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MP vai investigar Garotinho por nome em nota fiscal da JBS

Documento emitido em Campos tem nome de ex-governador anotado e serviria para mascarar propina

Política
Por Marcos Curvello
24 de maio de 2017 - 16h33
Anthony Garotinho Foto: Silvana Rust

Anthony Garotinho. (Foto: Silvana Rust)

O ex-governador do Estado do Rio Anthony Garotinho poderá ter que explicar ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) porque seu nome aparece em uma nota fiscal apresentada pela JBS como parte da documentação que fundamenta a delação dos proprietários Joesley e Wesley Batista e executivos como o diretor Ricardo Saud.

A primeira e a segunda Promotorias de Investigação Penal (PIPs) da Comarca de Campos decidiram abrir uma investigação criminal para apurar possível relação do ex-governador com as denúncias após executivos da empresa relatarem pagamento de R$ 600 milhões em propina a 1.829 candidatos de 28 partidos.

O promotor Fabiano Rangel Moreira, titular da 1ª PIP, confirmou a abertura da investigação. De acordo com ele, “o procedimento já foi instaurado e foram feitas requisições”.

No valor de R$ 3.004.160,00, a nota fiscal foi emitida no dia 1º de setembro de 2014 pela empresa Ocean Link Solutions Ltda e comprovaria o pagamento de serviços de consultoria, engenharia de telecomunicações e desenvolvimento de software supostamente contratados pela gigante do setor alimentício durante o período de um ano.

Porém, segundo Saud, o documento mascara repasse de propina ao “senador Antônio Carlos”, membro do Partido da República (PR) de São Paulo. A legenda é presidida no estado do Rio de Janeiro por Garotinho, cujo nome aparece anotado a mão no canto superior direito da nota fiscal, acompanhado da sigla do partido e do número 17.

Pouco antes da data emissão do documento, o diretório fluminense do PR recebeu um repasse de R$ 3 milhões da direção nacional da legenda. Os recursos viriam de doações da JBS e seriam destinados a financiar campanhas do partido no Rio. Porém, o principal candidato, à época, era o próprio ex-governador, que fazia campanha para retornar ao Palácio Guanabara.

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A Ocean Link Solutions Ltda é parte de um grupo de 13 empresas que inclui, ainda, a Working Empreendimentos, que prestava serviços de manutenção e instalação de equipamentos à Prefeitura de Campos durante o governo de Rosinha, esposa de Garotinho e também filiada ao PR. A relação rendeu milhões em pagamentos do município, apesar da anunciada crise financeira.