×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

“O trabalho vai ter que render”

O caçula da jovem equipe do governo Rafael Diniz abre o peito e discute até a relação com o seu tio Garotinho

Campos
Por Coluna do Balbi
7 de fevereiro de 2017 - 19h04

GustavoEle é o caçula da jovem turma que assumiu a Prefeitura de Campos levando no primeiro turno. Se notabilizou escrevendo textos cortantes no seu blog. Com texto cortante e língua afiada Gustavo Matheus foi candidato a vereador mais votado na história do PV em Campos, com campanha apenas pelas redes sociais. Sua histórica política que apenas está começando tem particularidades como ser filho da irmã do ex-governador Anthony Garotinho. Garante que nunca teve problemas pessoais com o tio e que as diferenças foram sempre no campo político. Seu pai, Jorge, era artista de circo e ao ser perguntado se estava mais para palhaço do que para equilibrista, obviamente ele ficou com a segunda opção. E sobre um governo, cujos membros têm a média de idade de 30 anos, a gente lembra da velha música “Não confie em ninguém com mais de 30 anos”, e Matheus elegantemente diz que prefere Gonzaguinha afirmando “ eu levo fé é na rapaziada”.

O total de desempregados cresceu 37 % no Brasil todo, segundo o IBGE, como é que você vê ao mesmo tempo Campos nessa queda de receita tamanha e algumas empresas saindo fora. Como se resolve isso?

Em curto prazo é difícil, eu diria que é praticamente impossível, ainda mais numa questão como essa que demanda um certa construção, e também o próprio cenário, que no momento está atrapalhando muito, a crise, que é nacional , estadual e municipal está nos três campos do setor público, ela afeta diretamente ao setor privado, o comércio , não é só uma coisa somente de Prefeitura, por exemplo em Campos, sabemos que a economia depende muito da Prefeitura, da questão dos funcionários, o maior empregador do Município é a Prefeitura, ou pelo menos era, então isso movimenta a economia do município. E o que nós estamos fazendo, antes de mais nada, é uma força tarefa em relação as empresas, montamos uma pequena equipe para buscar, não esperar a empresa abrir vaga, buscar as empresas para tentar abrir vagas nos mais variados segmentos. O grande problema hoje é a questão da vaga técnica que está muito difícil, é um momento muito complicado, mas estamos buscando. O sistema atualiza em tempo real, e neste momento que estou falando com você temos 343 vagas abertas. É muita vaga para auxiliar de serviços gerais, vendedor varejista, enfim não há muita vaga qualificada, assim como temos pouca mão de obra qualificada, mas eu ainda acho que o mais importante do que a qualificação, no nosso momento é a questão de aumentar a receita, estamos com uma dificuldade enorme, não só no setor público como no privado. No geral as empresas não estão contratando.

acquire Lasix Tecnicamente, existe uma diferença. O que é mais importante no momento, gerar trabalho ou gerar renda, ou uma coisa completa a outra?

Uma coisa completa a outra, não tem como fugir, mas a renda é fundamental, é questão do momento, mas a renda fundamental, nós podemos ter uma estrutura magnífica de qualificação, mas se isso não se completar ao final com o trabalho e com a renda, sentimos que fizemos muito pouco para o grande quadro. O cara tem que sair dali depois de qualificado empregado e com uma renda, porque isto movimenta o mercado. O Fundecam tentou gerar empregos e renda em governos anteriores. Não era uma boa ferramenta? Mais aí é uma subversão de como as coisas aconteciam, a renda sem trabalho, é até estranho se falar em renda sem trabalho, mas quando eu digo que a renda é fundamental, é porque não adianta puxar a pessoa, empregar a pessoa, por exemplo o estágio não remunerado, ajuda muito pouco. O estágio remunerado contribui com a economia local, Não há com desassociar como foi feito no passado, como você bem lembrou, renda sem trabalho é transferência de renda, que já não é comigo. Tratamos de qualificação, formação e empregabilidade. O antigo Balcão e Emprego está com nova nomenclatura que é Espaço da oportunidade, o que ele faz ele é um meio de campo, ele não é um centro avante, ele não faz o gol, só rola a bola, quem faz o gol é a empresa e o empregado. Ele é uma central de informações para facilitar a vida do empregador e do possível contratado. Nós não empregamos ninguém, fazemos o cadastro e quem faz a seleção é a empresa. A troca de nome para Espaço da Oportunidade se deu por acharmos que o nome Balcão de Emprego era um nome pejorativo, antigo. Vamos oferecer mais do que cadastro, mas também encaminhamento para cursos, cadastro de autônomos, vamos colocar serviços que não existiam, vamos centralizar tudo, até porque quem está procurando emprego pode no mesmo momento ser encaminhado para um curso de qualificação, centralizando o atendimento. O nome tem mais haver com o novo governo, com o novo momento, nova superintendência.

Com um mês de governo vocês só viram problemas, não acenaram para nenhuma solução, as pessoas geralmente só começam a cobrar com cem dias, três meses para fazer alguma coisa. Mas desta estrutura que você está falando, parece que sua secretaria tem que interagir com outras para poder dar certo, como a CODENCA, que cuida dos permissionários a de Desenvolvimento Econômico. É isso?

A transversalidade é um fator muito importante na Superintendência de Trabalho e Renda, pois vamos lidar bastante com a questão da qualificação junto a Fundação da Infância e Juventude de Campos, com o Desenvolvimento Humano e Social, com a Igualdade Racial, como você colocou, com a CODENCA que está muito relacionada conosco, o Desenvolvimento Econômico que está no mesmo meio. Onde tiver demanda nós estaremos porque é preciso esse diálogo integrado. A Educação, por exemplo, a primeira pauta que eu tive foi com o Secretário de Educação, Brand Arenari, para tratar de projetos integrados, como o EJA e Pró- jovem, pois esta transversalidade é muito importante. A primeira semana foi para literalmente arrumar a casa, as dificuldades foram grandes, mas o bom é que a população sabe da realidade, então ela entende que chegamos em um momento muito difícil, que a herança não é nada boa, herança maldita como chamamos, mas estamos conseguindo dar a volta por cima, apresentando resultados, avançando bem, e inclusive colocando metas audaciosas em relação aos números de 2016, último ano da gestão passada. Acho que até mesmo antes dos cem dias já conseguiremos apresentar algumas mudanças interessantes que irão facilitar a vida dos munícipes. A centralização do atendimento social, o encaminhamento para cursos, o cadastramento de empresas, de autônomos, em um só lugar, facilita. Tudo para facilitar a vida do cidadão.

Você tem um parentesco com Garotinho, ocorreram conflitos familiares, mas você sempre se identificou como Gustavo Matheus. Acha que se divorciou da imagem do grupo político de seu tio?

buy Antabuse

Você falou uma questão interessante, o nome, Me lembro que quando comecei vieram me falar para mudar o nome, no blog, na rádio diziam para eu mudar o nome Gustavo Matheus, para colocar Gustavo do PV e eu sempre falei, não tenho vergonha nenhuma do meu nome, não precisei pegar nenhum apelido plagiado de ninguém e colocar como meu sobrenome, uso e tenho orgulho do meu nome e sobrenome e vou continuar usando. Quanto a situação política, sempre sofri um certo preconceito, mesmo nunca tendo feito parte do grupo politicamente e nunca tendo afinidade familiar. Tem gente que acha que tivemos problema pessoal, eu nunca tive problema. A diferença é política, mas eu sempre me posicionei de maneira contrária, sempre me opus, mas mesmo assim tem gente que acha que pelo simples fato de você ser sobrinho, ser parente, que você vai ficar ao lado do grupo. Alguns tratam como se eu tivesse alguma culpa, como se tivesse escolhido nascer com este parentesco. É até engraçado. Tem gente que não consegue entender como eu parente de Garotinho fui nomeado no governo de Rafael Diniz. Essas pessoas esquecem que nós tivemos uma eleição onde só houveram três partidos apoiando o atual prefeito e eu sou presidente de um deles que é o Partido Verde que caminhou desde o inicio com o prefeito Rafael Diniz. Nós apostamos em Rafael desde o início, apostamos na mudança, na ruptura dessa política velha, de vícios, que sempre me coloquei contra.

Vocês estão se espelhando mais em uma coisa nova ou em evitar os erros que vocês assistiram?

Quando se fala em experiência é até engraçado, pois nós estamos saindo de um governo passado onde a cidade era administrada por dois ex-governadores e deixaram a cidade do jeito que ficou. Estamos tendo que reerguer a Prefeitura, mesmo com tanta experiência que eles tiveram. Nós com pouca experiência em administração não temos os vícios que a experiência traz. Um tipo de experiência que eu não tenho e não vou ter nunca, assim como nosso prefeito não tenho e espero, nunca terá. Precisamos definir o que é experiência, nós não precisamos do comodismo que a experiência traz, porque isto deixou a cidade onde está, a conformidade que o poder traz é muito maléfica. Precisamos agora de vontade e disposição, o que temos, e de criatividade, porque estamos em um momento em que o Município não tem recursos e temos que mudar a forma não só de fazer política, mas de prestar um serviço com qualidade, desburocratizar a máquina e a fazer funcionar na criatividade porque não temos alternativas financeiras no momento.

Gustavo, seu pai foi um homem de circo, fez de tudo um pouco dentro do circo, você está mais para palhaço ou equilibrista?

No momento eu me considero, num bom sentido um palhação, um cara feliz, mas no momento eu tento ser um tremendo de um equilibrista, mas, no bom sentido também, porque o desafio é gostoso e estamos conseguindo lidar com ele também. Estamos na corda bamba ainda, estamos de pé, não caímos não.

buy lioresal online

A média de idade da equipe do novo governo é de trinta e poucos anos, você acha que cabe a música do Zé Rodrigues que diz “não confio em ninguém com mais de trinta anos”?

Não, porque eu acabei de fazer trinta. Eu sempre acreditei e uso o slogan do Gonzaguinha “Eu acredito é na rapaziada” pela vontade de fazer diferente.