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Pacientes com cA?ncer confirmam mau atendimento no A?lvaro Alvim

ApA?s denA?ncia do Jornal Terceira Via, Secretaria de SaA?de de Campos faz reuniA?o de emergA?ncia com Unacons do municA�pio e promete reverter a situaA�A?o

Campos
Por Redação
11 de março de 2018 - 0h01
Portadores de cA?ncer encaminhados para o Hospital A?lvaro Alvim reclamam da demora e mau atendimento

Portadores de cA?ncer encaminhados para o Hospital A?lvaro Alvim reclamam da demora e mau atendimento

Na A?ltima ediA�A?o impressa do Jornal Terceira Via, foi revelado um esquema escandaloso na gestA?o da SaA?de municipal. A denA?ncia, que jA? estA? sendo investigada pelo MinistA�rio PA?blico, aponta para o direcionamento de pacientes com cA?ncer atendidos pela estrutura da Secretaria Municipal de SaA?de de Campos para o Hospital A?lvaro Alvim, mesmo sabendo que o tempo para um primeiro atendimento nessa unidade A� de 40 a 60 dias, enquanto que se esses mesmos pacientes fossem encaminhados ao Hospital Geral Dr. Beda ou A� BeneficA?ncia Portuguesa, que tambA�m atendem pelo Sistema Asnico de SaA?de (SUS), eles seriam atendidos em um dia. Durante toda a semana, e equipe de reportagem do Terceira Via tentou buscar explicaA�A�es junto aos responsA?veis pelo setor em Campos, mas o silA?ncio e a fuga das perguntas foram as respostas. No entanto, na A?ltima sexta-feira (9), uma reuniA?o de emergA?ncia convocada pela secretA?ria de SaA?de, Fabiana Catalani, com as Unacons do municA�pio, tratou da situaA�A?o e em ata houve o registro da promessa de reverter a situaA�A?o.

ClA?udio Petrucci nA?o dA? explicaA�A�es
Assim que foi revelado o direcionamento de pacientes com cA?ncer de forma privilegiada ao A?lvaro Alvim em detrimento das Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (Unacons) da BeneficA?ncia e do Beda, o coordenador responsA?vel pelo ServiA�o Estadual de RegulaA�A?o (SER) de pacientes oncolA?gicos, o mA�dico ClA?udio Petrucci foi procurado para dar explicaA�A�es durante toda esta semana pela reportagem do Terceira Via. VA?rios telefonemas foram realizados, mas sem sucesso. Petrucci, que chegou a atender uma das ligaA�A�es, desligou, nA?o atendeu mais A�s chamadas e se calou. A equipe de reportagem entA?o fez uma tentativa na sede do A?rgA?o estadual na Rua Edmundo Chagas. O local fica fechado a maior parte do tempo e estA? com aparA?ncia de abandonado, pois o mato toma conta do pA?tio. Na sede foi informado que ClA?udio Petrucci nA?o trabalhava lA? hA? mais de dois anos, mas em uma sala do NA?cleo de Controle e AvaliaA�A?o da Secretaria de SaA?de de Campos.

No NA?cleo de Controle e AvaliaA�A?o, a diretora responsA?vel disse que nA?o dava entrevistas, mas informou que ClA?udio Petrucci A� representante do Estado e que ele utiliza uma sala cedida pela Prefeitura. A reportagem conversou com a secretA?ria do coordenador do SER, Suzana Lima. Ela informou que ClA?udio Petrucci viaja muito a trabalho, e que nA?o tem dia e nem hora exatos para passar pelo setor. Suzana Lima nA?o informou o e-mail do mA�dico para contato e para explicaA�A�es sobre as denA?ncias. Ela forneceu entA?o seu prA?prio correio eletrA?nico para que enviA?ssemos o pedido de respostas. O e-mail fornecido por Suzana apresentou falha e retornou como nA?o existente. TambA�m pela segunda semana, o jornal fez contato por telefone e por e-mail com a Secretaria Estadual de SaA?de, na busca por uma resposta do A?rgA?o. Os e-mails sequer foram respondidos. Um e-mail tambA�m foi endereA�ado ao governador LuA�s Fernando PezA?o sobre a mA? gestA?o do SER em Campos, que em resposta prometeu mandar averiguar toda situaA�A?o.

Centro da Mulher nega informaA�A?o
No Centro da Mulher, setor ligado A� Secretaria Municipal de SaA?de para atendimento de diversas especialidades mA�dicas, houve mais dificuldades de respostas sobre como estA? funcionando o serviA�o, principalmente das pacientes oncolA?gicas do municA�pio. Uma funcionA?ria identificada apenas pelo nome de Claudecir disse que nA?o poderia dar nenhum tipo de informaA�A?o A� imprensa. Ela sugeriu que procurA?ssemos por telefone a diretora do setor, a mA�dica Leila Werneck. Durante toda a semana, o telefone celular indicado por Claudecir dava sinal de ocupado permanentemente, impossibilitando assim qualquer contato com a diretora do Centro da Mulher para esclarecimentos do porquA?, entre outras perguntas, de pacientes diagnosticadas com cA?ncer de colo de A?tero serem encaminhadas para o A?lvaro Alvim, mesmo sabendo que lA? nA?o dispA�e do equipamento que faz a braquiterapia, que A� especA�fico para o tratamento desse tipo de cA?ncer e que sA? o Hospital Dr. Beda tem.

Ana ClA?udia foi encaminhada da UBS do JA?quei direto para o A?lvaro Alvim

Ana ClA?udia foi encaminhada da UBS do JA?quei direto para o A?lvaro Alvim

O drama de pacientes com cA?ncer em Campos
Quando identificado no estA?gio inicial, o cA?ncer pode ser tratado e curado na maioria das vezes. O problema A� a dificuldade pela qual passa boa parte dos pacientes do Sistema Asnico de SaA?de, com diagnA?sticos demorados ou nem realizados em tempo hA?bil. Esta situaA�A?o estA? sendo vivida na pele por diversos pacientes em Campos. A� o caso da garA�onete Ana ClA?udia Pereira Nunes, de 45 anos, moradora do bairro JA?quei Clube. Em setembro de 2017, ela foi apontada com suspeita de cA?ncer de mama. Passou pelo Hospital Escola A?lvaro Alvim, mas durante quatro meses nA?o conseguiu se tratar na unidade hospitalar.

Ana ClA?udia contou que em um Posto MA�dico do bairro onde mora, um profissional examinou seu seio que tinha secreA�A?o e sangramento. Ela foi encaminhada para o Hospital A?lvaro Alvim com pedido urgente de exames. Uma biA?psia seria necessA?ria para esclarecer o problema e o tipo de tratamento adequado, mas isso nA?o aconteceu.

a�?Eu insisti com a atendente para que fossem feitos os exames porque o mA�dico escreveu a palavra a�?urgentea�? no pedido. Ela disse que todos os mA�dicos faziam isso em se tratando de cA?ncer, e que a Prefeitura nA?o tinha repassado verbas para o A?lvaro Alvim, e por isso, nA?o poderia autorizar os exames, a nA?o ser que eu pagasse 700 reais sA? para a biA?psia, fora os outros examesa�?, disse.

Sem dinheiro teve que esperar
Sem recursos para pagar os exames, Ana ClA?udia tentou contar com ajuda de pessoas conhecidas, mas sem sucesso. Ela preferiu esperar a autorizaA�A?o para fazer gratuitamente pelo SUS. Esta situaA�A?o se arrastou atA� dezembro de 2017. GraA�as a uma cliente da lanchonete em que trabalha, Ana ClA?udia foi informada que poderia procurar outra Unacon, e foi indicada em janeiro para o setor de oncologia do Hospital Geral Dr. Beda. a�?Eu sou leiga e nA?o sabia que o Beda tratava cA?ncer pelo SUS, pois fui encaminhada apenas pelo A?lvaro Alvima�?, lamentou.

Segundo Ana ClA?udia, a demora no diagnA?stico pode ter contribuA�do para a evoluA�A?o do cA?ncer. a�?Meu caso A� gravA�ssimo. Desde que cheguei ao Oncobeda, fiz todos os exames de graA�a pelo SUS e fui muito bem tratada. JA? comecei a quimioterapia e estou lutando pela vida. Sou mA?e solteira de quatro filhos e minha famA�lia depende de mima�?, contou. Antes de comeA�ar o tratamento, a paciente fez os exames de hemograma, tomografia, imunostoquA�mica, cintilografia e ecocardiograma. A queixa de Ana ClA?udia Nunes foi parar na rede social Facebook.

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a�?Foi o A?nico modo que consegui para protestar. A SaA?de em Campos estA? um caos. No Hospital Geral de Guarus, tive muitas dificuldades e tambA�m no A?lvaro Alvim, desde que fui encaminhada para tratar o meu seio afetado. NA?o entendo porque tive que esperar tanto para exame e diagnA?stico no A?lvaro Alvim, se no Oncobeda fui atendida rapidamentea�?, criticou.

Outro caso
HA? dois anos, o comerciante AntA?nio Abud viveu situaA�A?o semelhante a de Ana ClA?udia Nunes. Com suspeita de cA?ncer na prA?stata, ele foi encaminhado para se tratar no Hospital A?lvaro Alvim. Depois de fazer exames e esperar mais de um mA?s para comeA�ar a radioterapia sem conseguir, ele estranhou a demora para iniciar o tratamento pelo SUS.

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a�?No comA�rcio a gente faz amizades, e um amigo me sugeriu procurar o Hospital Dr. Beda. LA?, me pediram todos os exames jA? feitos anteriormente. O mA�dico estranhou que no A?lvaro Alvim nA?o foi feita uma ressonA?ncia magnA�tica. Fiz este exame no Beda rapidamente pelo SUS e descobri que o cA?ncer na prA?stata estava quase atingindo outros A?rgA?os. Se demorasse mais um pouco, nem sei se estaria vivo para contar. Fiz 37 sessA�es de radioterapia e estou bem. As pessoas precisam de carinho e atenA�A?o quando estA?o doentes de cA?ncer. A� um momento difA�cil. Eu acho que as pessoas nA?o podem ser mal atendidas como eu fui no A?lvaro Alvima�?, desabafou.

JosA� Maria Miro buscou ajuda de amigos para comprar remA�dio de R$ 8 mil

JosA� Maria Miro buscou ajuda de amigos para comprar remA�dio de R$ 8 mil

Professor vA�tima de erro
O professor do curso de geografia do Instituto Federal Fluminense (IFF), JosA� Maria Ribeiro Miro, de 56 anos, tambA�m denuncia mau atendimento. Ele nA?o teve a oportunidade de escolher o local de tratamento, diferente do que a Prefeitura de Campos afirmou, na A?ltima reportagem do Jornal Terceira Via. JosA� Maria ao sentir fortes dores na perna direita, em outubro do ano passado, foi socorrido para o Hospital Ferreira Machado onde os mA�dicos descobriram que ele tinha cA?ncer renal e metA?stase nos pulmA�es e no fA?mur direito.

a�?Fiquei 15 dias internado no HFM esperando uma vaga para o tratamento especializado de cA?ncer. Depois desse perA�odo, surgiu uma vaga no Hospital A?lvaro Alvim. Os mA�dicos me recomendaram um remA�dio carA�ssimo, que custa R$ 8 mil a caixa e me indicaram tratar primeiro o fA?mur, para que eu voltasse a ter mobilidade. Eu fiquei feliz com essa decisA?oa�?, contou JosA� Maria.

Ao descobrir a doenA�a, amigos e familiares comeA�aram uma campanha para ajudar na compra do remA�dio. Um desses amigos, SA�rgio Senna, que mora no Rio de Janeiro contou que passou a se aprofundar nas pesquisas sobre o cA?ncer e descobriu que o remA�dio receitado nA?o era o indicado pelo Sistema Asnico de SaA?de (SUS) para o tipo de tratamento.

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a�?AlA�m disso a famA�lia ficou insegura em aplicar, pois poderia causar sangramento no nariz, fA�gado e atA� parada cardA�aca. Quando, enfim, conseguimos uma nova consulta, os mA�dicos nA?o tocaram no paciente. NA?o foi pedido nenhum exame ou foi dado algum encaminhamento, enfim, um descaso sem iguala�?, desabafou.

Tamanho descaso no atendimento fez os familiares tentarem, por conta prA?pria, uma consulta especializada no Instituto de Traumatologia e Ortopedia (INTO), no Rio de Janeiro. a�?Para minha surpresa, ao chegar no INTO, o mA�dico disse que hA? um protocolo a ser seguido e, por isso, nA?o poderia me atender enquanto o cA?ncer primA?rio, no rim, nA?o fosse tratado. Voltei para Campos triste e comecei uma nova saga para conseguir ser operado no A?lvaro Alvima�?, o que aconteceu no dia 18 de dezembro de 2017, dois meses apA?s a descoberta do cA?ncer.

ApA?s se recuperar da cirurgia, JosA� Maria fez cinco sessA�es de radioterapia, encerradas no dia 16 de janeiro. Mas o que ele pensava ser, enfim, o inA�cio de uma recuperaA�A?o, se transformou em abandono. a�?A consulta que jA? estava agendada, foi desmarcada, ficamos vA?rios dias indo ao hospital para tentar nova consulta e, enfim, pegar a receita mA�dica, mas sequer, achA?vamos os mA�dicos lA?. O que era mais difA�cil nA?s jA? tA�nhamos, que era o remA�dio caro. SA? fomos atendidos em 5 de marA�oa�?, disse JanaA�na Santos Lima Miro, mulher de JosA� Maria.

BeneficA?ncia Portuguesa teve reduA�A?o de pacientes oncolA?gicos

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BeneficA?ncia tambA�m denuncia
AlA�m da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia do A?lvaro Alvim, Campos possui outras duas Unacons: no Hospital Geral Dr. Beda e na BeneficA?ncia Portuguesa. De acordo com a diretora da Unacon da BeneficA?ncia Portuguesa, a mA�dica Ionilda Velloso de Carvalho, desde o ano passado houve uma diminuiA�A?o drA?stica de pacientes encaminhados pela Secretaria Municipal de SaA?de para se tratarem no hospital.

a�?Eu percebi que a reduA�A?o maior ocorre hA? seis meses. Estamos praticamente com demandas ociosas no setor de oncologia referentes a novos pacientes. Por exemplo, houve um mA?s que recebemos apenas um paciente novo com cA?ncer. Isto causa estranheza, pois A� sabido que o Hospital A?lvaro Alvim vem alcanA�ando muito mais atendimentos de pacientes. Eu nA?o fiz uma reclamaA�A?o por escrito junto A� Secretaria de SaA?de, mas pude manifestar verbalmente meu descontentamento sobre essa situaA�A?o com o setor pA?blico, pois nosso hospital tem todas as condiA�A�es de tratar pacientes oncolA?gicos com presteza e agilidadea�?, disse a diretora da Unacon da BeneficA?ncia.

SoluA�A?o em reuniA?o de emergA?ncia na SaA?de
ApA?s a grande repercussA?o da reportagem do Jornal Terceira Via, na A?ltima sexta-feira (9), a secretA?ria municipal de SaA?de, Fabiana Catalani, realizou uma reuniA?o com os representantes das trA?s Unacons instaladas no municA�pio (A?lvaro Alvim, Hospital Dr. Beda e BeneficA?ncia Portuguesa) para tratar do assunto. Foi estabelecido como regra que para o primeiro acesso A�s consultas oncolA?gicas o paciente deverA? obrigatoriamente comparecer ao NA?cleo de Controle e AvaliaA�A?o da Secretaria de SaA?de para receber as devidas orientaA�A�es e as diferentes opA�A�es de locais de atendimento, com datas provA?veis de primeira consulta, equipe mA�dica, bem como a qualificaA�A?o dos serviA�os de cada hospital, abolindo a entrega de envelopes fechados que eram encaminhados diretamente para inserA�A?o noA�ServiA�o Estadual de RegulaA�A?o (SER).
Durante a reuniA?o, que teve momentos de tensA?o, o mA�dico Frederico Paes Barbosa, defendendo os interesses do Hospital A?lvaro Alvin, pediu para que constasse em ata sua discordA?ncia com a nova metodologia de atendimento aos pacientes com cA?ncer em Campos. A decisA?o tomada na reuniA?o visa equilibrar o sistema e beneficiar diretamente os pacientes com cA?ncer, que agora terA?o acesso mais rA?pido e eficaz para tratar a doenA�a.

Confira da ata da reuniA?o entreA�Fabiana CatalaniA�e representantes das trA?s Unacons:

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