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Vereadores investigados participam de primeira sessão oito meses após serem eleitos

Discussão foi acalorada entre oposição e situação

Política
Por Redação
13 de junho de 2017 - 20h44
Linda Mara participou da sessão pela primeira vez este ano (Foto: JTV)

Linda Mara participou da sessão pela primeira vez este ano (Foto: JTV)

Oito meses após serem eleitos, os vereadores Linda Mara Silva (PTC), Thiago Virgílio (PTC) Miguelito (PSL) e Ozéias de Azeredo (PSDB) participaram pela primeira vez, na tarde desta terça-feira (13), de uma sessão parlamentar da legislatura de 2017. Os quatro foram empossados no dia 8 de junho. order nolvadex Todos já foram presos, condenados em primeira instância em Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) e sãos réus em ações penais por envolvimento no esquema que usava o Cheque Cidadão para compra de votos nas eleições passadas, segundo as investigações da Operação Chequinho. Mas o clima esquentou mesmo foi com a troca de acusações entre oposição e situação, durante defesa e acusação dos governos de Rafael Diniz (PPS) e Rosinha Garotinho (PR).

Para os quatro entrarem, deixaram o Legislativo os suplentes Cabo Alonsimar (PTC), Álvaro Oliveira (SD), Geraldinho Santa Cruz (PSDB) e Carlinhos Canaã (PTC).

A suplente Josiane Morumbi voltou à Câmara, após o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) afastar pela segunda vez Vinícius Madureira (PRP) por envolvimento no esquema do Cheque Cidadão. O parlamentar ainda pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas fora do cargo. Morumbi chegou a assumir a cadeira no dia 3 de maio, quando todos os vereadores investigados na Operação Chequinho foram afastados da Câmara.

Discussão acalorada entre situação e oposição — Os vereadores estavam discutindo o antiprojeto de lei proposto por Enock Amaral (PHS), que dispõe sobre a criação do programa “Bolsa ao Produtor Rural e Agricultura Familiar”, que visa fomentar a agricultura, principalmente, na zona rural de Campos. Foi quando Miguelito foi à tribuna e disparou: “O prefeito Rafael Diniz disse que não há dinheiro para manter o Restaurante Popular, como que vai ter recurso para dar bolsa para agricultor?”, questionou.

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O presidente da Câmara, Marcão Gomes (Rede), deixou a cadeira que ocupa na Mesa Diretora da Casa e foi à tribuna rebater: “É só Garotinho devolver os R$ 20 milhões que roubou. O vereador fez referência às delações premiadas de dois ex-executivos da Odebrecht, nas quais afirmaram que houve repasse de dinheiro ilícito para Rosinha e Garotinho durante a execução do projeto Morar Feliz.

Exaltado, Miguelito voltou ao púlpito e perguntou se o presidente da Casa tinha provas da acusação que tinha acabado de fazer.

Em seguida, Marcos Bacellar (PDT) saiu em defesa de Marcão e disse: “Provar não é difícil não. Não foram só R$ 20 milhões. Ele roubou mais de 500 milhões. Estamos solicitando ao prefeito Rafael Diniz que se abra uma auditoria independente, pois o roubo foi grande, o roubo foi enorme, esse homem tem que ir para a cadeia”.

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José Carlos (PSDC) lembrou da auditoria contratada pela própria ex-prefeita, que detectou sumiço de R$ 110 milhões no primeiro mandato de Rosinha, que terminou em 2012. “O relatório dessa auditoria vazou e chegou às mãos de Marcão. Isso não é caça às bruxas, é caça ao dinheiro que foi roubado”, explicou.

Já Thiago Virgilio acusou Marcão de ser arbitrário porque encerrou a discussão do projeto antes que ele pudesse falar. Marcão se defendeu, disse que, segundo o artigo 266 do regimento interno da Câmara, após quatro vereadores usarem a palavra, o projeto que está em discussão deve ser encerrado. Thiago não concordou, questionou novamente, e Marcão mandou que o projeto fosse concluído. Então Thiago Virgílio pediu para justificar seu voto, quando afirmou que o sumiço do dinheiro ocorreu durante a administração do prefeito interino Nelson Nahim (PSD), que substituiu Rosinha quando ela foi afastada da Prefeitura.

“Esses R$ 110 milhões sumiram na época que o então prefeito Nelson Nahim assumiu a Prefeitura de Campos. Esse dinheiro sumiu nos sete meses em Nahim ele ficou lá”, afirmou Thiago Virgílio.

Sobre as acusações contra Rosinha e Garotinho, a equipe de reportagem fez contato por e-mail com a assessoria do casal, mas não recebeu resposta até a publicação desta matéria. O Terceira Via, no entanto, não conseguiu contatar Nelson Nahim. Ainda assim, o jornal aguarda e publicará versão dos três para estes fatos.

CPI — Ainda durante a sessão desta terça, Thiago Virgílio disse que acionará a Justiça para que seu partido tenha representação nas duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), das quais a gestão de Rosinha Garotinho é alvo na Câmara Municipal de Campos. A primeira, apelidada de CPI das Rosas, investigará contrato da empresa Emec, responsável pela manutenção de praças e jardins até 2016. Já a segunda, chamara CPI da Odebrecht, vai investigar o contrato da Prefeitura de Campos com a empreiteira.

Na CPI das Rosas, integram os seguintes partidos: PPS, PSDC, PHS, PTB, pela situação, e PRP representando a oposição. PSC, PSDC, PPS representam a bancada da situação na segunda CPI e PR pela oposição.

Marcão comunicou a Thiago Virgílio que os partidos foram definidos de acordo com o regimento interno da Câmara e que a composição das duas comissões segue para publicação no Diário Oficial do Legislativo.