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Adolescente campista voa alto no circuito nacional de BMX, o antigo bicicross

Letícia Gravatá de apenas 12 anos ganha visibilidade nacional mas precisa urgente de patrocinador

Geral
Por Redação
21 de julho de 2017 - 14h58
Menina é referência no esporte (Foto: reprodução)

Menina é referência no esporte (Foto: reprodução)

Letícia Gravatá tem 12 anos. Apesar da pouca idade é a 3ª melhor do Brasil no BMX (antigo bicicross). O título significa não somente uma vitória nas pistas. Mas, inclusive, na vida. Desde que optou por essa modalidade, os pais da adolescente, Winston e Patrícia, lutam bravamente para manter a filha no esporte.

As dificuldades começam ainda nos treinamentos, uma vez que, somente em Macaé, tem uma pista adequada para esta modalidade. “A falta de patrocínio é a principal adversária da Letícia. A gente sonha em levar o nome de Campos para o mundo por meio do bicicross, mas está cada vez mais difícil”, admite Winston. E completa: “Um vereador de Macaé, que não foi reeleito na última eleição, bancou o ônibus que levou os competidores para uma competição em Minas Gerais. Porém, os pais das crianças tiveram que arcar com o combustível, além da hospedagem e alimentação dos competidores. É sempre tudo muito difícil”, reconhece Winston.

O título de melhor do Brasil veio no Campeonato Brasileiro realizado nos dias 1º e 2 de julho, no Rio Grande do Sul. Até um mês antes da competição, os pais de Letícia não tinham certeza da participação da filha. “Preciso estar tranquilo para Letícia treinar bem. Mas, só Deus sabe como fica o meu coração e da minha mulher quando os dias da competição se aproximam e a gente não tem ideia de onde vai tirar dinheiro para bancar a viagem e estadia, por exemplo”.

Sem patrocínio de nenhuma espécie, os pais da adolescente decidiram fazer uma rifa. Foi dessa forma que levantaram o dinheiro para o transporte. “Foram dias de muita tensão. No entanto, todo o esforço valeu a pena. Um sonho realizado: disputar um Brasileiro e ter uma filha 3ª melhor do Brasil é demais!”, comemora Winston.

Tal pai, tal filha (Foto: reprodução)

Tal pai, tal filha (Foto: reprodução)

Winston também foi praticante de bicicross. Participou de competições estaduais e, ironicamente, a falta de patrocínio não o deixou ir além. “A falta de apoio ao esporte é um problema antigo, que se arrasta há anos e não só na nossa cidade. No dia em que os governantes entenderem que o esporte é uma alternativa para o fim da violência, darão o valor merecido”, afirmou. Colecionando títulos Letícia ocupa o 2º lugar do ranking de 2016 do Estado do Rio de Janeiro.

No dia 26 de março, ela faturou o 1º lugar no campeonato mineiro e lidera o ranking. “Acreditava que a colocação no ranking seria uma porta de entrada para facilitar um patrocínio. Mas, não foi bem assim”, lamenta Winston. Letícia está inscrita na Federação de Ciclismo e tem pontos no ranking para conseguir, por exemplo, uma ajuda de custo municipal ou federal. “Ela atende a todas as exigências de um benefício social como o Bolsa Atleta. Inclusive, já está inscrita, aguardamos somente o resultado. Até o momento, ela tem somente o ‘paitrocínio’.

Comerciantes de Campos ajudam sempre que podem. Mas, a fase também não está boa pra eles”, justifica o pai da adolescente. Os pais de Letícia mantêm a esperança de ver a filha no mais alto do pódio. “Há muitos jovens atletas promissores na nossa cidade. O nome de Campos pode ser reconhecido mundialmente caso os governantes olhem com mais carinho pelo esporte. Para começar, Campos precisa urgentemente de uma pista, além disso, apoiar os atletas da forma como eles precisam e merecem”.

Quem quiser contribuir ou apoiar a atleta pode ligar para os pais da adolescente: Winston 9 9822-5710 ou Patrícia 9 9915-5566.