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“Campos não vai ter carnaval”, afirmou o prefeito Rafael Diniz

Prefeito confirma informação dada em primeira mão pelo O Jornal Terceira Via, que deu o maior enredo

Campos
Por Marcos Curvello
6 de fevereiro de 2017 - 0h00
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(Foto: JTV)

Informação divulgada em primeira mão pelo Jornal Online Terceira Via, o cancelamento do Carnaval causou polêmica. Mas, se houve qualquer dúvida a respeito da realização ou não da folia, elas foram dissipadas pelo prefeito Rafael Diniz (PPS) em visita à 3ª Via TV, onde gravou, esta semana, uma entrevista falando sobre seu primeiro mês de governo e sobre os próximos desafios. Durante a conversa com o diretor de jornalismo Aloysio Balbi e a apresentadora Letícia Nunes, Diniz afirmou categoricamente: “não há condição de fazer Carnaval” em 2017.

Este ano, não tem como ter um Carnaval como a gente pensa em realizar no próximo ano. Nós conversamos com os carnavalescos e dissemos a eles que agora a história mudou. Não vai ter mais enrolação e nem falsa promessa. O que eu puder fazer, vou dizer que posso. O que não puder fazer, vou dizer que não posso e explicar o motivo — disse o prefeito.

O cancelamento, porém, aponta para uma reorientação na forma como essa tão tradicional manifestação cultural é conduzida no município. A ideia é que haja um resgate do Carnaval na forma como é conhecido e celebrado em todo o país, após a festividade deixar sua data tradicional no último governo.

O debate foi aberto. Coloquei a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Christina Lima, e nosso superintendente de Entretenimento, Helinho Nahim, para formar uma comissão com o pessoal do Carnaval e começar a traçar os caminhos — afirmou Rafael.

Será outra, também, a gestão da folia, que deverá contar com um aumento da responsabilidade das agremiações. Muda, ainda, a noção de que o Carnaval começa e termina na Passarela do Samba.

(Foto: JTV)

(Foto: JTV)

O Carnaval tem que ser pensado de uma forma muito maior. Não pode ser apenas o desfile. Talvez o desfile possa ser a consagração do Carnaval, tem que ser um trabalho feito durante o ano todo, especialmente nas localidades e comunidades onde funcionam os blocos, bois e agremiações. O trabalho que eles podem fazer para suas comunidades. E, obviamente, atrair parceiros privados para o Carnaval — ponderou.

Segundo o prefeito, as cartas foram colocadas na mesa, mas o diálogo segue aberto. “Neste mesmo momento, oferto uma oportunidade para que os carnavalescos me apresentarem um caminho que, às vezes, não estou enxergando. Se me apontarem, podemos tomar esse caminho”.

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Cheio de histórias de uma época em que centenas de pessoas lotavam as ruas e clubes particulares, como o Saldanha da Gama e o Automóvel Clube, entre as décadas de 50 e 70, o Carnaval campista — um dos mais antigos do Estado do Rio, sendo comemorado desde 1834 — começou a ser realizado fora do calendário nacional em 2009, quando os desfiles foram adiados em decorrência das fortes chuvas que atingiram o município, deixando desalojados e desabrigados em diversas partes da cidade.

No ano seguinte, a ex-prefeita Rosinha mudou oficialmente a folia para o fim do mês de abril, sob o pretexto de fortalecer a presença da população no Campos Folia ao evitar a concorrência das praias e de outros eventos da região. Em 2012 houve a inauguração do Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop), onde os desfiles passaram a ser realizados após deixarem a Avenida Alberto Lamego. A obra é, ainda hoje, questionada por seu alto custo, estimado pelo Observatório Social de Campos dos Goytacazes em R$ 100 milhões, e baixa freqüência de utilização.

Nada disso, porém, garantiu sucesso de público e o Cepop, que tem capacidade para 15 mil pessoas em arquibancadas e camarotes, registrou público irregular, frequentemente baixo.

Em 2015, o evento teve sua data novamente mudada, sendo marcado para junho, mas acabou não acontecendo devido à crise financeira que atingiu o município. Em 2016, o evento foi realizado em agosto, com apoio da iniciativa privada.

Em entrevista a O Jornal Terceira Via, o historiador e pesquisador do Carnaval Marcelo Sampaio, gerente de Cultura Popular da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, criticou a realização da folia fora da data.

“Não existe nenhum cabimento uma manifestação de cultura popular como é o Carnaval acontecer fora de época. O seu deslocamento só interessa aos que não possuem qualquer compromisso com o verdadeiro Carnaval campista”, disse.

BALANÇO

Além do Carnaval, o prefeito falou sobre os desafios e conquistas de seus primeiros 31 dias de governo. Segundo ele, a situação em que a atual gestão encontrou o município é “muito pior do que a gente imaginava”. Mesmo assim, Rafael Diniz contabiliza “alguns avanços”, embora reconheça que “ainda existe muita coisa para ser feita”.

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Na Saúde, Diniz destaca o abastecimento de medicamentos e insumos nas unidades municipais. “Outro grande avanço diz respeito às cirurgias ortopédicas que voltaram a ser realizadas pelo Hospital Ferreira Machado. Todas as cirurgias ortopédicas que estavam atrasadas desde setembro de 2016 foram resolvidas e até o final da primeira semana de fevereiro, as cirurgias de janeiro também serão feitas”, disse.

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Já na Educação, o prefeito ressaltou o diálogo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ). “Recebemos o Sepe para um debate amplo, para que eles possam nos ouvir, aquilo que pensamos e que queremos para nossa educação, mas, principalmente, para que pudéssemos ouvi-los também. Por que eles que vivem a realidade da educação há muito tempo”, contou.

Por fim, quando perguntado sobre o transporte público e sobre as greves das empresas de ônibus, Diniz afirmou que a Prefeitura tem repassado recursos e garantiu que “assim que a Câmara voltar, vamos propor uma audiência pública para iniciarmos um debate sobre esse tema. Transporte público é um problema muito maior, que tem que ser debatido de uma forma muito mais ampla”.

Sobre a manutenção de programas sociais, o prefeito afirmou que é necessária uma avaliação criteriosa. “Vamos ter que enfrentar esse debate. Assumimos o compromisso de manter a passagem a R$ 1, dentro das nossas possibilidades. Conseguimos até agora. Mas, vamos ter de chamar todos os atores para rediscutir. Ver se vamos conseguir manter a passagem a R$ 1, ver se vamos ter que achar outra solução. A mesma coisa é o Cheque Cidadão. Assumi o compromisso de manter o Cheque Cidadão. Recadastramos todos os usuários, são 12.677, e todos receberam. Na ordem de R$ 2,5 milhões”.