.