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Caso Ana Paula: um assassinato premeditado e insano que abalou a sociedade campista

Madrinha mandou matar a noiva, sua cunhada, dois meses antes da festa do casamento, marcada para outubro

Campos
Por Redação
27 de agosto de 2017 - 0h01
Amigas de uma vida inteira Ana Paula e Luana tinham amizade desde a adolescência. (Foto: Reprodução)

Amigas de uma vida inteira Ana Paula e Luana tinham amizade desde a adolescência. (Foto: Reprodução)

Ciúme, paixão, traição, dinheiro. Na teledramaturgia esse já foi o enredo para muitas tragédias. Crimes cometidos em nome do amor. Na vida real, não é diferente. E, nos noticiários, vemos, constantemente, histórias de crimes tendo como explicação a paixão ou a violenta emoção. Afinal, o amor pode se tornar assassino? Em pouco mais de um ano, os campistas ficaram chocados com dois crimes que, como o delegado de Guarus, Luís Maurício Armond, classificou: “macabros”. De um lado, uma universitária e uma bancária: cunhadas.

Do outro, uma analista judiciária e um guarda municipal: marido e mulher. Histórias diferentes com o mesmo final trágico e uma dúvida: por que elas foram mortas?

buy dopoxetine online Ana Paula, jamais poderia imaginar que a amiga e cunhada um dia planejaria o seu assassinato

As investigações referentes ao atentado contra a jovem universitária Ana Paula Ramos, de 25 anos, seguiram rumos assustadores. O crime que, a princípio, estava sendo investigado como latrocínio, roubo seguido de morte, ganhou outras suspeitas como inveja ou passionalidade por parte da cunhada da vítima, Luana Sales. Segundo Armond, os autores e o intermediário confessaram toda a ação, mas Luana permaneceu em silêncio. Ele diz ainda que não há dúvidas de que a cunhada seja a mandante do crime. As motivações que levaram Luana a encomendar o crime ainda não foram concluídas pela polícia. Ana Paula estava com o casamento marcado para o dia 21 de outubro.

Luana casou com o irmão de Ana Paula em dezembro do ano passado. Segundo familiares, a relação delas era amigável, sem rixas aparentes. Em julho deste ano, Luana ajudou, inclusive, Ana Paula organizar o chá de panela.

De acordo com a polícia, Luana teria acordado pagar R$ 2.500 para que dois assassinos cometessem o crime de modo que parecesse um latrocínio (roubo seguido de morte) e, assim, extinguissem demais suspeitas. Antes do atentado, a cunhada já teria acertado R$ 2 mil e o restante seria pago após o episódio. Além de Luana, outros três homens estavam envolvidos no esquema — os dois executores, tratados inicialmente como assaltantes; e um terceiro, que seria o responsável por fazer a ligação entre a cunhada e os outros dois.

No sábado (19), a cunhada teria levado Ana Paula até a praça do Parque Rio Branco, próximo ao Hospital Geral de Guarus (HGG), em Guarus, onde aconteceu o crime, sob a justificativa de visitar um terreno e experimentar o vestido que Luana usaria no casamento de Ana Paula, ocasião que seria madrinha. As duas teriam parado para tomar um sorvete nessa praça quando a vítima foi abordada pelos executores. Eles teriam pedido o celular da moça, que o entregou sem reagir, mas ainda assim foi atingida com três tiros — dois no tórax e um na cabeça.

Delegado adiantou que essa semana apresentará novidades sobre o Caso Ana Paula. (Foto: Silvana Rust)

Delegado adiantou que essa semana apresentará novidades sobre o Caso Ana Paula. (Foto: Silvana Rust)

Antabuse reviews Delegado Luís Armond disse ao Terceira Via que nem tudo está elucidado e caso terá novidades

O delegado responsável pelo caso, Luís Maurício Armond, disse que no início da semana haverá novidades no inquérito. Para não atrapalhar as investigações, ele preferiu não adiantar os detalhes. Ele disse para o Terceira Via que não poderia fazer um melhor detalhamento porque as investigações estão em curso e poderiam ser prejudicadas.

Formada em administração de empresas e funcionária executiva de um banco, Luana já constituiu um advogado, para tentar responder pelo crime em liberdade ou direito a prisão especial por sua graduação. O problema é que no presídio feminino em Campos, onde ela está presa, não existe espaços diferenciados para prisão especial. No sistema prisional da cidade do Rio existe prisão especial para quem tem curso superior, mas a família de Luana prefere que ela permaneça em Campos. O advogado contratado pela família ainda não teve o nome revelado. Ele já teve o primeiro contato com sua cliente.

O processo deverá demandar tempo com as provas produzidas encaminhadas ao Ministério Público assim como a conclusão do inquérito. Em seguida deverá ocorrer o sumário de culpa dos acusados, quando serão ouvidos por um juiz. Só após esse tramite deverá ser marcada a data do julgamento. Isso deverá acontecer ao longo do primeiro semestre do próximo ano. Oficialmente até agora a acusa não confessou o crime, conforme informou ontem o delegado Luiz Armond. Segundo o delegado era vai responder por homicídio triplamente qualificado e por feminicído.

Psicólogo faz uma análise do crime que chocou a cidade de Campos

Para o psicólogo, Luiz Antonio Cosmelli, todos nascem com um potencial de transtorno de agressividade e raiva.

“O que estamos percebendo é que tem acontecido muito esse tipo de coisa, e o que assusta é que há uma banalização destas condutas. Nossa personalidade é desenvolvida na infância, na primeira relação com a família. A partir daí é construído o afeto e o lar social, baseado em regras, limites e no filtro de que algumas coisas não podem ser ultrapassadas”, explicou o psicólogo.

Ainda de acordo com Luis Antonio, de alguns anos pra cá, esse filtro, que era bem claro e conservador, hoje não existe mais.

“Quando nossos pais diziam não, aquilo ficava dentro da gente, mas parece que isso se perdeu. Hoje existe uma dificuldade em dizer ‘não’, tanto em casa, quanto na escola ou no trabalho. Isso resulta na perda do pacto social, onde podemos viver com mais tolerância e paciência. Se isso não tem freio acontecem essas barbáries, a banalização da dor do outro”.

Antonio finalizou dizendo que muitas vezes, a violência se associa à camadas mais pobres da sociedade, mas isso não é verdade.

“A possibilidade de perder essa condição de respeitar o outro está em qualquer parte da sociedade”, concluiu. buy nolvadex online