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Julho Amarelo continua combatendo as hepatites

Doença causada por vírus acomete 2 milhões de pessoas, mas somente uma em cada 20 tem o diagnóstico

Saúde
Por Redação
25 de julho de 2017 - 13h45
Nélio Artiles é médico infectologista (Foto: Silvana Rust)

Nélio Artiles é médico infectologista (Foto: Silvana Rust)

Como lidar com uma doença silenciosa? A hepatite é uma inflamação no fígado, que pode ser causada por vírus e levar a problemas graves, inclusive, causando a morte em casos mais críticos. Dados da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) mostram que cerca de 2 milhões de indivíduos tem a doença no país, porém, só 300 mil sabem o diagnóstico.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), isso significa que uma em cada 20 pessoas sabe que está doente e uma em cada 100 procura o tratamento. Por isso, estamos no mês de alerta para o combate e a prevenção das Hepatites Virais: o Julho Amarelo. O Dia Mundial da Luta contra essas patologias é lembrado em 28 de julho O infectologista Nélio Artiles explica que a inflamação no fígado pode ser causada pelos vírus A, B, C, D e E.

Além disso, 90% das hepatites agudas são assintomáticas e dependendo do tipo viral. O indivíduo passa boa parte da vida sem saber que um dia teve a doença. Em outros casos, falta de sintomas pode retardar a busca por tratamento, o que agrava o quadro patológico. “A primeira é a mais benigna e comum entre as pessoas. Os pacientes apresentam uma aparência mais amarelada (na pele e nos olhos), quadro agudo com dores abdominais, evoluindo para o enjoo. Cerca de 70% da população acaba contraindo a hepatite do tipo A, a partir da ingestão de água contaminada, que tem a ver com saneamento bá- sico e com a falta de higiene. Geralmente a recuperação é rápida e espontânea, sem medicamentos até”, comenta.

Hepatite B e C Segundo o especialista, estes dois tipos de hepatites se diferenciam das outras pela sua forma de contágio. As duas transmitidas por via sanguínea ou através da relação sexual. “Praticar sexo sem proteção, compartilhar seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam pode causar contaminação pelos vírus B e C. Em casos mais raros evoluem para um quadro agudo. O diagnóstico às vezes acontece através da doação de sangue.

Na triagem descobre que tem hepatite. Como é uma doença silenciosa, ela vai inflamando o fígado cronicamente durante um tempo longo e cicatrizando ao mesmo tempo. Em longo prazo se transforma em uma cirrose ou até em câncer de fígado. Sem falar também na contaminação de outros indivíduos. Por isso, todas as pessoas que possam estar nesse grupo devem fazer um exame de sorologia para hepatite B e C. É simples, rápido e fácil de fazer”, declara o médico, ressaltando que o tratamento é feito com medicamentos após a avaliação de um especialista.

Com o avanço da tecnologia, em dois anos as chances de cura para a hepatite viral do tipo C evoluíram de 40 para 90%. O paciente passa em média três meses tomando os remédios necessários. O exame para diagnóstico das Hepatites Virais está disponível na rede pública de Saúde. O paciente pode solicitar o teste ao próprio médico. Há também as vacinas: do tipo A está disponível para crianças de 1 a 2 anos desde 2014. A contra a hepatite B também é encontrada nos postos de saúde para adultos de até 49 anos. Essa imunização é feita em três doses e deve ser novamente aplicada com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose. E de seis meses entre a primeira e a terceira dose.

Não existe vacina contra a hepatite C. Já a hepatite D depende da hepatite B para ocorrer, portanto, vacinar contra o tipo B previne o tipo D. A hepatite E tem ocorrência rara no Brasil e também não há vacina disponível para a doença. “Mais do que conscientizar a população, a campanha Julho Amarelo serve ainda para incentivar que todos possam fazer o teste. A quantidade de casos é bem elevada e por isso as pessoas devem estar bem informadas”, declara Artiles. nolvadex online generic dopoxetine