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Legado amargo para futuro governador

Uenf, Ponte da IntegraA�A?o, ColA�gio AgrA�cola, ferrovia e estradas abandonadas sA?o heranA�as para o prA?ximo governo

Política
Por Marcos Curvello
14 de maio de 2018 - 0h01

O Jornal Terceira Via vem denunciando constantemente os problemas do municA�pio, mais notadamente aqueles que dizem respeito A� SaA?de, ao Transporte PA?blico e A� EducaA�A?o. Mas, quem vive em Campos e na regiA?o tem que lidar, tambA�m, com a ausA?ncia do estado. Afetado gravemente pela crise dos A?ltimos anos, o Governo PezA?o paralisou obras, cortou investimentos e deixou de honrar repasses. O resultado: obras paradas, escolas e universidades agonizando, estradas que se tornaram verdadeiras armadilhas e projetos que nA?o deixaram o papel. Problemas com os quais vai ter que lidar o prA?ximo governador, seja ele quem for.

A polA?mica mais recente envolve a Escola TA�cnica AgrA�cola AntA?nio Sarlo. Localizada no Parque Aldeia, a unidade funciona hA? 60 anos, mas corre o risco de fechar as portas por falta de funcionA?rios e estrutura adequada. O orA�amento A� insuficiente para manter as atividades, financiar a compra de insumos e dar manutenA�A?o.

ApA?s um perA�odo com aulas acontecendo semana sim, semana nA?o, devido A� falta de merenda, a escola normalizou o atendimento aos cerca de 300 alunos matriculados nos Ensinos Fundamental e MA�dio TA�cnico.

Mas, os estudantes ainda tA?m que lidar com a precariedade e a inseguranA�a. A rede elA�trica da unidade nA?o recebe manutenA�A?o hA? 20 anos e somente um vigia cobre a A?rea de 155 hectares, o que torna a escola alvo constante de furtos e roubos.

De responsabilidade da Faetec, a Escola TA�cnica AgrA�cola pode acabar transferida para a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) a�� que jA? mantA�m, na A?rea rural da AntA?nio Sarlo, a Unidade de Apoio A� Pesquisa (UAP), onde sA?o realizados experimentos e aulas prA?ticas. Uma comissA?o foi formada para discutir o assunto.

Thiers Cardoso

Outra unidade de ensino cuja situaA�A?o demanda atenA�A?o urgente do Governo do Estado A� a Escola Estadual Dr. Thiers Cardoso, no Parque TarcA�sio Miranda. ApA?s ser interditada para reforma, a escola se viu no centro de uma polA?mica. Os 1.080 alunos da unidade foram transferidos para o Ciep Doutor Nilo PeA�anha, mas um grande nA?mero deles relatou problemas de adaptaA�A?o. Muitos deixaram de ir A�s aulas.

Os pais temem que o fechamento a�� qualificado como arbitrA?rio a�� seja permanente e pedem que um prA�dio seja alugado para abrigar os estudantes ou uma estrutura de containers, semelhante A� usada no campus da Universidade Federal Fluminense (UFF) em Campos, seja montada no pA?tio da prA?pria escola.

Depois de uma sA�rie de manifestaA�A�es, a questA?o foi parar na Alerj. O deputado estadual Bruno Dauaire (PRP) fez uma indicaA�A?o ao secretA?rio estadual de EducaA�A?o, Wagner Victer, para que o Governo alugue um imA?vel prA?ximo ao Thiers Cardoso.

AlA�m disso, uma aA�A?o contra a transferA?ncia dos alunos segue na Vara da InfA?ncia e Juventude, na Comarca de Campos. O processo A� resultado de uma denA?ncia feita ao MinistA�rio PA?blico por uma comissA?o da comunidade escolar e, por envolver menores, segue em segredo de justiA�a.

Uenf

Uma das principais instituiA�A�es de ensino superior do interior do Estado, a Uenf sofreu uma longa agonia nos A?ltimos anos. Sem custeio de verbas desde outubro de 2015, perdeu alunos e pesquisas. Com as bolsas em atraso, estudantes abandonaram os cursos. Sem seguranA�a a�� as duas A?ltimas empresas terceirizadas suspenderam os serviA�os por falta de pagamentos a��, o campus da Uenf passou por vandalismo e furtos.

Algum alento veio em dezembro do ano passado, quando uma proposta de emenda A� ConstituiA�A?o do Estado foi aprovada por unanimidade pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Com isso, o Governo do Estado ficou obrigado a repassar, por meio de duodA�cimos, a partir de janeiro deste ano, parte do orA�amento da Uenf diretamente para a instituiA�A?o.

Em 2018, seriam transferidos 25% do orA�amento, percentual que subiria para 50% em 2019 e 100% em 2020, levando a Uenf A� tA?o sonhada autonomia da execuA�A?o financeira. No entanto, o repasse dos duodA�cimos vem sofrendo atrasos e o caso pode ir parar no MinistA�rio PA?blico.

Ponte da IntegraA�A?o

Iniciadas em 2014, as obras da Ponte da IntegraA�A?o foram paralisadas, pela segunda vez, em janeiro de 2016. Fonte de diversas promessas, encontros e previsA�es furadas a�� a A?ltima delas, feita pelo governador Luiz Fernando PezA?o, de que a construA�A?o seria retomada no A?ltimo mA?s de fevereiro a�� a estrutura deve encurtar em cerca de 50 quilA?metros o trajeto entre os municA�pios de SA?o JoA?o da Barra e SA?o Francisco e integrar o litoral Norte do Estado, conectando a RJ-196 A� RJ-194.

A obra foi orA�ada em R$ 124.113.316,08 e deveria ficar pronta em um ano, mas sofreu uma sA�rie de atrasos. Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), 50% dos trabalhos foram concluA�- dos. Se chegar a ser terminada a�� PezA?o jA? afirmou que nA?o encerra seu mandato sem finalizar a obra a�� a estrutura terA? 1,3 quilA?metros de extensA?o e 16,2 metros de largura.

EF-118

TambA�m na seara da infraestrutura estA? a ferrovia EF-118, que vai ligar os estados do Rio de Janeiro e EspA�rito Santo. O projeto foi iniciado em 2015 e teve um passo importante dado em novembro do ano passado, quando os governadores PezA?o e Paulo Hartung assinaram uma carta pedindo ao presidente Michel Temer que incorporasse o projeto ao Programa de Parcerias de Investimento (PPI) do Governo Federal.

A expectativa inicial era de que isso acontecesse ainda no primeiro semestre de 2018, mas pouco foi falado a respeito apA?s a assinatura do documento no Porto do AA�u, em SA?o JoA?o da Barra a�� o empreendimento logA�stico serA? um dos principais beneficiados, ao lado do Porto Central, em VitA?ria (ES). A EF-118 terA? 577 quilA?metros de extensA?o e deverA? custar R$ 5,5 bilhA�es, mas o projeto passou por uma paralisaA�A?o no MinistA�rio dos Transportes. Junho se aproxima e o prazo estA? perto de se esgotar.

RJs sem manutenA�A?o

Esburacadas, sem acostamento e, A�s vezes, atA� sem asfalto, parte das rodovias estaduais que cortam o Norte Fluminense A� alvo de reclama- A�A�es constantes. A RJ-196 tem 197 quilA?metros de extensA?o e A� a principal via de acesso A�s praias de SA?o Francisco de Itabapoana e ao litoral capixaba. Mas, cruzA?-la pode ser uma aventura. HA? grandes trechos de terra, falta sinalizaA�A?o e sobram crateras. AlA�m disso, A� comum encontrar animais soltos na pista.

Por situaA�A?o semelhante passa a RJ-194. Com 148 quilA?metros de extensA?o, atravessando Campos e SA?o JoA?o da Barra, a rodovia tem trechos em que o recapeamento asfA?ltico A� praticamente inexistente e o mato alto dificulta a visibilidade da sinalizaA�A?o.