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Editorial: Estudo do HFM revela pontos de traumas

Levantamento é tomografia dos traumas do cotidiano de uma cidade que não para de crescer

Opinião
Por Redação
24 de junho de 2018 - 0h01

Por ALOYSIO BALBI

Em uma cidade que já rompeu a barreira dos 600 mil habitantes, população suficiente para transformar acidentes e eventos traumáticos em grande escola, precisa de um estudo como o que foi realizado pelos cirurgiões da emergência do Hospital Ferreira Machado.

Eles se debruçaram em números para compor uma estatística dos mais variados traumas – ferimentos por arma de fogo, facadas, espancamentos, atropelamentos, desastres de moto, etc, apontando inclusive as áreas de maior incidência.

Obviamente não é uma estatística inútil e pode auxiliar, apenas como um dos muitos exemplos, as autoridades de segurança e de trânsito, já que apontam com precisão o ponto fora da curva ou o chamado ponto cego.

A partir do momento em que o maior hospital público de emergência faz um levantamento de onde ocorrem com mais frequência atropelamentos de ciclistas é preciso intervir com sinalização ou campanhas de conscientização de motoristas e ciclistas.

O estudo é uma verdadeira tomografia dos traumas do cotidiano de uma cidade que não para de crescer. É corajoso, porque o próprio Ferreira Machado sabe que não consegue atender toda essa demanda de casos.

O estudo foi feito nos primeiros cinco meses deste ano, mas a partir dele é possível imaginar que os mesmos números se mantenham nos mesmos níveis ou até aumentem neste segundo semestre do ano.

Não deixa de ser um estudo científico, embora com números brutos, pois certamente vai estabelecer algum tipo de protocolo médico para casos diferentes de traumatologia no Hospital Ferreira Machado.

O projeto já foi apresentado a autoridades das áreas de segurança pública, como Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Será uma ferramenta valiosa para ambas as instituições no seu desempenho diário.

A tomografia foi concluída, não com um laudo preciso, pois existem variáveis. Porém, a partir dele é possível prescrever algumas intervenções para pelo menos minimizar os sintomas. Este estudo não deve ficar engavetado e, por isso, o Terceira Via decidiu abrir páginas para essa amostragem feita de forma criteriosa, por equipes de emergência que atuam cotidianamente neste segmento.

É uma ferramenta de informação mais do que necessária, não nos números frios da estatística, até porque por trás de cada número desses está em drama, reside um trauma. Então é de sua importância usar esse estudo bem elaborado.

Mesmo que o leitor se julgue imune a essas possibilidades, já que não tem relação com as áreas de riscos apontadas no estudo, é importante tomar conhecimento do que está acontecendo na cidade, pois fato é que ninguém está imune.