Os hospitais públicos que recebem verba da Prefeitura de Campos estão apreensivos com o atraso no repasse e admitem a possibilidade de suspensão de determinados setores e até mesmo demissão de funcionários caso a situação não seja normalizada.
Segundo o Sindicato dos Médicos, a situação da Santa Casa de Misericórdia é a mais preocupante. Além do atraso municipal, a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) está defasada há mais de uma década, situação que agrava o funcionamento pleno das instituições.
De acordo com os funcionários da Santa Casa, o quadro de colaboradores poderá ser reduzido em até 50%, segundo a administração. Para o Sindicato dos Empregados da Saúde, Carlos Morales, essa crise financeira era esperada nesse ano.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informa que, mesmo o município enfrentando uma grave crise econômica, tem procurado manter os pagamentos em dia. Diálogos têm sido mantidos com frequência na tentativa de garantir um melhor atendimento à população.
Os repasses das verbas federais e municipais aos hospitais filantrópicos, somente este ano, foram de mais de R$86 milhões. A verba Federal está sendo repassada em dia e, com relação ao complemento municipal, está em aberto somente o mês de julho. No total, o repasse da verba federal neste ano para as unidades foi de R$ 51.266.345,37 e o complemento municipal foi de mais de R$ 34,8 milhões.
Sobre a informação de suspensão dos atendimentos aos pacientes, é uma medida irregular. A secretaria ressalta ainda que, caso a posição da categoria seja mantida, medidas judiciais serão tomadas, já que o atendimento à população é prioridade da atual gestão, que vem trabalhando com uma receita com menos cerca de R$ 1 bilhão, se comparado ao ano passado.