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Campos na contramão do Brasil na corrida para vacinação que previne a febre amarela

Tranquilidade do município se deve ao mutirão de vacinas registrado em 2017 na cidade

Campos
Por Redação
16 de janeiro de 2018 - 16h23
Campos registrou em 2017, um caso da doença em macaco (Foto: Supcom)

Campos registrou em 2017, um caso da doença em macaco (Foto: Supcom)

O verão é uma das estações mais esperadas do ano pela grande maioria. Calor, sol, praia estão entre as qualidades desta época, porém também existem algumas preocupações, principalmente quando se trata das doenças que aparecem com a estação.

Uma das doenças é a Febre Amarela. Em 2018, o Estado do Rio de Janeiro já registrou quatro casos confirmados, sendo um óbito em Teresópolis e outros três casos em Valença, send dois mortos, segundo informações da Secretaria de Estado de Saúde.

No ano passado, em 2017, o município de Campos estava entre as áreas de risco da doença e foi a primeira cidade a liberar a https://essayson-line.com/ vacina, já que casos de febre amarela haviam sido registrados no Espírito Santo, próximos aos distritos de Santa Maria e Santo Eduardo. Em Campos, um caso da doença foi confirmado em um macaco.

Segundo dados da Prefeitura de Campos, neste início de 2018 nenhum caso de febre amarela foi registrado no município. Cerca de 260 mil pessoas foram vacinadas contra a febre amarela em Campos, desde o ano passado, de acordo com dados da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. As ações preventivas, a partir da morte de macacos no país e na região, contribuíram para que nenhum caso da doença fosse registrado no município.

Mesmo com o final da campanha nacional, a vacina continua disponível na rede municipal de saúde. A população pode procurar a sala de vacina do Centro de Saúde, anexo ao prédio da Secretaria de Saúde, de segunda a sexta-feira, das 8hs às 16h.

As pessoas que ainda não se vacinaram devem comparecer ao local de vacinação, munidos de carteira de identidade, comprovante de residência e cartão de vacinação, principalmente os menores de idade. A vacina é destinada a pessoas entre 9 meses e 60 anos, obedecendo às indicações e contraindicações do Ministério da Saúde, que são: não possuir doenças como câncer, HIV positivo; não ser alérgico a proteína do ovo e a gelatina; não fazer uso de medicamentos como corticoide; não ser gestante e não estar amamentando.
Segundo o diretor do Centro de referência de Doenças Imuno-Infecciosas (CRDI), Luiz José de Souza, a vacinação em massa no ano passado ajudou a manter o município tranquilo neste início de 2018. “Aqui em Campos a situação está bastante tranquila , porque ano passado foi feito vacinação em massa e cinturão em proteção à áreas de florestas. Esse ano era mais do que previsto que  toda região sudeste precisaria vacinar a população, mas não produziram vacinas suficiente e agora entraram com medidas extremas porque não tem vacina para todos e estão com fracionamento. Isso não é o ideal para a prevenção da febre amarela.”, disse o diretor.

Vacinação ampliada

Na última semana, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro recomendou às prefeituras de três municípios que ampliem a vigilância sanitária e intensifiquem a vacinação contra a febre amarela. São eles: Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Tanguá, na região metropolitana do Rio, e Miguel Pereira, na região centro-sul do estado. Nessas três cidades foram registrados casos de macacos mortos com resultado positivo para a febre amarela.

Cinturões de bloqueio

Desde janeiro de 2017, a Secretaria de Saúde vem adotando medidas preventivas e, antes mesmo de registrar os primeiros casos no estado, iniciou a criação de cinturões de bloqueio, recomendando a vacinação contra a febre amarela principalmente em municípios situados na divisa com Espírito Santo e Minas Gerais (áreas de risco para a doença).

Desde julho do ano passado, todas as 92 cidades do estado já estão incluídas na área de recomendação da vacina e a campanha de vacinação é realizada. A subsecretaria de Vigilância em Saúde vem fazendo reuniões mensais com os secretários de saúde dos municípios para acompanhar a situação vacinal e o desenvolvimento da doença.

Os casos registrados até agora são do tipo silvestre, transmitido pelas espécies de mosquito HaemagogusSabeths, presentes em áreas de mata. Não há registro da forma urbana da doença, transmitida pelo Aedes aegypti desde 1942.

A secretaria reforçou a importância de as pessoas que ainda não se vacinaram buscarem um posto de saúde onde serão imunizadas.

Quem pode se vacinar

A Secretaria de Estado de Saúde recomenda a vacinação de pessoas a partir dos 9 meses de idade.

Quem não pode se vacinar

Na vacinação implementada pela SES no RJ, a imunização é contraindicada para: pessoas com alergia a algum componente da vacina e alergia a ovos e derivados; pessoas com doença febril aguda, com comprometimento do estado geral de saúde; ou ainda pacientes com doenças que causam alterações no sistema de defesa (nascidas com a pessoa ou adquiridas), assim como terapias imunossupressoras – quimioterapia e doses elevadas de corticosteroides, por exemplo; indivíduos portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico ou com outras doenças autoimunes; pacientes que tenham apresentado doenças neurológicas de natureza desmielinizante (Síndrome de Guillain-Barré, ELA, entre outras) no período de seis semanas após a aplicação de dose anterior da vacina; pacientes transplantados de medula óssea; pacientes com histórico de doença do Timo; crianças menores de seis meses de idade; crianças menores de dois anos de idade que não tenham sido vacinadas contra febre amarela não devem receber as vacinas tríplice viral ou tetra viral junto com a vacina contra FA. O intervalo entre as vacinas deve ser de 30 dias.

Preocupação no país

No período de monitoramento, até o dia 08 de janeiro deste ano, foram confirmados 11 casos de febre amarela, sendo oito no estado de São Paulo, um (01) no Rio de Janeiro, um (01) em Minas Gerais e um (01) no Distrito Federal. Quatro casos evoluíram para óbito, sendo dois em São Paulo, um (01) em Minas Gerais e um (01) no Distrito Federal. Ao todo, foram notificados 381 casos suspeitos de febre amarela em todo o país no período, sendo que 278 foram descartados e 92 permanecem em investigação.

Em relação ao surto que ocorreu no primeiro semestre de 2017, entre dezembro de 2016 e junho de 2017, foram confirmados 777 casos e 261 óbitos por febre amarela, o que representou a maior transmissão da doença das últimas décadas. A região Sudeste concentrou a grande maioria das notificações, com 764 casos confirmados, seguida das regiões Norte (10 casos confirmados) e Centro-Oeste (3 casos). As regiões Sul e Nordeste não tiveram confirmações.

Fonte: Redação / Fiocruz