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Em todo lugar do mundo moderno, em se tratando de mobilidade, bicicleta é apontada como solução. Em Campos, com sua geografia plana que facilitaria tudo isso, bicicleta sempre foi um problema. Sem ter que se esforçar para sobrepor ladeiras, grandes viadutos e outros obstáculos, o ciclista em Campos poderia se sentir em Amsterdam, a capital holandesa onde bicicleta é mesmo uma solução para a mobilidade urbana.
Mas por que bicicleta em Campos é problema? Existe uma série de fatores, e talvez o mais grave seja a falta de informação técnica dos ciclistas que insistem em pedalar em áreas inadequadas, e quase sempre pela contramão. Sem perceber que é o mais fraco em um trânsito violento eles se tornam vítimas. A estatística mostra que somente nestes primeiros meses do ano quase 30 ciclistas morreram atropelados em Campos.
As ciclovias são apontadas como solução, reservando um espaço seguro em um quadro onde carros e bicicletas não convivem harmonicamente. Campos tem uma das maiores ciclovias do estado, que segue toda a extensão da Avenida 28 de Março, mas seu estado de conservação deixa a desejar. Os bicicletários prometidos nunca saíram do papel, o que obriga os ciclistas a improvisarem, colocando suas bicicletas em postes públicos, presas por correntes.
É preciso otimizar tudo isso e incentivar o campista a pedalar, por necessidade de mobilidade e por economia, além do fato de fazer bem à saúde. Ao mesmo tempo é preciso que os motoristas também se tornem mais civilizados em um trânsito selvagem, onde os ciclistas são tratados como se fossem mosquitos, valendo sempre a lei do mais forte. Com mais de meio milhão de habitantes e uma frota de carro que passa dos 200 mil, é preciso que a bicicleta seja solução. Cabe um plano de mobilidade que coloque os ciclistas no topo das prioridades. A solução já existe, só falta fazer com que ela deixe de ser um problema.
