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Anticoncepcionais como tratamentos de distúrbios femininos

Os métodos contraceptivos são também usados para amenizar cólicas menstruais, hiperandrogenismo e acne

Geral
Por Redação
9 de novembro de 2017 - 15h49
A pílula anticoncepcional é um dos métodos mais utilizados pela mulher em idade fértil (Foto: reprodução)

A pílula anticoncepcional é um dos métodos mais utilizados pela mulher em idade fértil (Foto: reprodução)

A saúde da mulher envolve muitas questões, e alguns distúrbios enfrentados por elas geram certos desconfortos. Atualmente, o universo feminino dispõe de alguns tipos de métodos contraceptivos, desde a camisinha, a pílula anticoncepcional e anéis vaginais até injeções e dispositivos internos colocados dentro do útero, o chamado DIU.

Porém, além de impedir a gravidez e prevenir doenças sexualmente transmissíveis, eles também são usados no tratamento de cólicas menstruais, que podem ser um sinal de endometriose, acne, hiperandrogenismo e até a síndrome dos ovários policísticos. Segundo dados divulgados este ano pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), aproximadamente 100 milhões de mulheres no mundo utilizam a pílula como método contraceptivo.

No caso da estudante Lorena Rocha, de 20 anos, o surgimento expressivo de acne, principalmente em seu rosto, resultou em um tratamento utilizando a pílula. “Passei boa parte da minha adolescência sem ter grandes problemas com acne, mas ao completar os 18 anos, eu comecei a perceber que estavam aparecendo diversas espinhas no meu rosto, de tamanhos diferentes e que chegavam a doer. Após uma consulta com a dermatologista, ela indicou que procurasse um ginecologista e aí veio o diagnóstico de ovários policísticos e o início do tratamento com a pílula, além de outros medicamentos”, conta.

Segundo a ginecologista Rachel Tavares, a utilização de anticoncepcionais hormonais como pílulas, anéis vaginais e implantes protegem os ovários contra a formação dos microcistos e diminuem os níveis de hormônios masculinos e de insulina no sangue, melhorando a acne. “A acne também é uma importante causa de hiperandrogenismo (um distúrbio endócrino comum das mulheres em idade reprodutiva caracterizada pelo excesso de hormônios) na adolescência, muitas vezes visto como um problema dermatológico isolado pela paciente. Vinte e cinco por cento dos casos de acne moderada a severa estão associados ao aumento dos níveis de testosterona no sangue, tornando a acne um problema de difícil controle, sem boa resposta com tratamentos tópicos de pele, necessitando de medicações hormonais”, explica.

A médica ainda esclarece que os anticoncepcionais orais são mé- todos de contracepção confiáveis com falha de apenas 0,1%, se for utilizado de forma correta. As pílulas são feitas de progesterona isolada ou uma combinação de progesterona e estrogênio. “As pílulas não possuem apenas esse benefício contraceptivo, Tratamento de distúrbios femininos. Os anticoncepcionais são também usados para amenizar cólicas menstruais, hiperandrogenismo e acne sendo úteis também em vários outros distúrbios, como cólicas menstruais, hiperandrogenismo, acne e irregularidade menstrual. Mulheres que usam contraceptivos combinados de estrogênio e progesterona têm de duas a quatro vezes mais riscos de tromboembolismo quando comparadas a não usuárias. É o componente estrogênio que aumenta esse risco e embora, atualmente, novas pílulas tenham sido formuladas com menores doses de hormônio, sendo mais seguras e com menos efeitos colaterais, o risco de eventos tromboembólicos não foram totalmente eliminados. Pacientes fumantes, obesas, sedentárias, com doenças cardiovasculares, insuficiência venosa periférica (varizes), nos casos de trombofilias, mulheres acima de 40 anos ou que apresentem alguma imobilidade permanente ou temporária, devem evitar esse tipo de contracepção. Todos esses fatores são levados em conta pelo ginecologista no momento de prescrever determinado tipo de pílula até para que eventualmente seja recomendado outro método contraceptivo, como por exemplo, o dispositivo intrauterino (DIU). Pílulas contendo somente progesterona não estão associadas ao aumento do risco de trombose e podem ser utilizadas nessas pacientes como opção de contraceptivo oral”, revela.