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Clima deve seguir estável em Campos, com possibilidade de chuvas rápidas

Com o fim do verão se aproximando, choveu dentro do esperado no município, diz especialista

Campos
Por Ocinei Trindade
2 de março de 2018 - 18h10
Dias de calor e chuvas ocasionais até o fim do verão (Foto: Elton Nunes)

Dias de calor e chuvas ocasionais até o fim do verão em Campos (Foto: Elton Nunes)

Sol com nuvens, possibilidade de chuva rápida durante o dia e à noite, temperatura entre 23 e 35 graus: é a previsão para sábado (3) e domingo. A chegada de março anuncia o fim da estação mais quente do ano. A rotina volta à normalidade passado o período de férias. Este ano, em Campos, a chuva apareceu como o esperado por meteorologistas: com pancadas isoladas e espaçadas, agradando àqueles que puderam desfrutar dos dias de sol e praia, sem inundações ou transtornos prolongados. A temperatura foi mais amena que em outros anos, na casa dos 33 graus, em média. E qual a previsão para o fim do verão na região? Tudo indica que se mantém do jeito que está.

De acordo com o técnico em meteorologia do Instituto Histórico e Geográfico de Campos, Carlos Augusto Souto de Alencar, os quatro últimos verões foram atípicos com estiagem e seca prolongadas, com mais de 50 dias sem uma gota de chuva. Já em 2018, as chuvas não foram intensas, mas se mantiveram dentro da normalidade esperada. O que se tornou mais incomum nesta temporada foi o clima um pouco menos quente que em outros verões. “Isto se deve ao fenômeno “La Niña”, quando a superfície das águas do Oceano Pacífico esfria acima da média”, diz.

Para Carlos Augusto, chuva intensa que provoca estragos e preocupações ainda deve se manter até o fim do verão na capital e na região metropolitana. O verão se encerra no dia 20, às 13h14, quando se iniciará o outono. “As águas de março citadas na famosa canção de Tom Jobim não têm a ver com o verão em Campos e Norte Fluminense. É que devido à zona de alta pressão do Atlântico Sul que se estende até Macaé, temos uma espécie de barreira que impede que tempestades abranjam nossa região, concentrando-se mais na capital e cidades vizinhas”, explica.

A poesia de Tom Jobim é apreciada e comparada por Carlos Augusto Souto que, além da meteorologia, dedica-se também à literatura. “Se Jobim fosse campista, ele comporia “são as águas de dezembro abrindo o verão”, pois é nesta época que ocorre o período mais chuvoso no Norte Fluminense, de outubro a dezembro. Diferentemente do que ocorre na capital do Rio de Janeiro, que é de janeiro a março. Isto se explica por questões meteorológicas e geográficas”, afirma.

Em Campos, o volume do Rio Paraíba do Sul serve de parâmetro para apontar períodos de seca e de enchentes. Quando o nível do rio se eleva na cidade, é porque recebeu uma carga pluviométrica maior, proveniente do estado de Minas Gerais, principalmente da região da Zona da Mata mineira.  “Os últimos verões em Campos foram cruéis para o Paraiba do Sul. E, para o rio se recuperar e atingir sua normalidade, serão necessários mais três verões chovendo dentro da média como este em que estamos”, frisa Carlos Augusto.

Enquanto o verão não termina, os dias ensolarados devem continuar sendo desfrutados,  sobretudo nos fins de semana em momentos de lazer. A expectativa é que o próximo outono comece quente com cara de verão em abril,  e passe a ter mais cara de inverno com dias secos e frios em maio. Aliás, se as temperaturas neste verão foram mais baixas por conta do “La Niña”, no outono a tendência é que baixe ainda mais. Aguardemos a confirmação da previsão do tempo.