As belezas naturais das cachoeiras de Rio Preto fazem do lugar um dos pontos turísticos mais conhecidos e visitados de Campos dos Goytacazes. Águas transparentes, piscinas naturais e mata atlântica ainda preservada são algumas das características que despertam nos visitantes aquela sensação de conexão com a natureza que eleva a alma e acalma o espírito. Mas para desfrutar desse sentimento é necessário percorrer um caminho de aproximadamente 45 km do Centro até Morangaba, 9º Distrito de Campos, e, em seguida, encarar 8 km de trilha a pé. Nada tão difícil ao ponto de não valer o esforço. Até porque, aqueles que já foram são enfáticos ao declarar que vale. E muito.
O acesso às cachoeiras é por uma estradinha de terra. A trilha tem intensidade moderada e, em alguns trechos, há ladeiras e pedras, mas a dificuldade é recompensada pelo visual inebriante das diversas espécies de árvores e plantas ao redor. Outra alternativa é utilizar um transporte informal que leva os banhistas até as cachoeiras, evitando que eles façam essa caminhada que pode levar até 1 hora.
Aqueles que vão de carro, precisam estacioná-los em uma área verde com capacidade para 20 veículos, situada aos pés da Pedra Peito de Moça, que é um dos cartões postais do local. Para estacionar ali, os moradores da região cobram informalmente uma quantia de R$ 10.
Quando chegam ao destino, os visitantes se depararam com diversas piscinas naturais e quedas d’água — a maior delas chega a 50 metros de altura e 20m de largura, com profundidade média de 1 metro. Um verdadeiro espetáculo da natureza. Nesse descampado onde ficam os carros há ainda uma placa que o indica como “área para camping”, mas se você espera uma estadia confortável, o melhor a fazer é procurar uma pousada, porque a falta de estrutura configura a prática do camping em Rio Preto como “selvagem”.
Camping
Quem acampa ali geralmente está em busca de uma aventura. É o caso do professor Yuri Rocha. Ele frequenta o lugar desde 2005 e deu algumas dicas para quem deseja fazer como ele e se hospedar sob a luz da lua. “É indispensável o uso de repelentes, calças que protejam as canelas e calçados fechados para caminhar pelo mato. (principalmente durante a noite) lanternas e kit primeiros socorros também podem ser muito úteis. Leve também uma bolsa para armazenar o lixo produzido lá. Para a sua segurança, não monte acampamento muito próximo da margem porque, em caso de chuva na nascente, as águas podem surpreender os campistas, mesmo que não haja sinal de chuva no local do acampamento”, explicou.
Como não há energia elétrica no lugar, aqueles que acampam precisam fazer fogueiras para ter iluminação durante a noite e também para se aquecer do frio. Segundo Yuri, também há algumas precauções que devem ser tomadas na hora da montagem. “Certifique-se de manter uma distância de segurança entre a fogueira e a tenda/ barraca”, disse. Ele dá ainda outras orientações: “Restos de alimentos deixados próximos as tendas podem ser inofensivos para a natureza, mas certamente irão atrair insetos ou pequenos animais. Além disso, quando planejar o seu camping, avise sempre a familiares ou amigos onde está e quanto tempo pretende ficar, pois a maior parte da área usada para camping não tem cobertura para sinal de telefone”, concluiu.
Pousada
Ao contrário do Imbé, localidade escolhida na última edição da série Destino Campos, Rio Preto é uma área bastante explorada pelo turismo. Tanto que os visitantes que desejam passar mais de um dia no local, têm diversas opções de estadia. Uma das pioneiras a investir nesse ramo foi a empresária Adriana Gama que, há 17 anos abriu a Pousada Olho D’Água às margens da cachoeira. Ela contou à equipe de reportagem do Jornal Terceira Via que, nos últimos tempos, o movimento reduziu consideravelmente. O motivo seria a crise econômica. “Penso que as pessoas veem o turismo como algo supérfluo e, por isso, quando precisam abrir mão de algo, abrem mão do lazer. Mas mesmo diante dessa situação, não deixamos de ter nossa clientela e também aproveitamos o momento para criar medidas que atraiam os visitantes”, afirmou. Nessa pousada, por exemplo, há a possibilidade de passar o dia e usufruir do restaurante e das opções de lazer oferecidas no espaço.
Adriana conta ainda que a movimentação é restrita aos finais de semana. Nos demais dias, o local é explorado somente por grupos específicos, como estudantes, religiosos ou pessoas da terceira idade. “Acredito que, devido à distância, os visitantes preferem ter mais tempo para conhecer as cachoeiras e isso acontece geralmente aos sábados e domingos. De segunda a sexta, Rio Preto ainda parece um lugar bucólico e pouco frequentado”, contou.
Esportes
Por se tratar de uma área rural e com cachoeiras, Rio Preto também é uma região propícia para a prática de esportes radicais. Entre as modalidades executadas ali estão o trekking, a pesca, a escalada, o rapel, a tirolesa, o motocross e, claro, safári fotográfico — porque não é possível ir até o lugar e não fotografar as inúmeras belezas naturais.
Resposta da Prefeitura
O diretor de Turismo da secretaria de Desenvolvimento Econômico, Junior Lucena, explicou que vem buscando parcerias junto ao Governo Federal para que sejam realizadas ações na região de Rio Preto e também nos demais pontos de incentivo ao turismo ambiental, do município. Já a secretaria de Desenvolvimento Ambiental disse que ações em parceria com a Fundação Municipal do Esportes (FME) já são executadas com o intuito de levar o munícipe a conhecer melhor estes locais de preservação. A secretaria também informou que realiza coleta regular de resíduos no local. Em caso de denúncias sobre descarte irregular, a população também pode entrar em contato com o órgão pelo telefone 981751882. Em caso de denúncia ambiental, os munícipes podem entrar em contato com a Grupamento Ambiental (GAM) através dos números (22) 98175-0785 ou pelo whatsapp (22) 98175- 0758.
Como chegar
Do Parque de Exposição da Pecuária, siga a estrada Campos – São Fidelis, RJ-158. Após passar pela Usina Santa Cruz, conte 17 km rodados e dobre à esquerda na entrada de Itereré. Siga por 28 km até Rio Preto. Um ponto de referência é a Pedra do Peito de Moça.
