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Verdes de paixão, torcedores se reúnem em Campos para assistir aos jogos do Palmeiras

No grupo há até ex-flamenguitas

J3 Esporte
Por Redação
3 de abril de 2017 - 14h49
Torcida do Palmeiras, em Campos Foto: Silvana Rust)

Torcida do Palmeiras, em Campos Foto: Silvana Rust)

“Explicar a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense, é simplesmente impossível”. A frase do jornalista Joelmir

Beting traduz a singularidade de torcer para o Palmeiras. O amor pelo time paulista é tão grande que atravessa fronteiras. Mesmo em Campos, há um grupo de fanáticos pelo clube

que sempre se reúne nos dias de jogos. Tudo começou em 2012, quando o personal trainer Leonardo Cavalcanti convidou dois alunos da academia – que usavam blusas do

Palmeiras durante o treino – para assistir à primeira partida da Copa do Brasil em um bar da cidade. Quando chegaram ao local, encontraram mais 15 companheiros de time.

Uma curiosidade: do grupo atual de torcedores do Palmeiras, 80% são campistas. “Formamos o grupo por identificação, porque quem é palmeirense veste a camisa, literalmente”, diz Leonardo. Segundo ele, a intenção do grupo é ir além da reunião de amigos. “Estamos estudando a possibilidade de fidelizar a torcida, criar um brazão, carteirinha e mensalidade. Não somos, nem queremos ser, uma torcida organizada. Somos um grupo de amigos com o único objetivo de divulgar a torcida do Palmeiras em Campos”, salienta o personal.

Abrão Auil Neto faz parte da minoria do grupo – mora em Campos, mas é natural de São Paulo. “Em 2006, vim morar em Macaé. Em 2012 (Copa Brasil), torci sozinho em casa,

minha filha e minha esposa estavam dormindo. Eu não tinha com quem dividir meus sentimentos, muito menos extravasar. E lá em São Paulo, na casa dos meus parentes,

dia de partida é dia de festa”. Atualmente, Abrão mora em São João da Barra. Mas, no dia em que o Palmeiras entra em campo, ele se desloca até Campos para encontrar os amigos. Em 2015, quando o time venceu o Santos na final da Copa do Brasil, o grupo cresceu. “Um dia abordei um motorista em frente ao 8º Batalhão de Polícia Militar só porque ele estava com a camisa do Palmeiras. E é assim até hoje. Se avistamos

alguém na rua com a blusa do Verdão, já abordamos e convidamos para fazer parte do nosso grupo”, destaca Abrão.

generic Lasix Torcida com 75 integrantes

Atualmente, o grupo tem 75 integrantes entre médicos, dentistas, segurança patrimonial, comerciantes, professores, designer gráfico e servidores estaduais. Do total, 60 são campistas. Normalmente nos dias de partida, eles se reúnem na casa de Leonardo. “Todo mundo que passa lá em frente de casa pensa que é uma sede do Palmeiras. A gente estende bandeira, solta fogos, bate palmas, faz festa mesmo. Mas lá não é a sede do grupo, não”, ressalta o anfitrião. A torcida também tem os mascotes mirins. Ester, de 3 anos, e Gabriel, de 8, são os filhos de Frederico Carrilho. Carioca da gema, o Fred – como é mais conhecido pelos amigos – passou a torcer para o Palmeiras em 1990, quando morou em Campinas (SP). Dono de 60 camisas e três tatuagens que homenageiam

o time paulista, ele afirma: “Se o Palmeiras for campeão da Libertadores, vou tatuar o nome do técnico”.

 

Grupo tem ex-flamenguistas order Antabuse

O grupo de palmeirenses campistas tem dois ex-integrantes do time de maior torcida no Rio, o Flamengo. Aos 12 anos, o então rubro-negro Eliezer Vieira assistiu a uma partida do

Palmeiras na Libertadores de 1995. “Lembro como se fosse hoje. O verdão perdeu de 5×1, mas precisava fazer 6 gols para faturar o título. Porém, ver aquela torcida que apoiava o time, mesmo na derrota, me levou a querer fazer parte daquela ‘família’. No ano seguinte, comprei minha primeira camisa e não parei mais. Sou palmeirense com orgulho”.

Allan Belanga também cresceu em uma família de flamenguistas. Até o dia em que um tio o levou para assistir a uma partida do Palmeiras em Itu (SP). “O Palmeiras ganhou e foi aquela festa linda. Naquele dia, eu decidi que era aquilo que queria pra mim. Torcedores fanáticos e apaixonados, sim. No entanto, mais do que uma torcida, amigos”.

Há duas semanas, o grupo deixou de ser exclusivamente de homens e autorizou a inclusão de três mulheres. Até então, a participação feminina era praticamente restrita às esposas que acompanhavam os maridos palmeirenses nos dias de jogos e nas festas de confraternização.