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MP cumpre busca e apreensão na casa dos Garotinho, na Lapa, e na Prefeitura de Campos

Ação é parte da Operação Caça-Fantasmas, que investiga contratos da Prefeitura com a GAP Comércio e Serviços Especiais

Campos
Por Redação
8 de agosto de 2017 - 8h31
(Foto: Silvana Rust)

(Foto: Silvana Rust)

POR MARCOS CURVELLO, PATRÍCIA BARRETO nolvadex online E TAYSA ASSIS

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) cumpre, na manhã desta terça-feira (8), 30 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal de Duque de Caxias em endereços de Campos, da capital e da Baixada Fluminense.

Em Campos, agentes do MP-RJ cumprem mandados na casa do casal Garotinho, na Lapa, e na Prefeitura. No Rio e na Baixada, as apreensões acontecem na Barra da Tijuca, em Jacarepaguá e em Duque de Caxias.

A ação é parte da Operação Caça-Fantasma, resultado da investigação dos contratos da Prefeitura com a GAP Comércio e Serviços Especiais, empresa contratada pela ex-prefeita do município para fornecer ambulâncias ao município. O objetivo é apreender contratos e documentos relacionados a, pelo menos, 21 sociedades empresárias constituídas com “laranjas” e “fantasma”.

A GAP começou a prestar serviços ao município em 2009 e, em dois anos, recebeu R$ 32 milhões. Até 7 de junho de 2013 vigorava um contrato no valor de R$ 15 milhões, rescindido apenas após a revista Época revelar que o proprietário da empresa, George Augusto Pereira, era um fantasma.

“Foi fornecida ao MP-RJ toda a documentação que existia na Prefeitura relativa ao contrato celebrado com a GAP em 2009, durante o governo da ex-prefeita Rosinha Garotinho, e que prosseguiu até 2013. Os agentes levaram procedimentos licitatórios da época, documentos relativos a pagamentos feitos e outros registros esparsos. Agora, precisamos aguardar a continuação das investigações do Processo Criminal em Duque de Caxias”, explica o procurador geral do município, José Paes Neto, que acompanha a ação.

(Foto: JTV)

(Foto: JTV)

Ambulâncias — Em um pátio alugado pela Prefeitura, os agentes do MP-RJ encontraram 75 ambulâncias da GAP, que aguardam devolução. Já em um terreno da Prefeitura no bairro Tropical, encontraram outras seis ambulâncias.

Por fora, as unidades estão sucateadas, mas, por dentro, ainda mostram condição de uso. O governo municipal chegou a tentar entregar os veículos à empresa, mas não houve quem os recebesse.

“Essas ambulâncias estão aqui desde 2013. Elas não são mais utilizadas na prestação de serviço e não pertencem ao município, então, não podem ser empregadas no atendimento à população. Temos um custo de manutenção destas unidades aqui e existe um processo judicial no qual estamos questionando a devolução à GAP, mas o fato de não conseguirmos encontrar o representante da empresa dificulta esse processo de devolução”, diz Paes Neto.

Denúncias — De acordo com nota enviada pelo MP-RJ, 11 pessoas foram denunciadas pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, entre elas, Fernando Trabach Gomes. O empresário é apontado como líder da organização e responsável por empregar o fictício George Augusto Pereira da Silva em crimes licitatórios e contra a ordem tributária. Além de Gomes, foram denunciados sua mãe, mulher, filho, cunhada e ex-mulher, além de empregados e os dois advogados.

Ainda segundo o MP-RJ, “negócios privados ou junto à administração pública, com uso de documento falso, são praticados desde 2006. O esquema criminoso permitia que Fernando Trabach Gomes se escondesse na figura do fantasma e se beneficiasse das atividades econômicas lucrativas exercidas pela identidade fictícia. As provas colhidas demonstram, por exemplo, que o município de Campos dos Goytacazes contratou algumas vezes o “fantasma” para locar ambulâncias por valores que chegaram a R$ 17,3 milhões. A investigação evidencia, inclusive, um pregão presencial vencido por George Augusto Pereira da Silva, que teria beneficiado, na verdade, Fernando Trabach Gomes”.

Em nota, a defesa do empresário Fernando Trabach Gomes afirma que “está obtendo cópia das decisões judiciais e da denúncia. Os fatos não são novos e o envolvido sempre esteve, como está, à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento. Inclusive, recentemente, compareceu voluntariamente para prestar depoimento. A prisão é medida extrema e desproporcional no caso.”

dopoxetine without prescription Casal Garotinho acusa perseguição — Também em nota enviada por sua assessoria de imprensa, Garotinho e Rosinha afirmam que “os ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho informam que a Prefeitura de Campos foi vítima, a exemplo de outras prefeituras e órgãos públicos do estado. Os fornecedores denunciados prestaram serviço, inclusive, para a Polícia Civil do Rio.
Garotinho e Rosinha lembram que nenhum dos dois está entre os denunciados da operação. Portanto, não sendo partes no processo, consideram perseguição política o mandato de busca e apreensão à sua casa, já que, à época dos fatos, a então prefeita Rosinha tomou todas as medidas cabíveis: rescindiu o contrato com a empresa denunciada e reteve recursos que ela tinha receber.
Registre-se ainda que os servidores do MP estadual, depois de realizar as diligências na casa dos ex-governadores em Campos, constataram que não havia “nenhum tipo de documento especificado no competente mandado de busca e apreensão relacionado ao rol de empresas investigadas”.