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Diabetes: a disciplina e a prevenção

Na semana do Dia Mundial da doença, endocrinologista faz alerta para os hábitos de vida da população

Geral
Por Redação
17 de novembro de 2017 - 9h13
A endocrinologista Bárbara Gazineu alerta para crescimento da obesidade infantil (Foto: Silvana Rust)

A endocrinologista Bárbara Gazineu alerta para crescimento da obesidade infantil (Foto: Silvana Rust)

Atualmente, existem mais de 13 milhões de brasileiros com diabetes, o que representa 6,9% da população convivendo com a doença, segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes. Trata-se de uma patologia crônica na qual o corpo não produz insulina, o hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue, ou não consegue empregar adequadamente o que produz. Cada vez esse número está aumentando e chamando a atenção dos especialistas, por isso, 14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes, data que alerta para o aparecimento de complicações e principalmente para a prevenção primária.

A aposentada Maria José Ribeiro, de 74 anos, descobriu que tinha diabetes do tipo 2 durante uma cirurgia no coração há mais de 20 anos e desde então faz o uso de insulina todos os dias, além de medir a glicemia.

“Hoje em dia, a doença está controlada. Faço acompanhamento médico de três em três meses, mas já levei muitos puxões de orelha dos meus filhos e netos, pois sou apaixonada por doces e preciso me controlar para evitar problemas de saúde graves”, conta.

No diabetes tipo um, o pâncreas para de produzir insulina, já o tipo dois, o órgão tem dificuldade de atuar, mas o paciente produz insulina e nem sempre precisa de muita reposição e medicamentos orais. Segundo a endocrinologista, Bárbara Gazineu, o grande problema relacionado a esta patologia está na obesidade. Uma epidemia que vem tomando conta do planeta. O Brasil tem cerca de 18 milhões de pessoas consideradas obesas.

“Cada vez mais, eu recebo pacientes adolescentes com 13, 14 anos, pesando 90 a 100 kg e com hábitos alimentares totalmente errados, além de adultos que também não têm tempo para se alimentar corretamente e praticar atividades físicas. Atualmente, têm aparecido muitos casos de diabetes juvenil e o acervo terapêutico desse tipo de paciente ainda é muito pequeno e as medicações não são muito evoluídas para essa faixa etária.

Existe também um tipo chamado diabete LADA, que está surgindo em jovens, passando despercebido na maioria das vezes e precisa ser diagnosticado precocemente. Ele não tem muita diferença em relação aos outros, porém aparece mais cedo, sem necessidade de insulina, mas tem que tratar”, explica.

A médica ressalta ainda que no Dia Mundial do Diabetes é importante chamar a atenção para prevenção primária e também nos diabéticos já estabelecidos, a prevenção de complicações.

“A gente diz que é uma assassina silenciosa, porque a pessoa pode ter a doença, não sabe e quando vê já está afetando os órgãos alvos, como coração, rins, olhos e nervos periféricos de membros inferiores. A mudança de vida, identificação de grupo de risco e o rastreio, principalmente na gravidez é essencial. O diabético tem que se conhecer e se alimentar nas horas corretas. O diabético tipo 1, por exemplo, deve medir a glicemia, não só em jejum, o indicado é pelo menos três vezes ao dia, para ver a variabilidade da glicose, se está alta ou não e em quais horários, para saber exatamente em qual ponto direcionar. Hoje em dia é possível ainda rastrear aquele paciente que têm casos de diabetes na família, através de procedimentos específicos, como curva glicêmica e curva insulínica, que são exames de sangue que verificam antes que a doença apareça, se a pessoa tem pré-diabetes, a chamada intolerância à glicose”, frisa.

Mas, existem notícias boas para os pacientes. O campo do diabetes está cada vez mais evoluído, de acordo com a endocrinologista, as novidades principais são as insulinas com menos efeitos colaterais, que causam menos queda de glicose no sangue, além de agulhas mais finas.

“São insulinas de ação ultrarrápida, que têm um efeito melhor na alimentação. Existem medicações novas com menos alterações aos rins. A evolução está cada vez maior. A indústria farmacêutica é muito rápida, o problema é que algumas coisas ainda não estão tão acessíveis à população, mas são medicamentos com taxa de sucesso muito maior”, comenta.