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Rio pode ter comprado voto para sediar Olimpíada, diz jornal francês

Segundo o Le Monde, justiça da França encontrou elementos que apontam envolvimento de empresário ligado a Sérgio Cabral

J3 Esporte
Por Redação
3 de março de 2017 - 18h30
O jornal Le Monde aponta indícios de compra de votos para escolha do Rio como sede das Olimpíadas 2016 (foto: Agência Brasil)

O jornal Le Monde aponta indícios de compra de votos para escolha do Rio como sede das Olimpíadas 2016 (foto: Agência Brasil)

A justiça francesa diz ter encontrado elementos concretos que apontam para corrupção na eleição do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de 2016. A denúncia foi publicada nesta sexta-feira (3) pelo jornal francês Le Monde. Segundo o periódico, um empresário brasileiro próximo ao ex-governador Sérgio Cabral, e que teve contratos com o estado do Rio, depositou ao menos 1,5 milhão de dólares (cerca de R$ 4,6 milhões) para um dos filhos do então presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo, Lamine Diack, três dias antes da votação para cidade-sede, em 2009.

O Rio foi eleito em uma disputa com Chicago (EUA), Tóquio (Japão) e Madri (Espanha), cidade que chegou à final com a capital fluminense. O Rio venceu com 66 votos, contra 32 da capital espanhola. O diretor de Comunicação da Rio 2016, Mário Andrada, afirmou que a eleição da “Cidade Maravilhosa” foi limpa. “O resultado final mostra uma larga diferença de votos e anula essa hipótese de compra de votos. A gente não tem a menor dúvida de que o Rio ganhou de forma limpa e justa”, disse, em entrevista à Agência Brasil. Andrada disse que o comitê organizador dos Jogos Rio 2016 não foi procurado pelos investigadores franceses nenhuma vez, e que todos os documentos estão disponíveis para a apuração.

Em nota, o Comitê Olímpico Internacional (COI) também se posicionou sobre a reportagem do Le Monde. O COI disse ser parte no processo que corre na justiça francesa e afirmou que está comprometido em esclarecer a situação. “Essa cooperação já levou ao fato de que o Sr. Lamine Diack, que era membro honorário do COI, não ocupa nenhuma função (no órgão) desde novembro de 2015. O COI vai entrar em contato com as autoridades judiciais francesas novamente para receber as informações nas quais a reportagem do Le Monde parece se basear”, disse o comitê.