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Candidatos eleitos e cassados pela Operação Chequinho

Depois de muito entra e sai na Câmara, vereadores envolvidos no escândalo eleitoral estão fora da casa

Política
Por Marcos Curvello
16 de julho de 2018 - 0h01

Desde as eleições municipais de 2016, houve muitas Câmaras em Campos. Foram 41 posses e 11 reconduções de eleitos e suplentes, provocadas por decisões da Justiça Eleitoral em ações baseadas em provas colhidas pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Chequinho. Um entra e sai que deixou confuso mesmo o eleitor mais atento. A mudança mais recente aconteceu esta semana. Ivan Machado (PTB) substitui Thiago Ferrugem (PR), dando, como outras tantas vezes, cara nova à Casa de Leis. Uma que, se espera, vá durar mais do que as anteriores, já que Ferrugem é último dos 11 vereadores indiciados por participação no esquema de compra de votos que teria beneficiado aliados da ex-prefeita Rosinha (Patri).

Segundo as apurações da PF, 34 candidatos a vereadores e ex-secretários participaram do esquema, que loteou o Cheque Cidadão entre aliados de Rosinha. Eles recebiam uma determinada quantidade de vagas irregulares no programa social, segundo seu prestígio e/ou potencial eleitoral, e as distribuíam em seus redutos eleitorais. Em apenas três meses, o número de beneficiários saltou de 11.500 para 30.500. Cada um recebia R$ 200.

Dos envolvidos, 11 se elegeram, mas acabaram denunciados pelo Ministério Público (MP) e condenados em primeira instância à cassação dos mandatos e inelegibilidade por 8 anos. Conforme as sentenças foram sendo confirmadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e os recursos na Corte se esgotavam, os réus foram obrigados a deixarem a Câmara.

Foram afastados pela Justiça Eleitoral os vereadores eleitos Jorge Magal (SD), Jorge Rangel (PTB), Kellinho (sem partido), Linda Mara (PTC), Miguelito (PSL), Ozeias (PSDB), Roberto Pinto (PTC), Thiago Ferrugem (PR), Thiago Virgílio (PTC) e Vinícius Madureira (PRP), além dos suplentes Carlinhos Canaã (PTC), Geraldinho de Santa Cruz (PSDB) e Thiago Godoy (PR).

Quarta suplente do PR, Roberta Moura passou pela Casa em 2017 e assumiria a vaga deixada por Godoy, mas viu Eduardo Crespo (PR) ser convocado por também já ter sido condenada em segunda instância.

Também ré por participação no esquema, a vereadora Cecília Ribeiro Gomes (PT do B) foi condenada, mas acabou deixando a Câmara por outro motivo: perdeu a vaga para Marcos Bacellar (PDT) após uma retotalização de votos ordenada pela Justiça Eleitoral.

Fim da história?
Isso não significa, porém, que 2016 seja um capítulo encerrado na política de Campos. Embora tenham esgotado a possibilidade de recursos nas instâncias inferiores, os vereadores implicados na Chequinho ainda têm mais uma Corte à qual apelar: o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Caberá ao TSE, presidido pelo ministro Luiz Fux, dar a palavra final sobre as ações eleitorais. Caso haja qualquer decisão favorável aos réus, os eleitores campistas poderão se ver frente a uma nova formação na Câmara de Vereadores.