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Laçadores estão à solta nas pistas de Campos

A prova do laço é uma das modalidades esportivas que mais requerem habilidade e equilíbrio

J3 Esporte
Por Redação
15 de junho de 2017 - 16h03

noco-intrevist6adoUm show de habilidades, equilíbrio, bom relacionamento com o cavalo, inteligência e técnicas em montaria são requisitos que se esperam de um laçador na prova do laço. E espetáculos como esses são natos de Campos. De acordo com a Associação de Laço Campista (ALC), as condições de restinga do município permitem que a modalidade seja praticada na região desde o século XIX. “A maioria das fazendas não tinha cerca. Então, os peões – que eram os funcionários das propriedades – laçavam os equestres para recolher às terras dos respectivos donos. Já era uma competição natural, pois quem trouxesse mais animais, ganhava a maior recompensa. Por volta de 1968, a técnica se transformou em uma festa organizada de laço”, ressalta um dos diretores da ALC, João Gomes Siqueira.

No ano passado, um grupo de laçadores reativou a ALC na intenção de resgatar a tradição cultural da festa. “A função primordial dos membros da Associação (Laço Campista) é retratar a origem campeira dos antepassados. Reorganizamos a festa do laço, inclusive, as regras da modalidade. O objetivo da instituição é fazer parte do roteiro turístico da região”, afirmou o também diretor da ALC, João Siqueira. Entre as regras, de acordo com os diretores, está uma pista com 70 metros, laço curto, 15 minutos para laçar o boi. Além disso, se o competidor derrubar, ferir ou atropelar o boi, é automaticamente desclassificado.

Não é permitido, também, bater no cavalo com a espora. “O objetivo principal da prova do laço é a diversão”, admite a direção. No ano que vem, a prova do laço completa 50 anos. Para comemorar a data, a ALC pretende homenagear os primeiros vencedores da modalidade das décadas de 80 e 90. A prova do laço campista ainda se diferencia das demais do mundo devido à forma como é realizada. A argola é de aço e depois que o peão laça, solta em seguida. Isso tudo é pensado para o bem estar do animal. Além disso, é permitido laçar somente dois animais por prova. As competições alcançam até a cidade de Afonso Cláudio, no Estado do Espírito Santo; Itaguaí, no Rio de Janeiro; São Francisco da Glória, em Minas Gerais. Em média, são cinco mil laçadores.

João Gomes Siqueira (Foto: Silvana Rust)

João Gomes Siqueira (Foto: Silvana Rust)

João Siqueira tomou gosto pelo laço ainda na infância. Assim como acontece com a maioria dos laçadores. Na festa do laço que será realizada na exposição deste ano em Campos, o laçador experiente concorrerá na categoria profissional. Já o filho de 17 anos, segue os passos do pai e quando tinha apenas 14 anos foi campeão nacional do laço campista em São Paulo. “O laço traz o ambiente familiar de volta, resgatar orgulho de ser laçador, reunir a família. Ainda não é possível viver desse esporte aqui no Brasil. Mas, nós, da ALC estamos trabalhando para que o laçador campista seja reconhecido e valorizado como o dos Estados Unidos, por exemplo”, ressalta João Siqueira que também é Engenheiro Agrônomo e pecuarista.

Já Roniere Catem, de 28 anos, cresceu também em uma fazenda e se apaixonou pelo laço aos 10 anos. Ele lembra das incontáveis quedas durante as provas. “Se já cai? Muito! Mas, não penso em desistir. A emoção supera o medo. Normalmente, o futebol é a paixão do brasileiro. Porém, ultimamente, se tornou um verdadeiro ringue. Nos eventos de laço não tem briga.

Com a reorganização que a ALC promoveu, os encontros passaram a ser um ambiente totalmente familiar, onde todos podem participar”. Roniere tem uma filha de 8 anos que não se interessa pelo mundo dos equestres, por isso, ele atua com os membros da ALC para não deixar esse esporte morrer. Por dentro da prova A prova do laço curto consiste em laçar o boi, que é solto à frente do competidor montado a cavalo.

Desde o brete (compartimento que retém os cavalos) a competição já está valendo e o peão sendo avaliado. O laçador deve segurar o cavalo no brete até a saída do boi. O cavalo não deve entrar antes. Se houver a saída antecipada do peão, há penalização. Se o cavalo atropelar o boi também há punição. A técnica da distância é um dos segredos da prova. Na primeira tentativa, o boi já deve ser laçado nos dois chifres para não se soltar e evitar a perda de pontos. O peão deve manter a distância correta quando o boi estiver correndo. Pouco antes de laçar, o peão acelera e para logo em seguida para a laçada. A prova é realizada em uma pista onde correm os laçadores e os bovinos, denominada cancha com um ponto demarcado chamado raia.

nolvadex online moco3Expressão artística

Em 2016, foi sancionada a Lei 13.364/2016, que eleva o rodeio e a vaquejada à condição de manifestação cultural nacional e de patrimônio cultural imaterial. Inserido nesse cenário estão todas as expressões artístico-culturais que fazem parte dessas manifestações. São algumas delas as provas de laço, provas dos Três Tambores, Team Penning e Work Penning, Queima do Alho e outras. Também estão incluídas músicas de raiz e as representações folclóricas. Para defender a lei, usam-se outros argumentos além da manifestação cultural. Como a geração de emprego e mais questões econômicas, por exemplo. dopoxetine online cheap lioresal