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MPF recebe denúncias de irregularidades no concurso público do IFF

Candidatos protocolaram documento pedindo anulação total do processo seletivo na última quarta-feira

Campos
Por Thiago Gomes
23 de março de 2017 - 15h36
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Provas foram aplicadas no último domingo pela manhã e à tarde (Foto: Silvana Rust)

Já foram protocoladas no Ministério Público Federal (MPF), na última quarta-feira (22), as denúncias de possíveis irregularidades no concurso público do Instituto Federal Fluminense (IFF) de Campos, realizado no domingo (19). A reitoria do IFF já anunciou o cancelamento das provas de nível superior, aplicadas na parte da tarde, mas o grupo de candidatos que acionou o MPF quer o cancelamento total do processo seletivo. Ao todo, 7.573 candidatos se inscreveram, sendo 7.115 para os cargos administrativos e 458 para os cargos de professor, concorrendo a 11 e 5 vagas, respectivamente.

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A Metrópole Soluções Empresariais foi a responsável pela organização do concurso que, dentre as denúncias de irregularidades levadas ao MPF, estão: a parte geral das provas era igual tanto na parte da manhã quanto na parte da tarde, de modo que os concorrentes que prestaram o concurso pela manhã já estavam compartilhando as questões; as pessoas teriam ido ao banheiro, várias ao mesmo tempo, sem a presença de fiscais; vários candidatos teriam entrado após o horário e fizeram a prova de relógio digital.

Leia também: Veja algumas das questões ‘polêmicas’ denunciadas no concurso do IFF

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“A nossa denúncia não foi a única a chegar ao MPF. Queremos a anulação total do concurso e não a anulação parcial, conforme já foi anunciado, mediante os fortes indícios de irregularidades”, ressaltou a candidata Inês Ribeiro Machado, que tentou uma vaga de assistente administrativo.

As denúncias levadas ao MPF também dão conta de questões plagiadas de outros processos seletivos realizados país afora. A questão 31 da prova do curso de Automação teria sido aplicada pela banca da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o cargo de pedagogo em Tecnologia da Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); a questão 22 da prova de assistente administrativo seria idêntica à prova do Enem de 2010; a questão 27 do curso de Automação seria igual à que continha na prova aplicada pelo IFF de Pernambuco.

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Reitor do IFF, Jefferson Azevedo, falou sobre a polêmica prova (Foto: Silvana Rust)


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De acordo com o reitor do IFF, Jefferson Azevedo, ainda não há data prevista para reaplicação da prova cancelada, já que a instituição ainda está em processo de apuração das possíveis irregularidades. “Na segunda-feira pela manhã, ao solicitarmos a cópia de todas as provas à empresa Metrópole e Soluções Empresariais, constatamos que as provas da manhã tinham as mesmas questões de Língua Portuguesa e Legislação das provas de nível superior do período da tarde, inviabilizando e necessariamente cancelando as provas referentes a esses cargos de nível superior: Auditor, Bibliotecário, Estatístico, Jornalista e Pedagogo”, esclareceu.

Ainda segundo Jefferson, a empresa pediu 30 dias para reaplicar a prova, mas tudo vai depender da apuração das demais irregularidades que possam surgir em função dos recursos que foram impetrados e em função de tudo o que foi observado durante a aplicação das provas. Se as irregularidades ficarem circunscritas apenas nas provas de nível superior da tarde, provavelmente elas serão reaplicadas nesse prazo médio de 30 dias.

O reitor explicou, também, os motivos pelos quais somente as provas aplicadas à tarde foram canceladas. “Já no domingo à tarde, alguns fiscais começaram a perceber semelhanças entre as provas da manhã e da tarde, mas isso só foi materialmente comprovado pela comissão de concurso na segunda de manhã. Por isso, em função do princípio da igualdade de condições para todos os candidatos, essas provas foram automaticamente canceladas”.

Caso o concurso seja totalmente anulado, outra empresa deverá ser escolhida para organização do processo. “É importante frisar que, se o concurso for parcialmente cancelado, como já foi anunciado, a Metrópole será a responsável pela elaboração e reaplicação das novas provas. No entanto, se forem detectadas outras irregularidades, como questões plagiadas de outros concursos e outras questões apontadas nos recursos impetrados pelos candidatos que ainda estão sendo avaliadas, e for constatado que há outras irregularidades que comprometem todo o concurso, este será totalmente cancelado e, portanto, a empresa automaticamente não terá condições de elaborar as próximas provas”, adiantou Jefferson.

Por fim, o reitor do IFF reiterou que a instituição ainda está em processo de auditar essas irregularidades e existe um prazo mínimo para processar os registros. “Além disto, a empresa também tem seus prazos e nós temos que aguardar a posição da empresa em relação a cada um dos questionamentos feitos pelos candidatos nos recursos”, pontuou.