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Editorial: acidentes envolvendo motocicletas são problema de saúde pública

Quando sobrevive a um acidente, motociclista fica com sequelas em boa parte das vezes e isso custa caro ao Estado

Opinião
Por Redação
17 de dezembro de 2017 - 0h01

img_0184Por ALOYSIO BALBI

Os acidentes de motocicletas em Campos passaram a ser problema de saúde pública. São endêmicos. Crescem na mesma proporção em que cresce a frota deste tipo de veículo. A reportagem especial desta semana mostra que o que deveria ser uma ferramenta de mobilidade, acaba se transformando em uma indústria de pessoas imóveis, amputadas quando não mortas.

É um problema de quase toda cidade do mundo, mas aqui parece se acentuar por motivos diversos. Motociclistas e motoristas parecem duelar em ruas e avenidas. No item imprudência, os motociclistas ganham de lavada, como quem quisesse fazer imperar a chamada lei do mais fraco, estando sempre na preferencial de qualquer situação.

Mas não é isso que acontece. Acaba prevalecendo a lei dos mais fortes, com os carros derrubando motos. O número de mortes de motociclistas em Campos é assustador. Quando o motociclista sobrevive a um acidente, em boa parte das vezes fica com sequela, como amputações, e isso custa caro para a saúde pública.

Seria preciso uma campanha para educar esses motociclistas que cortam os veículos pela direita e vão costurando o trânsito em zigue-zague.

A vestimenta é sempre inadequada. De cada 10 motociclistas apenas um se veste a rigor, com jaqueta de couro, botas, luvas e outros itens que deveriam ser exigidos. É comum ver nas ruas de Campos motociclistas usando sandálias de dedos, bermudas e sem camisa.

O efeito motoboy, uma profissão que cresce e é necessária é um outro ponto que merece atenção. Esses profissionais devem ser treinados, e não ter que se comportar como competidores na hora da entrega das mercadorias. Em Campos é possível até ver motociclistas fazendo entregas de botijões de gás. Algo bem explosivo.

Motocicleta que é bem usada, é um espetáculo de mobilidade e de economia. Mas infelizmente não é isso que se vê. Todos conhecemos alguém que morreu em acidentes de motocicleta. Em muitas famílias existem casos desta tragédia. E os números vão crescendo com a frota aumentando.

Chegou o momento dos gestores se preocuparem com isso, porque na ponta do lápis o custo é muito alto em reabilitação de acidentados, sem falar em algo que se perde e não tem preço que é a vida. Sempre existiram riscos sobre duas rodas, mas em Campos a coisa ultrapassou o limite e aumenta com uma velocidade espantosa.