Além deles, respondem ao processo, o policial civil aposentado Antônio Carlos Ribeiro, conhecido como Toninho, que seria o braço armado da organização, os ex-secretários de Governo da Prefeitura de Campos, Suledil Bernardino e Thiago Godoy (PR), o empreiteiro Ney Flores e Fabiano Rosas Alonso, genro de Antônio Carlos Rodrigues.
Segundo o processo, Garotinho era o líder da organização criminosa e praticou vários crimes com a mesma forma de agir nos anos eleitorais de 2010, 2012 e 2016. Os documentos e testemunhas mostram que o ex-governador pressionava empresários a pagar propina para financiar campanhas políticas por meio de Caixa 2. Os empresários, por sua vez, faziam o pagamento mediante a promessa de que iriam receber os créditos que tinham com a Prefeitura de Campos, por meio de contratos oficiais.
O processo relata, ainda, que Garotinho recebeu R$ 3 milhões da empresa JBF, por meio de um falso contrato entre a JBS e a empresa Ocean Link Solutions, de propriedade de André Luiz, mesmo dono da empresa Working, que tinha contratos com a Prefeitura de Campos. A empresa Ocean Link foi indicada pelo ex-governador à JBF .
De acordo com o processo, após a delação premiada de André Luiz, a PF constatou a existência de uma Organização Criminosa “bem estruturada, com divisão de tarefas e, inclusive, com o emprego de arma, protagonizada pelo réu Anthony Garotinho, sua esposa, envolvendo empresários, políticos e secretários de governo municipal no período em que Rosinha Garotinho era prefeita”.
Prisões — Garotinho foi preso no dia 22 de novembro em seu apartamento no Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele foi levado para o quartel do Corpo de Bombeiros no bairro Humaitá, na Zona Sul do Rio de Janeiro, de onde foi transferido para a cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte, onde também estavam o ex-governador Sérgio Cabral, preso durante a Operação Calicute, e os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, detidos na Operação Cadeia Velha. Todos pertencem ao MDB.
Após alegar ter sido agredido durante a noite, em uma ação não confirmada por agentes penitenciários, câmeras da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) ou laudo do Instituto Médico Legal (IML), Garotinho foi transferido para Bangu 8.
Durante a Operação Caixa D’Água também foram detidos Godoy, Bernadino e Toninho. Já a ex-prefeita Rosinha chegou a passar pelo Presídio Feminino Nilza da Silva Santos, em Campos, e por Benfica, no Rio, mas recebeu habeas corpus do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TRE-RJ).
Eles são acusados da prática dos crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais. A defesa nega.