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Medicina Orofacial pede passagem

Profissionais buscam consolidação da área que tem avançado cientificamente

Saúde
Por Redação
16 de julho de 2018 - 16h21

A Medicina Orofacial (MOF) é a especialidade médica que estuda, previne, diagnostica e trata as doenças, distúrbios e demais condições do campo dentário ou odontológico, do campo oral e facial, bem como das áreas crânio-cervicais associadas à face. A definição desta área de atuação está no livro de autoria dos pesquisadores André Von Held, Pedro Bonassoli, Rogério Cavalcante e Simão Pedro C. Caetano, lançado em 2016, com mais de 400 páginas e que concentra os avanços científicos de especialistas de todas as partes dos Brasil. Esses profissionais, todos inicialmente formados em Odontologia, buscam junto com as instituições reguladoras da área, a consagração da Medicina Orofacial, junto com a mudança da nomenclatura e a expansão da grade curricular dos futuros profissionais.

Já existe um abaixo-assinado nas redes sociais com quase 20 mil assinaturas, que reivindica a equiparação da nomenclatura utilizada no Brasil com a empregada em Portugal e demais países lusófonos, adotando os nomes de “médico orofacial” e curso de “medicina orofacial”, por exemplo, em substituição aos nomes de “cirurgião-dentista” e curso de “odontologia”. O grupo alega que na prática o cirurgião-dentista é um médico especialista em medicina oral e com o novo título, esse profissional será enquadrado em um mesmo conjunto, passando a ser tratado e remunerado nos mesmos níveis dos demais profissionais médicos.

O Médico Orofacial é o nome do título a ser concedido ao indivíduo graduado na área da Medicina Orofacial, após concluir curso regular
de formação acadêmica, grau superior, para os iniciantes na profissão, ou depois do término da complementação de grau curricular para os profissionais já graduados cirurgiões-dentistas. Esses profissionais atuam no sistema orofacial, que é um complexo conjunto formado pelos demais subsistemas (ósseo, muscular, vascular, glandular, linfático, nervoso, tegumentar, bioeletromagnético, e estomatognático), todos inter-relacionados.

Entre os participantes do livro está a especialista Danielle Pessanha Pedra, que também faz parte dessa luta para a consagração do campo. Ela esteve na apresentação do 1º Meeting de Medicina Orofacial, que aconteceu este ano no Rio de Janeiro e reuniu todos os profissionais que apoiam a existência desse campo, inclusive, com a presença de grandes nomes da Odontologia. Na ocasião, foi aberta a Associação Brasileira de Medicina Orofacial (ABMOF), que ainda está sendo formalizada.

“A Medicina Orofacial surgiu no Brasil em 2016 e assim foi lançado o livro de mesmo nome, que reúne definições e estudos de diversos pesquisadores e cientistas do país. O interesse é solidificar de uma vez essa área, que é tão importante. Se promovermos uma readequação
da grade curricular nas instituições de graduação, o paciente vai ter um profissional mais capacitado em todos os sentidos, em todos os
setores de atuação dentro da Odontologia, que está agora mais completa, coesa e sustentada cientificamente, sendo modificada em sua nomenclatura para abranger justamente a diversidade. Isso vai dar sustentabilidade científica ao paciente para resolver qualquer tipo de problema na região da cabeça e pescoço. Nós queremos esse título e que os novos profissionais já saiam como médicos orofaciais”, explica.

O movimento tem apoio de José Mondeli, professor titular do Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, que escreveu a apresentação do livro de Medicina Orofacial e se disse privilegiado com o convite.

No dia 3 de julho, aconteceu a reunião anual do Conselho Federal de Odontologia, em Brasília, com a presença de representantes de todos os Conselhos Regionais de Odontologia. Os integrantes da Associação Brasileira de Medicina Orofacial (ABMOF) foram convidados pelo presidente do CFO, Dr. Juliano do Vale, para apresentar a proposta aos demais órgãos reguladores. Foram expostas as necessidades de alterações no campo e as possibilidades que a Medicina Orofacial pode oferecer.

“O objetivo é consolidar a Medicina Orofacial, que ganhou muita força após a realização do meeting. Com a Associação Brasileira de Medicina Orofacial, nós queremos o desenvolvimento dessa entidade em todas as regiões do Brasil”, ressalta