×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

SA? este ano no Brasil, dois jornalistas assassinados e 41 agredidos

Unesco mostra que, nos A?ltimos 12 anos, apenas dez entre 38 casos de assassinatos de profissionais de comunicaA�A?o foram solucionados

País
Por Redação
11 de maio de 2018 - 14h36

Antigo protesto de jornalistas (Foto: Cristiano de Assis/Artigo 19)

AtA� maio de 2018, dois jornalistas jA? foram assassinados no Brasil e houve 41 casos de violA?ncia nA?o letal, como socos e pontapA�s e disparo de bala de borracha. Os dados sA?o da AssociaA�A?o Brasileira de Emissoras de RA?dio e TelevisA?o (Abert). Os nA?meros foram apresentados na A?ltima segunda-feira (7). A revelaA�A?o foi feita durante audiA?ncia pA?blica do Conselho de ComunicaA�A?o Social, A?rgA?o auxiliar do Congresso Nacional.

Na audiA?ncia, o diretor da Abert, Paulo Tonet Camargo, lembrou que o Brasil ocupa o 102A? lugar em ranking de liberdade de imprensa; material elaborado pela organizaA�A?o RepA?rteres sem Fronteiras, entre 180 paA�ses avaliados. RelatA?rio lanA�ado em marA�o pela associaA�A?o mostra que no ano passado houve um caso de assassinato de jornalista no paA�s e 82 de violA?ncia nA?o-letal. As agressA�es envolveram pelo menos 116 profissionais e veA�culos de imprensa.

a�?A violA?ncia contra jornalistas A� um ataque A� liberdade de expressA?oa�?, afirmou Tonet. a�?Vivemos um momento de intolerA?ncia, porque as pessoas perderam a capacidade de conviver com o contraditA?rioa�?, salientou. Para ele, a�?nunca o jornalismo foi tA?o importante e tA?o relevante, como nestes tempos deA�fake newsa�?.

Impunidade

Na audiA?ncia, Josemar Pinheiro, representante da FederaA�A?o Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de RadiodifusA?o e TelevisA?o (Fitert), observou que radialistas e jornalistas vA?m sendo vA�timas tambA�m de censura e assA�dio moral. Ele destacou que os crimes contra os profissionais, de forma geral, nA?o vA?m sendo punidos. Conforme ele, as denA?ncias tambA�m nA?o tA?m gerado medidas protetivas. Pinheiro acredita que fatores como a desregulamentaA�A?o da profissA?o contribuem para esse cenA?rio.

Segundo Adauto Soares, coordenador de comunicaA�A?o e informaA�A?o da OrganizaA�A?o das NaA�A�es Unidas para a EducaA�A?o, a CiA?ncia e a Cultura (Unesco) no Brasil, nos A?ltimos 12 anos, 38 jornalistas foram assassinados. Desses, apenas 10 foram solucionados.

Para a presidente da FederaA�A?o Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a conselheira Maria JosA� Braga, a impunidade A� combustA�vel da violA?ncia. Ela apontou que os jornalistas sA?o atingidos ainda pelo despreparo das forA�as de seguranA�a brasileiras, pela tradiA�A?o de violA?ncia das polA�cias militares e pela intimidaA�A?o de polA�ticos. Ela tambA�m denunciou o descaso das empresas de comunicaA�A?o com a seguranA�a dos profissionais. a�?As empresas de comunicaA�A?o tA?m responsabilidade, porque elas precisam, sim, tomar medidas protetivas mitigatA?rias de risco, quando houver riscoa�?, destacou.

a�?No Brasil, nos A?ltimos 12 anos, 38 jornalistas foram assassinados. Desses, apenas 10 foram solucionadosa�?

Maria JosA� sugeriu a criaA�A?o do ObservatA?rio de ViolA?ncia Contra os Comunicadores no A?mbito da Secretaria de Direitos Humanos da PresidA?ncia da RepA?blica. Ela defendeu ainda que haja compromisso do governo federal de orientaA�A?o para as forA�as de seguranA�a do paA�s para proteA�A?o; e nA?o agressA?o, do jornalista.

O presidente do Conselho de ComunicaA�A?o Social, Murillo de AragA?o, defendeu a educaA�A?o da sociedade civil para lidar com a violA?ncia contra jornalistas e radialistas. a�?A sociedade precisa entender e respeitar o papel da imprensa como um bem valioso para o prA?prio funcionamento da democraciaa�?, afirmou. Ele citou como modelo a campanha do jornal Correio Braziliense pela paz no trA?nsito. A aA�A?o do jornal foi iniciada hA? cerca de 20 anos, a qual, na sua visA?o, teria gerado mudanA�a cultural na cidade.

Momento dramA?tico

a�?Nunca vi um momento tA?o dramA?tico para o exercA�cio da profissA?o como o atuala�?, disse o conselheiro suplente Domingos Meirelles, indicado pela AssociaA�A?o Brasileira de Imprensa. Ele ressaltou que inclui nesta avaliaA�A?o o perA�odo da ditadura militar: a�?Naquela A�poca, havia um profundo respeito entre o ditador de plantA?o e a classe jornalA�sticaa�?, opinou. a�?A� contradiA�A?o que em pleno estado democrA?tico de direito o jornalista viva toda a sorte de violA?ncia, o que nA?o acontecia na ditaduraa�?, completou.

Meirelles destacou ainda a perda da representaA�A?o social do jornalista na sociedade brasileira. a�?O jornalista se proletarizou, recebendo salA?rio infame, o que o deixa mais suscetA�vel a mazelasa�?, avaliou.

Fonte: Portal Comunique-se

Reportagem Lara Haje