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Hospital A?lvaro Alvim cobra de pacientes do SUS para atendimento mais rA?pido

Hospital A?lvaro Alvim, que afirma ser filantrA?pico, terceiriza seus principais serviA�os e cobra para agilizar atendimento

Campos
Por Redação
18 de março de 2018 - 0h01

alvaro-alvimEm mais uma reportagem da sA�rie que trata da obscura relaA�A?o entre o Hospital A?lvaro Alvin e certos setores da prefeitura de Campos ligados A� SaA?de, O Jornal Terceira Via traz revelaA�A�es em relaA�A?o aos mA�dicos-empresA?rios que assumiram os principais serviA�os de atendimento do A?lvaro Alvim por meio de contratos sigilosos de terceirizaA�A?o e que faturam em cima da busca dos pacientes por um atendimento pelo SUS, mas que sA?o orientados dentro das dependA?ncias do hospital, que carrega o tA�tulo de filantrA?pico, a se quiserem um acesso mais rA?pido aos tratamentos, que paguem as consultas, exames ou procedimentos, pelo que ficou conhecido como a�?sociala�?.

Dificuldade pra vender facilidade

A denA?ncia baseada em histA?rias reais de pacientes que passaram por essa situaA�A?o, revela o drama de quem precisa de atendimento na A?rea de SaA?de em Campos e busca o Hospital A?lvaro Alvim na expectativa de terem acesso aos serviA�os e tratamentos pelo Sistema Asnico de SaA?de (SUS), que A� gratuito. Essa procura por parte da populaA�A?o se deve muito a imagem que o A?lvaro Alvim passa, de que se trata de um hospital filantrA?pico, uma fundaA�A?o, um hospital escola, ou seja, no imaginA?rio popular, uma instituiA�A?o com um carA?ter pA?blico. A realidade, porA�m, A� logo revelada ao constatarem a demora para um primeiro atendimento pelo SUS e a oferta para, se quiserem uma resposta mais rA?pida, que paguem pelos serviA�os que sA?o terceirizados dentro do hospital. Alguns pacientes, no jargA?o popular, chegam atA� a falar que percebem que sA?o criadas certas dificuldades para venderem facilidade.

Sem fins lucrativos?

A FundaA�A?o Benedito Pereira Nunes, responsA?vel pela manutenA�A?o do Hospital Escola A?lvaro Alvim, destaca no prA?prio site do hospital (www.heaa.com.br) que A� uma entidade jurA�dica de direito privado, de domA�nio pA?blico, sem fins lucrativos e que tem por finalidade principal prestar serviA�os mA�dicos especialmente A�s pessoas carentes, entre outras atribuiA�A�es. Mas algumas iniciativas recentes tA?m levado a populaA�A?o a duvidar disso. No mesmo site do hospital, por exemplo, A� destacado que os principais serviA�os oferecidos sA?o atualmente terceirizados por mA�dicos-empresA?rios que assumiram as dependA?ncias do hospital para instalarem suas empresas privadas e cobrarem pelos atendimentos. DiagnA?sticos por imagem, laboratA?rios para exames dos simples aos complexos, radioterapia e atA� biA?psias sA?o terceirizados.

Aparelho pA?blico em mA?os privadas

Empresas como a UltraMed, Pro-Cor, OncoCentro, Instituto OftalmolA?gico, Incor-NF, ClA�nica do Aparelho Digestivo, RADGRUPO, entre outras, mantA�m acordos com o Hospital e exploram suas dependA?ncias e instalaA�A�es para prestarem serviA�os. Um caso emblemA?tico A� o carA�ssimo aparelho Acelerador Linear, utilizado no tratamento de radioterapia, que foi conseguido pelo A?lvaro Alvim por meio de verba doada pelo MinistA�rio da SaA?de, mas que logo foi transferido para iniciativa privada por meio de Hospital A?lvaro Alvim, que afirma ser filantrA?pico, terceiriza seus principais serviA�os e cobra para agilizar atendimento Mais rA?pido, sA? com dinheiro Da RedaA�A?o um contrato de terceirizaA�A?o sigiloso para uma empresa cujo um dos sA?cios A� o mA�dico Frederico Paes Barbosa, tio do prefeito de Campos, Rafael Diniz. O que devia ser pA?blico virou privado, e a populaA�A?o que poderia ter acesso gratuitamente ao equipamento, hoje se quiser um atendimento mais rA?pido no tratamento de cA?ncer, tem que pagar.

AdministraA�A?o com duplo interesse

No site do A?lvaro Alvim (www.heaa.com.br) na seA�A?o a�?DireA�A?o e Chefiaa�?, consta a composiA�A?o de toda diretoria do hospital, que tem como Diretor Geral o mA�dico JosA� Manuel Correia Moreira. O curioso no entanto, A� o ocupante do cargo de Administrador Hospitalar, o senhor FlA?vio Persilva Hoelzle, que alA�m ser o responsA?vel pela administraA�A?o do A?lvaro Alvim, tambA�m ocupa um cargo na Secretaria de SaA?de de Campos, trabalhando ao lado da secretA?ria municipal, Fabiana Catalani. O conflito de objetivos entre o pA?blico e o privado fica latente nas aA�A�es de Persilva, que hora tem que defender os interesses da prefeitura e da populaA�A?o e num momento seguinte lutar pelos resultados financeiros do hospital e das empresas parceiras instaladas no A?lvaro Alvim.

MinistA�rio PA?blico

Por se tratar de uma fundaA�A?o, o Hospital A?lvaro Alvim deve ter suas contas e contratos auditados por uma Procuradoria especA�fica de FundaA�A�es, onde uma promotora de JustiA�a, Dra. Daniele Faria Tavares – no caso das fundaA�A�es em Campos – A� a responsA?vel por acompanhar, avaliar, autorizar, fiscalizar e cobrar medidas sanadoras. Essa aA�A?o de fiscalizaA�A?o do MinistA�rio PA?blico, quase levou ao fechamento do hospital em 2016 por falhas na prestaA�A?o de contas. O MinistA�rio PA?blico de Campos tambA�m jA? comeA�a a investigar as atividades do A?lvaro Alvim e os procedimentos em relaA�A?o ao hospital e aos pacientes com cA?ncer diante de vA?rias denA?ncias que vieram a pA?blico apA?s a primeira reportagem sobre o assunto publicada pelo Jornal Terceira Via.

 

buy prevacid in canada best antidepressants for bipolar depression Pills cheap pills paciente-oncologica-ana-claudia-silvana-rust-41O drama de Ana ClA?udia

Se por um lado os pacientes encontram dificuldade em realizar um procedimento oncolA?gico pelo SUS no Hospital Escola A?lvaro Alvim, por outro, acham facilidade, caso este mesmo procedimento seja pago. Foi o que denunciou a garA�onete Ana ClA?udia Pereira Nunes, 45 anos, que, apA?s meses de espera, viu o cA?ncer de mama se agravar e acometer parte do pulmA?o. Para agilizar o tratamento, a opA�A?o dada a Ana ClA?udia na unidade hospitalar foi pagar R$ 700 em uma biA?psia pelo atendimento social, jA? que pelo SUS nA?o tinha sequer uma previsA?o de data para o exame.

Em julho do ano passado, a garA�onete detectou um caroA�o no seio direito durante o banho. Em setembro, apA?s notar uma secreA�A?o saindo do mesmo seio, buscou auxA�lio no posto de SaA?de do Jockey, bairro onde mora. ApA?s o resultado da mamografia, foi encaminhada em regime de urgA?ncia para o Hospital Escola A?lvaro Alvim, onde deveria ser realizada uma biopsia para descobrir se o tumor era maligno ou nA?o.

a�?Fui atendida pelo A?lvaro Alvim e o mA�dico me encaminhou ao nA?cleo de assistA?ncia social do hospital, onde me informaram que nA?o tinham nem previsA?o para que a biA?psia fosse realizada. Eu afirmei que meu caso era urgente, como o mA�dico me informou, mas a assistente social me disse que, assim como eu, muitos pacientes foram encaminhados com recomendaA�A?o de urgA?nciaa�?, denunciou Ana ClA?udia.

Diante de tamanha dificuldade para marcar uma biA?psia, os colegas do trabalho da garA�onete resolveram fazer uma rifa para levantar o dinheiro do exame. Por pura sorte, em dezembro de 2017, uma assistente social esteva na lanchonete onde Ana ClA?udia trabalha e, quando a garA�onete ofereceu a rifa, foi informada pela cliente que poderia buscar auxA�lio no Hospital Dr. Beda. A primeira consulta no Dr. Beda foi marcada em seguida.

a�?Eu nA?o tinha R$ 700 para a biA?psia e nA?o poderia comeA�ar qualquer tratamento sem este exame. Nesta demora do A?lvaro Alvin, o cA?ncer avanA�ou e hoje jA? se espalhou para o pulmA?o. Assim que a cliente me alertou, eu fui ao Hospital Dr. Beda, onde realizei a biA?psia e uma sA�rie de exames. HA? trA?s semanas comecei a quimioterapiaa�?, disse Ana ClA?udia.