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Com tratamento e força de vontade é possível se livrar do tabagismo

Dependência mata mais de 200 mil pessoas por ano no Brasil segundo estatísticas da OMS

Saúde
Por Redação
27 de abril de 2017 - 14h43

combate-ao-fumo-silvana-rust-3A cada dez mortes no mundo, uma está relacionada ao tabagismo. Essa doença epidêmica causa dependência física, psicológica e comportamental, a partir do uso de produtos à base de tabaco que contenham nicotina, como o cigarro. Segundo o Ministério da Saúde, anualmente mais de 200 mil pessoas morrem em decorrência do tabagismo no Brasil.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) completa que 90% dos casos estão relacionados ao câncer de pulmão. Porém, um estudo intitulado “Impacto Global das Doenças”, divulgado recentemente pela revista The Lancet, aponta que o país reduziu consideravelmente o número de fumantes nos últimos 15 anos. Em 1999, a porcentagem de homens que fumavam era de 29%, e mulheres, de 19%. Atualmente, estes índices estão em 12% e 8%, respectivamente.
A artesã Márcia Valéria Ribeiro, 53 anos, não faz parte das estatísticas. Ela passou mais da metade da vida dependente do cigarro e só decidiu parar de fumar após um grave problema. “Eu só parei de fumar quando me vi em uma cama de hospital, tratando de uma doença cardíaca. Ali eu percebi que, ou eu tinha força de vontade para parar de fumar, ou eu iria morrer. Não é fácil, mas há cinco anos não sei o que é um cigarro e estou bem melhor assim”, afirma.
Ao fumar, o indivíduo inala mais de 6.200 substâncias tóxicas, como a nicotina – causadora da dependência -, o monóxido de carbono, a amônia, as cetonas, os formaldeídos, os acetaldeídos e as acroleínas, além de 43 substâncias cancerígenas, resíduos de agrotóxicos e substâncias radioativas. Além do câncer de pulmão, o tabagismo também é responsável por 80% dos casos de enfisemas pulmonares, 40% dos derrames cerebrais e 25% dos infartos de miocárdio.

“Na minha família, meu pai fumava muito e o cigarro foi um dos responsáveis pela sua morte. Mesmo assim, eu continuei fumando. Era quase uma carteira de cigarros por dia. Isso fazia mal não só a mim, mas a todos que conviviam comigo, só que eu estava dependente dele”, conta Márcia.
O Programa de Combate ao Tabagismo.

generic lioresal combate-ao-fumo-silvana-rust-15O Programa de Combate ao Tabagismo
Em Campos, uma iniciativa que ajuda os dependentes do cigarro a pararem de fumar funciona desde 2004, no Centro de Saúde. O
Programa de Combate ao Tabagismo oferece aos interessados um tratamento de três meses com uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos e outros profissionais. Segundo o coordenador do programa, Judson Melo, desde a fundação foram tratados
2.764 pacientes.
“No mês passado, nós iniciamos o tratamento de cinco grupos com 20 integrantes, totalizando 100 pessoas fumantes. Eles participam de reuniões diárias para contar como está a evolução, recebem uma medicação específica, o adesivo e a goma de mascar, que ajudam
nesse processo de redução da dependência do cigarro, e nós os conscientizamos dos malefícios do cigarro.
Nesse período, os pacientes muitas vezes ficam mais ansiosos, irritados, sofrem de insônia e o programa os ajuda a superar essa fase com terapia também. O objetivo é estimulá-los a deixar o vício”, explica.
tabagismo-dr-judson-silvana-rust-7Novos grupos iniciam em maio
O coordenador do programa ainda ressalta que, após os três meses de tratamento, o paciente ainda permanece durante quatro semanas sob reforço. Os interessados podem se encaminhar à sede do programa e se inscrever. Mais de 210 pessoas aguardam na lista de espera. “Em maio, mais cinco grupos irão iniciar o processo. Vale lembrar que o tratamento só é eficaz se o paciente tiver força de vontade em parar de fumar. Muitos já desistiram e voltaram ao programa. Além disso, o uso dos medicamentos fornecidos a eles, aliados à nicotina, pode causar até uma overdose. Por isso, ao iniciar o processo, esse indivíduo é orientado a diminuir gradativamente a quantidade de cigarros e só depois começar com a medicação. Parar de fumar deve ser um ato espontâneo, e para nós é muito gratificante ver que essas pessoas conseguiram superar o vício”, acrescenta Judson Melo.
O Programa de Combate ao Tabagismo funciona na sede da Secretaria de Saúde de Campos, localizada na Rua Voluntários da Pátria, nº 875, Centro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Os interessados podem
obter mais informações pelo telefone (22) 98175-2577.

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Com o avanço da tecnologia surgiram os cigarros eletrônicos, um dispositivo que converte em vapor a nicotina diluída em líquidos específicos. O pneumologista alerta que apesar das inúmeras propagandas informando que este aparelho não causa dependência, os malefícios são os mesmos de um cigarro convencional. “Esses aparelhos também contêm nicotina, apesar de usar substâncias com essências de sabor para alterar o paladar do usuário. Trata-se de um cigarro normal, que também vicia e provoca danos nos pulmões e no sistema cardíaco dos fumantes”, alega.
tabagismo-dr-judson-silvana-rust-49Dia Mundialo sem tabaco generic Lasix
Anualmente, as doenças e mortes relacionadas ao tabagismo são especialmente lembradas em 31 de maio, Dia Mundial sem Tabaco. A data foi instituída em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como um alerta sobre os problemas causados pela dependência ao cigarro e seus derivados. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) é o responsável pela divulgação e do material das campanhas de alerta nas cidades, de acordo como tema definido pela OMS. A epidemia glob AL do tabaco mata quase 6 milhões de pessoas por ano. Destas, mais de 600 mil são fumantes passivos (pessoas que não fumam, mas convivem com fumantes). As estatísticas do órgão são preocupantes. A previsão é de que
ocorram 8 milhões de mortes por ano a partir de 2030, se estes índices não diminuírem.