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Prefeita cassada por usar o nome do marido gera onda de preocupação na região

Em três municípios do Norte/Noroeste, prefeitas venceram com o apoio dos companheiros inelegíveis

Política
Por Blog dos Jornalistas
18 de abril de 2017 - 17h26
Lívia de Chiquinho, que teve apoio do marido, foi cassada em Araruama

Lívia, que teve apoio do marido, foi cassada em Araruama

Tem prefeita perdendo noite de sono na região. Tudo por causa de Lívia de Chiquinho (PDT), que governa Araruama. Ela teve o mandato cassado na última quarta-feira (12) pela juíza Alessandra de Souza Araújo, por um motivo no mínimo curioso: fraude no processo eleitoral. No entendimento da magistrada, o “de Chiquinho” é uma referência ao marido de Lívia, o ex-prefeito Chiquinho do Atacadão, que não pode concorrer a prefeito em 2016 devido a uma condenação por improbidade administrativa. Mas o slogan da candidata a prefeita na campanha deixava uma pista sobre o papel de Chiquinho no processo eleitoral: “Vota nela que ele volta”. Lívia venceu com seis vezes mais votos que o segundo colocado.

A decisão da Justiça é inédita, mas a prática de políticos transferirem seu prestígio político para as companheiras é antiga. Um caso próximo é o do ex-governador Anthony Garotinho, que em 2002 lançou a mulher, Rosinha, a sua sucessão no Palácio Guanabara, para que pudesse concorrer à Presidência da República. Adotando o sobrenome do marido, Rosinha se elegeu governadora no primeiro turno e, anos mais tarde, elegeu-se duas vezes prefeita de Campos.

Se a moda pegar, outras chefes de Executivo têm motivo para se preocupar. Em São Francisco de Itabapoana, Francimara Barbosa Lemos (PSB) é esposa de Frederico Barbosa Lemos, inelegível até 2020. Praticamente estreante na política, ela derrotou nas urnas o então prefeito Pedrinho Cherene, que tentava a reeleição.

Margareth de Joelson teve apoio do marido em Italva

Margareth: apoio do marido em Italva

Quem também usou o nome do marido foi Margareth de Souza Rodrigues Soares (PP), prefeita de Italva. Casada com o ex-prefeito Joelson Soares, inelegível até 2020, ela concorreu e venceu as eleições com o nome de “Margareth do Joelson”. Em Carapebus, Christiane Cordeiro (PP) também concorreu apoiada pelo marido, o ex-prefeito Eduardo Cordeiro, que responde a uma ação por improbidade administrativa. Saiu vencedora com 61% dos votos, tendo no seu jingle de campanha a frase “Eduardo Cordeiro e Christiane, juntos numa só voz”. Por precaução, até que a poeira de Araruama abaixe, alguns “primeiros-maridos” estão evitando circular pelas prefeituras e aparecer em compromissos públicos ao lado de suas amadas.