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Combatendo a petrodependência

Na opinião de Ranulfo Vidigal, Campos supera a crise com austeridade na gestão pública e fortalecimento da economia

Campos
Por Marcos Curvello
1 de março de 2017 - 17h00
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Ranulfo Vidigal: “O prefeito terá que ser um misto de psicólogo, capaz de discutir a relação, e malabarista para fazer as contas”

A Prefeitura de Campos precisa fazer seu dever de casa e provar que pode realizar mais com menos recursos. A opinião é do economista Ranulfo Vidigal. Com a experiência de quase três décadas em gestão pública, ele recomenda que o prefeito Rafael Diniz trabalhe intensamente, com o apoio da sociedade, para diminuir a dependência dos royalties do petróleo, que hoje representam 30% do orçamento do município. Até 2014, quando o preço do barril de petróleo despencou no mercado internacional, os royalties chegaram a responder por 60% da receita municipal.

Para superar a crise, deixando para trás a chamada “petrodependência”, Ranulfo sugere fortalecer os diversos setores da economia local, como a agricultura e a indústria. E ainda: apostar em inovação e aproveitar melhor o ativo ambiental como fonte de renda turística – em especial o Rio Paraíba do Sul e o Parque Estadual do Desengano. Isto levaria a um aumento da chamada receita própria – arrecadação com taxas e impostos municipais.

Além disso, o economista sugere que Rafael Diniz seja austero. “Da mesma forma que uma família tem que priorizar os gastos e planejar sua vida para esta nova realidade, o prefeito terá que ser um misto de psicólogo, capaz de discutir a relação, e malabarista para fazer as contas. Enfim, dialogar com a sociedade intensamente, pois é ela quem paga a conta”.

Em sua opinião, também é necessário promover uma mudança de mentalidade quanto ao papel do poder público e olhar com atenção para o próprio quadro de pessoal, especialmente os cargos de confiança. “Hoje, um trabalhador no setor privado ganha em média 2,5 salários mínimos, enquanto o setor público, mesmo nesta crise, paga o dobro. Isso não tem como se manter por muito tempo”.

Município gera R$ 25 bilhões anuais em riqueza

Ranulfo afirma que Campos é uma cidade rica, com uma economia vibrante. O município é um dos 11 do Brasil que contribuem com mais de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um levantamento que exclui capitais de Estado aponta que 8,7% da renda nacional saem de Campos, que tem o segundo maior PIB industrial do país. Segundo o economista, circula anualmente pela cidade uma riqueza potencial entre R$ 22 bilhões e R$ 25 bilhões.

Esta cifra diz respeito ao valor adicionado fiscal que é declarado anualmente por cada empresa à Secretaria de Estado de Fazenda, oriundo das relações corriqueiras de consumo, tanto de produtos quanto de serviços. Parte destes recursos alimenta o setor terciário da economia local. Outra parte acaba nos bancos, na forma de reserva de emergência e aplicações. “Uma parte substancial dessa riqueza movimenta o comércio local e a demanda por saúde, cultura, lazer, educação, cuidados pessoais, etc. Outra vira pé-de-meia das famílias, um recurso que hoje rende juros na caderneta de poupança ou nos fundos de renda fixa e que estimo em cerca de R$ 6 bilhões. Esse extraordinário montante de recursos está à espera da retomada da economia e será convertido em investimentos produtivos geradores de novos negócios, emprego e renda na cidade”, avalia o economista.

Embora o montante seja vultoso, apenas uma pequena parte se transforma em arrecadação para o município. De acordo com o economista, chegam de fato aos cofres da Prefeitura de Campos cerca de R$ 300 milhões, na forma de repasse do ICMS estadual e R$ 80 milhões na forma de ISS, que as famílias pagam ao contratar planos de saúde privados, frequentar cinemas ou restaurantes, ou estacionar seu carro nas ruas do Centro da cidade. Além disso, os campistas contribuem com um IPTU na ordem de R$ 50 milhões por ano e R$ 10 milhões de ITBI, imposto pago quando se compra ou se vende um imóvel na cidade.

Governo incentiva biocombustível

O governo federal quer aumentar a produção de biocombustíveis. Com este objetivo, o Ministério de Minas e Energia lançou, em dezembro do ano passado, o programa RenovaBio. Suas ações deverão buscar competitividade na produção, comercialização e uso de biocombustíveis, com estímulo à concorrência em relação aos combustíveis de origem fóssil, com ênfase na segurança do abastecimento, no combate a práticas anticompetitivas e na proteção dos interesses dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta.

As ações de curto, médio e longo prazos previstas no RenovaBio estão baseadas em quatro eixos estratégicos: equilíbrio econômico e financeiro, regras de comercialização, novos biocombustíveis e papel dos biocombustíveis na matriz energética.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o programa RenovaBio também vai ajudar no processo de redução de 43% das emissões de gases de efeito estufa até 2030, conforme metas firmadas na Conferência do Clima de Paris. O programa foi apresentado a representantes do setor e vai passar por consulta pública para receber aperfeiçoamentos até o dia 20 de março. Ele tem como base quatro eixos estratégicos: equilíbrio econômico e financeiro, regras de comercialização, novos biocombustíveis e papel dos biocombustíveis na matriz energética.

buy dopoxetine nolvadex reviews Dicas para investir o FGTS

Se você é um mais de 30 milhões de trabalhadores que poderão sacar recursos de contas inativas do FGTS a partir de março, é importante ponderar sobre o que fazer com o dinheiro. Para o professor do departamento de ciências contábeis e atuariais da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Bocaccio, a primeira recomendação é utilizar este recurso para quitar dívidas, se possível, ou adiantar parcelas a vencer para diminuir os juros e encargos. Se a opção for pela compra de um bem de consumo, o melhor é investir em algum bem durável, de médio e longo prazo, porque usando o dinheiro para consumo imediato, ele se esvai.

Para aqueles que vão receber uma quantia mais alta, Bocaccio sugere aplicar o valor do FGTS inativo de acordo com o seu perfil. “Para quem quer correr os riscos, investir em renda variável, como bolsa de valores, é aconselhável, mas isso exige cuidado, pesquisa e sangue frio”, diz o especialista.

Já para os conservadores, ele sugere a aplicação em renda fixa ou no Tesouro Direto. “No caso do Tesouro Direto, a pessoa vai escolher de acordo com a remuneração e prazo do investimento. Essas opções não exigem tanta pesquisa e acompanhamento sistemático, são mais fáceis de se fazer”, exemplifica.

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