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Rio Paraíba do Sul entre a vida e a morte

Nos anos 70, Rio começou a sofrer agressão silenciosa, tendo como ponto de partida São Paulo e também afluentes de Minas Gerais

Opinião
Por Redação
17 de abril de 2017 - 0h01

buy dopoxetine buy Lasix purchase lioresal rio-paraiba-cheio-silvana-rust-33-1Por ALOYSIO BALBI

O Rio Paraíba do Sul agoniza. A partir dos anos 70 ele começou a sofrer um processo de agressão silenciosa, tendo como ponto de partida São Paulo e também afluentes de Minas Gerais. Foram inúmeras as ocorrências de vulto. Além da poluição clássica que descia pelo rio, outras piores com chorumes químicos assustaram os municípios em sua ponta final, mais precisamente Campos e São João da Barra.

Em julho de 1982, a empresa Paraibuna de Metais, de Minas Gerais, injetava nas veias do Rio Paraíba do Sul, através do afluente Paraibuna, doses cavalares de metais pesados como cádmio, zinco e chumbo.

Em março de 2003, com a Cataguazes Papéis, a irresponsabilidade mais uma vez deslizou para dentro do rio. Essa história deveria estar fresca na cabeça de muita gente, mas parece que a memória anda
meio desbotada, até mesmo na geração que vivenciou aqueles cinco dias de pão sem água, e um pouco de circo.

Chagas Freitas foi o último governador do Estado do Rio de Janeiro que chegou ao cargo pulando as urnas, batendo continência para o regime militar, embora fosse civil.

Em Campos, protagonizou uma cena emblemática para os que colecionam factoides, ao beber água e tomar banho no Paraíba poluído pelos metais pesados, nos tratando como índios, mostrando que, se o chefe bebe a água e toma o banho, todos deveriam fazê-lo.

Naquele acidente, o rio estava condenado e os campistas se recusavam a se aproximar da água. Chagas morreu dois anos depois e não foi da doença da qual seu nome é o homônimo. Um rio entre a vida e a morte.