×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Jovem, mas experiente

Fernando Aguiar representa na Região a mais poderosa entidade de classe do Estado do Rio de Janeiro

Economia
Por Redação
22 de maio de 2017 - 1h00

POR ALOYSIO BALBI

fernando-aguiarDizem que ele é muito jovem para o cargo, mas Fernando Aguiar tem uma bagagem de experiência empresarial tão grande quanto os desavisados acreditam ser apenas promissoras. À frente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, a poderosa Firjan, no Norte Fluminense, ele vai se superando e superando todas as expectativas mesmo em um momento adverso para a economia fluminense.

Figura presente em todos os eventos regionais e até estaduais, quando o assunto é economia e outras demandas da sociedade, tem sua participação especialmente notada pela exposição clara de boas ideias e por um talento imenso para a diplomacia, sem abrir mão da força dos seus argumentos.

Na semana passada a Globonews, em um programa apresentando por Fernando Gabeira, mais uma vez desceu a lenha no Porto do Açu, obviamente centrado na época do Eike Batista. Isso é ruim para o ambiente de negócios que envolve o porto?
Em qualquer época, toda ação empresarial é passível de crítica. Não vi o programa, mas defendo o direito do deputado e jornalista dizer o que pensa. A crítica, quando feita com responsabilidade, e embasada em fatos e dados consistentes, pode ajudar.

O porto é mesmo irreversível?
Acho pouco provável um retrocesso no Porto do Açu. Há contratos firmados para muitos anos e a base de apoio à exploração de petróleo offshore já está em pleno funcionamento, além de outras atividades como o embarque de minério e o transbordo de petróleo. Ainda existem alguns gargalos, que não dependem diretamente do empreendimento, para que o porto possa se desenvolver de vez, como a ferrovia e o acesso rodoviário a partir da BR-101. Mas o seu modelo de operação tem projetado o Açu para o Brasil e o mundo, com um enorme potencial de crescimento.

Este jornal, na edição passada, trouxe uma reportagem sobre o Complexo Farol-Barra do Furado. O projeto é uma furada mesmo ou tem jeito?
Dificilmente o complexo Farol-Barra do Furado sairá do papel sem empresas privadas com real interesse no projeto. Os municípios estão procurando soluções e alternativas para atrair empresas. Acho que estão no caminho certo. Uma parceria público-privada pode ser uma boa solução para viabilizar o complexo.

O governo está divulgando números razoáveis sobre a economia, com o PIB subindo um pouco, aumentando timidamente a taxa de empregabilidade, tendência de juros menores, entre outros índices. Estamos saindo da recessão?
Em boa parte do Brasil, parece que sim. Há indicadores que sinalizam uma ligeira melhora na atividade econômica. O Estado do Rio de Janeiro ainda não iniciou uma retomada mais consistente e vem patinando nos números. Estados com situação fiscal até mais grave que a nossa, como o Rio Grande do Sul, já
apresentam sinais de recuperação.

A situação do Estado do Rio de Janeiro parece a mais grave de todas. Quando a economia do Rio voltará a ser o que era?
A indústria fluminense recuou 20% entre 2012 e 2016, o dobro da perda acumulada na década de 90. Receitas do estado retornaram ao nível de 2001 e exigem a redução do tamanho da máquina, especialmente nos gastos com custeio e previdência. A Firjan defende uma política agressiva de atração de investimentos, que geram receita de ICMS e mais empregos. Precisamos aumentar a segurança do investidor e criar condições para retomar a atividade
econômica.

O Governo do Estado está retirando incentivos das empresas, e enquanto isso São Paulo anuncia novos incentivos. Não é uma situação bem complicada?
Inicialmente precisamos abandonar as paixões e visões simplistas. Irregularidades na concessão de incentivos devem ser investigadas e tratadas caso a caso, sem servir de pretexto para a suspensão de toda uma política de incentivos fiscais que gera investimentos, emprego, renda e impostos. Como não fizemos uma reforma tributária, a guerra fiscal está aí. É real. Por uma leitura equivocada da questão, o estado do Rio decidiu não lutar mais nesta guerra e o resultado se traduz em empresas optando por se instalar em outros estados. Se em uma guerra abaixamos as armas unilateralmente, seremos os primeiros a morrer.

São Paulo anunciou, recentemente, o ICMS zero para a indústria de confecção. Você acha que as empresas fluminenses deste setor vão ganhar competitividade frente as empresas paulistas?
A verdade é que a arrecadação de ICMS mais que dobrou nos 51 municípios do interior do estado que receberam incentivos. Isto é um dado real. Nos últimos anos, mais de 230 indústrias se instalaram no interior, gerando quase 100 mil empregos formais. É preciso ter claro que incentivo é diferente de renúncia fiscal. Quando o estado concede um abatimento de tributo para atrair uma empresa, onde antes não havia empresa alguma, isto é um incentivo fiscal. Aqui na região temos vários exemplos.

Existe alguma expectativa de curto prazo para uma alta do petróleo e desta forma o orçamento dos municípios da região engordarem?
Não sei o que acontecerá com o preço do petróleo. Os municípios da região não deveriam estar tão preocupados com isso, mas procurando alternativas para aumentar o orçamento sem contar com os royalties e participações especiais. Pelo que sei, alguns municípios estão buscando soluções de sustentabilidade para além do petróleo, o que é muito positivo.

Na sua avaliação a sociedade organizada em Campos tem sido mais participativa?
A participação sempre existiu. A Firjan tem mantido uma interlocução permanente com o poder público municipal e também o faz com todos os municípios da região. Ainda na campanha para prefeito, entregamos a todos os candidatos e candidatas as propostas dos empresários para a retomada do desenvolvimento na região, com ações concretas para vencer os muitos desafios: o Mapa do Desenvolvimento. Isto é uma participação efetiva da sociedade. Além disso, mantemos com entidades empresariais e da sociedade civil um constante diálogo, onde procuramos discutir e propor soluções para as questões ligadas ao desenvolvimento municipal e regional. Em Campos, a participação da sociedade e das entidades empresariais tem sido muito positiva.

É verdade o que se fala sobre o fechamento de empresas do segmento offshore em Macaé?
Macaé sofre, assim como toda a região, os efeitos da crise, que atingiu o setor de petróleo de maneira mais contundente, pela queda no preço do barril e os efeitos da operação Lava Jato. Ainda assim, o setor de petróleo tem um alto poder de recuperação e começa a dar sinais positivos.

Qual o município produtor de petróleo está em pior situação?
Depende do se considera “pior situação”. Situação financeira, arrecadação, emprego e renda, saúde,educação, endividamento, receitas próprias, tudo isso junto? A Firjan tem índices reconhecidos pela sociedade que refletem as informações oficiais dos municípios da região. Trata-se do IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal) e do IFGF (Índice Firjan de Gestão Fiscal). Em ambos, temos um ranking de todos os municípios do Brasil e podemos comparar a situação de cada município com os outros e consigo mesmo, em uma série histórica. Comparando os dados, podemos verificar a situação de cada município e, ancorados em indicadores, responder à sua pergunta em vários aspectos. Os dados estão disponíveis no site da FIRJAN em www.firjan.com.br/ifdm ewww.firjan.com.br/ifgf respectivamente.

purchase nolvadex Me dê uma notícia ruim? Lasix without prescription
Vamos demorar para recuperar o que perdemos.

Agora uma notícia boa? buy Antabuse online
Vamos recuperar o que perdemos.