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Editorial: Macaé, uma cidade feita refém pelo tráfico de drogas

Esse perfil é resultado de ações de um traficante macaense, que tinha o apelido de Roupinol

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Por Coluna do Balbi
9 de janeiro de 2018 - 16h37
Caveirão do BOPE chega à Macaé (Foto: Whattsapp)

Caveirão do BOPE chega à Macaé (Foto: Whattsapp)

O tráfico de drogas em Macaé tem o perfil mais violento do interior do estado do Rio de Janeiro, tanto que a cidade seria a primeira fora da capital a ter uma UPP para apaziguar as favelas nas Malvinas e Nova Holanda.

Esse perfil é resultado de ações de um traficante macaense, que tinha o apelido de Roupinol. Ele começou a controlar o tráfico de drogas na cidade ainda nos anos 90.

Seu sonho era entrar para a cúpula do tráfico na cidade do Rio de Janeiro, mas precisava de uma grande proeza para mostrar prestígio, coragem e ter dinheiro como cartões de visitas. Então, Roupinol explodiu no fim de um horário útil bancário uma rede de transmissão de energia usando dinamite.

Com a explosão, a cidade viveu um apagão e dois bancos foram assaltados. Com esse dinheiro e essa proeza, Roupinol carimbou seu passaporte para o alto escalão do tráfico de drogas na capital carioca, dividindo poder, inclusive, com Fernandinho Beira-Mar.

O traficante macaense que acabou montando refinarias de cocaína em vários pontos do município de Conceição de Macabu, vizinho a Macaé, passou a dominar o tráfico no Morro de São Carlos no Rio, onde acabou morrendo em um confronto com a polícia no início de 2000.

Com sua morte, o comando da facção passou a administrar o tráfico em Macaé com extrema violência. É uma cidade, indiscutivelmente refém da violência dos traficantes e o que estamos presenciando agora tende a se agravar.