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Pezão sanciona lei e museu da escravidão pode ser lançado no dia da Abolição

O novo museu será centro de referência para estudos sobre a contribuição da população negra

Cultura
Por ASCOM
27 de janeiro de 2018 - 17h25

Após a inclusão do Cais do Valongo na lista de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Museu da Escravidão Negra no Brasil pode sair do papel. A lei que define diretrizes para construção do espaço foi sancionada na última semana pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão.

Ficou estabelecido que o novo museu será centro de referência para estudos sobre a contribuição da população negra para o desenvolvimento do estado. O objetivo é incentivar e contextualizar estudos sobre o período, além de formar professores.

“Será um local para as buscarem a verdadeira história da escravidão”, disse o deputado Geraldo Pudim (MDB), que liderou a aprovação da lei. “A África foi a mola propulsora do nosso desenvolvimento e isso é uma coisa escondida.”

Segundo o deputado, expectativa é que a pedra fundamental do museu seja anunciada em 13 de maio, aos 130 da abolição no Brasil – último país a acabar com a prática na América.

“É preciso difundir o horror desse período, em termos de violência, de tortura, de estupros e da absoluta negação da humanidade a um grupo de pessoas que logo depois passou a constituir a maioria da população e, por isso mesmo, houve uma série de políticas para acabar com ela”, disse.

O acervo do novo museu deve ser inicialmente composto por peças de religiões de matriz africana. Tais peças, apreendidas de coleções nos ano 20 e tombadas ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), estão sob a guarda da Polícia Civil, e inacessíveis ao público

Arquivos históricos e coleções, fotografias, documentos, pinturas e utensílios que possam reconstituir a história e costumes dos descendentes de africanos também devem ser expostos. É possível que o acervo levantado nos últimos anos pela Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra, da Ordem dos Advogados do Brasil, seja incorporado, disse Humberto Adami, presidente da comissão.