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Editorial: a importância da Lagoa Feia

A vítima, talvez, de um dos maiores crimes ambientes do Estado do Rio de Janeiro

Campos
Por Redação
23 de julho de 2017 - 0h01
(Foto: Silvana Rust)

Em Ponta Grossa dos Fidalgos, o peixe está cada dia mais difícil. (Foto: Silvana Rust)

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A Lagoa Feia é a segunda maior lagoa de água doce do Brasil, sendo superada somente pela Lagoa dos Patos no Sul do país. Localizada no limite dos municípios de Campos e Quissamã ela já foi a primeira em extensão e volume d’água.

Litro a litro, não se sabe se hoje ainda é a segunda, pois parte do seu espelho d’água se transformou em pastos de gado. A Lagoa Feia, cujo nome não faz jus a sua extensão bucólica, foi vítima, talvez, de um dos maiores crimes ambientes do Estado do Rio de Janeiro.

Não se pode apontar culpados nominalmente, exceto um extinto órgão do Governo Federal que chama-se Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS) que construiu em Campos a maior rede de canais artificiais do país. Isso para prevenir doenças e beneficiar a agricultura.

Porém, houve um claro desvio de finalidade. Nos anos 80 os ambientalistas levantaram a voz para denunciar que a lagoa, um ecossistema importante, estava ameaçada pela utilização descontrolada de suas águas e pelo avanço de aterros pelas suas margens.

Nos últimos cem anos, sua superfície foi reduzida a um terço da área original e no curso dos anos 80 com a bateria de comportas do Canal das Flechas isso se intensificou. Atendeu, talvez por osmose, os interesses de fazendeiros.

Fato é que a Lagoa Feia, no final da ditadura militar virou o epicentro de um conflito que mobilizou o Exército e a Polícia Federal.

Pescadores com a subsistência ameaçada, usando armas artesanais e cantando o Hino Nacional, pararam as obras do Governo Federal na lagoa, desativando as dragas do DNOS.

Políticos, ecologistas e jornalistas foram conduzidos para depor na Polícia Federal. Soldados do Exército ocuparam a localidade de Ponta Grossa dos Fidalgos e a região recebeu visita de vários Ministros como Rangel Reis e Mario Andreazza na tentativa de tranquilizar os pescadores.

Fotos de satélites revelaram que o espelho d’água da lagoa estava encolhendo. E parece que continua. A então maior lagoa de água doce no Brasil já não é mais a mesma, como revelam o repórter Thiago Gomes e a repórter fotográfica Silvana Rust.

O assunto é revisitado porque ela tem um papel importante como regulador climático e estabilizador do lençol freático da região. E não se pode mais tolerar a intervenção do homem nesta parte sensível da natureza. purchase dopoxetine