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Caixa D’Água: Justiça marca interrogatório de Garotinho, Rosinha e ex-ministro

Os três serão ouvidos na próxima quarta-feira, em Campos, a partir das 13h, na fase final de ação eleitoral

Estado do RJ
Por Redação
17 de abril de 2018 - 16h00

O Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro (TRE-RJ) marcou para esta quarta-feira (18), em Campos, três importantes interrogatórios da ação eleitoral originada com a Operação Caixa D’Água. Serão ouvidos, a partir das 13h, o ex-governador Anthony Garotinho (PRP), da ex-prefeita Rosinha (Patriota) e o ex-ministro dos Transportes e presidente do PR, Antônio Carlos Rodrigues. Esta é a fase final do processo. Depois dos interrogatórios, defesa e acusação apresentarão as alegações finais e caberá à Justiça um veredito sobre o caso.

Além deles, respondem ao processo, o policial civil aposentado Antônio Carlos Ribeiro, conhecido como Toninho, que seria o braço armado da organização, os ex-secretários de Governo da Prefeitura de Campos, Suledil Bernardino e Thiago Godoy (PR), o empreiteiro Ney Flores e Fabiano Rosas Alonso, genro de Antônio Carlos Rodrigues.

Segundo o processo, Garotinho era o líder da organização criminosa e praticou vários crimes com a mesma forma de agir nos anos eleitorais de 2010, 2012 e 2016. Os documentos e testemunhas mostram que o ex-governador pressionava empresários a pagar propina para financiar campanhas políticas por meio de Caixa 2. Os empresários, por sua vez, faziam o pagamento mediante a promessa de que iriam receber os créditos que tinham com a Prefeitura de Campos, por meio de contratos oficiais.

O processo relata, ainda, que Garotinho recebeu R$ 3 milhões da empresa JBF, por meio de um falso contrato entre a JBS e a empresa Ocean Link Solutions, de propriedade de André Luiz, mesmo dono da empresa Working, que tinha contratos com a Prefeitura de Campos. A empresa Ocean Link foi indicada pelo ex-governador à JBF .

De acordo com o processo, após a delação premiada de André Luiz, a PF constatou a existência de uma Organização Criminosa “bem estruturada, com divisão de tarefas e, inclusive, com o emprego de arma, protagonizada pelo réu Anthony Garotinho, sua esposa, envolvendo empresários, políticos e secretários de governo municipal no período em que Rosinha Garotinho era prefeita”.

Prisões — Garotinho foi preso no dia 22 de novembro em seu apartamento no Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele foi levado para o quartel do Corpo de Bombeiros no bairro Humaitá, na Zona Sul do Rio de Janeiro, de onde foi transferido para a cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte, onde também estavam o ex-governador Sérgio Cabral, preso durante a Operação Calicute, e os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, detidos na Operação Cadeia Velha. Todos pertencem ao MDB.

Após alegar ter sido agredido durante a noite, em uma ação não confirmada por agentes penitenciários, câmeras da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) ou laudo do Instituto Médico Legal (IML), Garotinho foi transferido para Bangu 8.

Durante a Operação Caixa D’Água também foram detidos Godoy, Bernadino e Toninho. Já a ex-prefeita Rosinha chegou a passar pelo Presídio Feminino Nilza da Silva Santos, em Campos, e por Benfica, no Rio, mas recebeu habeas corpus do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TRE-RJ).

Eles são acusados da prática dos crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais. A defesa nega.