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Vai começar o ano

Para o brasileiro, a passagem de um ano para o outro tem uma transição que dura uma média de dois meses

Opinião
Por Redação
6 de março de 2017 - 7h00
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Avenida 28 de Março vazia no Carnaval. (Foto: Silvana Rust)

 

POR ALOYSIO BALBI
O brasileiro talvez seja um dos povos que mais comemora o fim de um ano velho e a chegada de um ano novo. Copacabana pode ilustrar essa afirmação com sua grandiosa queima de fogos. Mas, para o brasileiro, a passagem de um ano para o outro tem uma transição que dura uma média de dois meses, pois há quem afirme que o ano começa somente depois de uma festa ainda maior: o carnaval. Obviamente que isso é uma abstração. Por outro lado, em tese, o ano começa não depois da quarta-feira de cinzas, mas na primeira segunda-feira depois dela, afinal é preciso descansar da avassaladora folia. Coincidentemente ou não, a Receita Federal só começa a cobrar as declarações do IR após o carnaval. As escolas iniciam o ano letivo atualmente antes dele, mas a frequência é baixa, ou seja, o ano novo mostra mesmo sua cara após o carnaval. Em um ano que tem cara de carrancudo, substituindo o de 2016, que fez careta para o brasileiro, desperdiçar dois meses, onde o ócio passa ser negócio, não é uma coisa que convém. É certo que os brasileiros mais necessitados trabalham intensamente em qualquer época do ano. Mas infelizmente, no imaginário coletivo, o ano só começa mesmo após a folia de momo. Tipo de cultura que tem que acabar, pois um ano não pode ter somente 10 meses, principalmente esse que vem recheado de feriadões. Trabalhar nunca foi tão preciso no país do desemprego. Quer queiram ou não, a expressão “só depois do carnaval” ainda é bastante usual. Bem, o carnaval, a maior festa popular do país acabou, e as águas de março estão fechando mais um verão. Chegou a hora de rasgar a fantasia e encarar a realidade, que vem dura em um ano que já deveria ter começado para valer.