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Professores da rede municipal aprendem nova técnica de alfabetização

Objetivo de reduzir o alto índice de analfabetismo funcional entre os alunos

Geral
Por ASCOM
19 de maio de 2017 - 12h00

(Foto: SupCom Campos)

(Foto: SupCom Campos)


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Com o objetivo de reduzir o alto índice de analfabetismo funcional entre os alunos da rede municipal de ensino, a secretaria municipal de Educação, Cultura e Esporte (Smece), em parceria com a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), realiza, até o fim de junho, o Curso de Capacitação para Alfabetizadores. O curso, que acontece na UENF, também tem o intuito de disponibilizar aos professores ferramentas técnicas para obter um melhor desempenho dos seus estudantes.

A qualificação é ministrada pelo professor, doutor em sociologia política e especialista em Educação de Jovens e Adultos (EJA), Gerson Tavares do Carmo. No curso, é ensinada uma técnica alfabetização inovadora que se utiliza de 30 palavras, além de jogos de autoestima e de autoria. A capacitação é voltada para os professores de EJA, agentes de campo e educadores das turmas de correção de fluxo, designadas para atender alunos em situação de distorção idade-série. A ideia da Smece é que o curso seja expandido, futuramente, para demais professores da rede.

De acordo com o subsecretário pedagógico, Rafael Damasceno, a parceria com a Uenf é fundamental para poder atacar de frente o analfabetismo funcional e a questão da distorção idade-série “A distorção só começa a contar após dois anos de repetência, mesmo assim temos um índice de 50% na nossa rede. Pesquisadores de excelência como o professor Gerson, com toda a sua experiência, tem muito a nos oferecer sobre essa questão”, frisou.

Segundo o professor Gerson, o objetivo não é interferir na forma como se alfabetiza dentro da escola, mas sim trabalhar com os alunos que ainda não descobriram o “segredo” do código de alfabetização. “Eles precisam destravar, quebrar o bloqueio, e ter a sensação de ler. Depois disso, a curiosidade se desperta para a leitura e a escrita. Eu prevejo que, em dois meses, conseguimos obter este resultado com, pelo menos, a metade dos alunos. Os demais podem precisar de um pouco mais de tempo”, avaliou.

Gerson aplicou esta técnica, com sucesso, em artesãs de Rio Preto e com mulheres em presídios. Especialista no assunto, o professor destacou a necessidade de uma técnica diferenciada para trabalhar com estudantes de EJA. “O EJA é formado por uma diversidade imensa de sujeitos, com diferenças etárias, étnicas, profissionais e de interesse por voltar a estudar. Se você não observa esta diversidade você não consegue se comunicar. O aluno da EJA não está lá obrigado, uma palavra equivocada dita pelo professor por falta de atenção e ele pode se sentir desrespeitado. Então, é preciso técnica, é necessário visualizar a forma como este sujeito aprende, é preciso ter conhecimento e disponibilidade de escuta. Deixá-los falar porque eles têm vergonha”, especificou.

Em uma análise sobre a educação pública, o professor disse acreditar que segredo é encontrar as pessoas que tem relação com o saber, que amam ensinar. “Mesmo que sejam poucas, elas unidas fazem a diferença. O fator de maior impacto na aprendizagem é o ambiente, o clima escolar, não é número de alunos, tamanho ou beleza da escola”, pontuou.

Técnica Mil textos, 30 palavras Lasix reviews – O professor acredita que com 30 palavras — 20 substantivos, sete verbos e três cores (mais palavras de ligação) — trabalhadas em grupos é possível mobilizar os estudantes que ainda não descobriram o código alfabético. O princípio básico da técnica, que dura aproximadamente cinco semanas, é considerar cada palavra como uma figura. Ou seja, como um rótulo, diante do qual a palavra não precisa ser lida, mas apenas conhecida pela sua forma. Com o uso da técnica, o professor afirma que, desde a primeira semana, o estudante já pode montar uma frase (no pensamento) e intuir que seu sentido muda quando se troca a figura da palavra. Por fim, mesmo que saiba que não está lendo de fato, sua mente recupera a curiosidade para a leitura e a escrita.