O juiz Ralph Manhães, responsável pela ação penal originada com a Operação Caixa D’Água — da qual os ex-governadores Rosinha (Patriotas) e Garotinho (PRP) são réus — remarcou para o dia 5 de junho, às 13h, os depoimentos do casal e de mais seis denunciados que aconteceriam nesta quarta-feira (18). Rosinha e Garotinho chegaram a comparecer ao Fórum Maria Teresa Gusmão, em Campos, mas, após conversa com os advogados, o magistrado transferiu a audiência.
A alteração da data dos depoimentos aconteceu porque o advogado que representa o casal Garotinho não compareceu ao fórum alegando problemas de saúde. Esta é a fase final do processo. Depois dos interrogatórios, defesa e acusação apresentarão as alegações finais e caberá à Justiça um veredicto sobre o caso. Eles são acusados de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais.
O casal chegou por volta das 13h e foi recebido por aliados políticos como os vereadores afastados Thiago Virgílio (PTC) e Linda Mara (PTC). Rosinha e Garotinho foram encaminhados a uma sala da 2ª Vara de Família, enquanto os depoimentos não começavam.
Garotinho voltou a negar as acusações. “Quem não deve, não teme. Nem eu nem Rosinha praticamos qualquer tipo de irregularidade”, afirmou o ex-governador.
Eles foram acusados pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais.
Outros — Também são réus na mesma ação o ex-ministro dos Transportes e presidente do PR, Antônio Carlos Rodrigues, o policial civil aposentado Antônio Carlos Ribeiro, conhecido como Toninho, que seria o braço armado da organização; os ex-secretários de Governo da Prefeitura de Campos, Suledil Bernardino; o vereador Thiago Godoy (PR), o empreiteiro Ney Flores e Fabiano Rosas Alonso, genro de Antônio Carlos Rodrigues.
Operação — A operação que prendeu Rosinha e Garotinho, na manhã do dia 22 de novembro de 2017, foi batizada de Caixa D’Água. De acordo com os investigadores, a arrecadação da campanha eleitoral era tratada pelos envolvidos como uma “caixa d’água”, em que “primeiro se enche e depois sai distribuindo para aqueles que precisarem”.
Garotinho foi detido em seu apartamento no Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele foi levado para o quartel do Corpo de Bombeiros no bairro Humaitá, na Zona Sul do Rio de Janeiro, de onde foi transferido para a cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte. Lá também estavam o ex-governador Sérgio Cabral, preso durante a Operação Calicute, e os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, detidos na Operação Cadeia Velha.
Após alegar ter sido agredido durante a noite, em uma ação não confirmada por agentes penitenciários, câmeras da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) ou laudo do Instituto Médico Legal (IML), Garotinho foi transferido para Bangu 8.
Durante a Operação Caixa D’Água também foram detidos Godoy, Bernardino e Toninho. Já a ex-prefeita Rosinha chegou a passar pelo Presídio Feminino Nilza da Silva Santos, em Campos, e por Benfica, no Rio, mas recebeu habeas corpus do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TRE-RJ).