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Espírito Santo vive onda de violência

Sem PM nas ruas, municípios têm aumento de roubos, assassinatos e saques

País
Por Marcos Curvello
6 de fevereiro de 2017 - 11h49
Guarda Municipal aborda suspeitos após arrombamento de loja. (Foto: Diony Silva-CBN Vitória)

Guarda Municipal aborda suspeitos após arrombamento de loja. (Foto: Diony Silva-CBN Vitória)

 

O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo, André Garcia, pediu, nesta segunda-feira (6), o envio de tropas federais para garantir o policiamento dos municípios capixabas. A Polícia Militar (PM) está fora das ruas desde a madrugada de sábado (4), quando parentes dos policiais se instalaram nos batalhões em protesto por melhores salários.

“Estamos solicitando o envio de forças federais para o patrulhamento em todo o Estado do Espírito Santo. A informação que temos é de que haja a mobilização imediata, só falta a formalização que está acontecendo nesta manhã.”, disse Garcia.

Segundo o secretário, o movimento foi considerado ilegal pela justiça e as negociação com os familiares foram suspensas até que o policiamento volte a acontecer.

“Nós adotamos desde o início medidas que têm o propósito de restabelecer a normalidade da prestação de serviço policial militar. A primeira premissa foi a suspensão das conversas até que fosse restabelecida a normalidade e que os policias possam atender as ocorrências e fazer o patrulhamento ostensivo. Diante da flagrante ilegalidade do movimento, seja um movimento espontâneo ou não, a configuração é claramente posta que não se trata apenas de um movimento espontâneo, o Governo do Estado ajuizou uma ação pedindo a decretação da ilegalidade e a decisão foi dada ontem determinando que o movimento é ilegal e que as pessoas saiam dos quartéis e permitam que a polícia volte as ruas”, contou.

 

Loja arrombada em Vitória. (Foto: Diony Silva/CBN Vitória)

Loja arrombada em Vitória. (Foto: Diony Silva/CBN Vitória)

 

Sem a PM nas ruas, diversas cidades do Estado registraram aumento no número de crimes. Em Vila Velha, foram registrados há ônibus queimados, ruas fechadas e arrastões. Os arrastões se repetem em praias de Guarapari, que também teve lojas arrombadas e a assaltos, assim como Cachoeiro de Itapemirim. Na Grande Vitória, há registros de homicídios, arrastões, assaltos, saques a lojas e depredações. Mesmo cidades menores, como Muqui, registram aumento da violência. Em Atílio Vivacqua, o comércio está fechado.

Devido à situação, Garcia anunciou a troca de comando da PM. Sai o coronel Laércio Oliveira, que estava a menos de um mês no cargo, e entra o coronel Nylton Rodrigues.

order dopoxetine Depoimentos — Na internet, moradores e pessoas que têm parentes no Espírito Santo também se manifestaram.m.

 

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Em depoimento ao Jornal Online Terceira Via, o músico Eduardo Rodrigues, que mora em Cachoeiro de Itapemirim, afirmou que “a situação está muito caótica”.

“Está muito violento isso daqui. Estou com medo de sair de casa. São saques e arrastões em plena manhã. Invadiram farmácia, lotérica, posto de gasolina, shopping. Quebraram diversas lojas no Centro. Em uma loja de tênis, tudo foi levado. Em outra, que vende móveis e eletrodomésticos, o que não foi levado foi vandalizado. Parece filme apocalíptico”, relatou.

order nolvadex generic Lasix Protestos — Familiares protestam e impedem a saída de carros e policiais dos batalhões em toda a Região Metropolitana de Vitória, Guarapari, Linhares e Aracruz, Colatina e Piúma. Além de reajuste salarial, eles exigem o pagamento de auxílio alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno aos policiais, enquanto denunciam o sucateamento da frota e falta de perspectiva de carreira.

Os familiares realizam o protesto porque os próprios policiais são pelo Código Penal Militar de fazer manifestações, greves ou paralisações. Desobediência pode resultar em pena para de até dois anos de prisão.

A Associação dos Oficiais Militares do Espírito Santo informou que apoia o movimento. “Nossos policiais estão passando fome. Temos o pior salário do Brasil. Queremos sentar e traçar uma possibilidade de melhoria salarial”, afirmou o major Rogério, do Batalhão de Missões Especiais (BME).

Segundo a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo (ACS), o salário base de um policial no estado é R$ 2,6 mil, enquanto a média nacional chega a R$ 4 mil.

Suspensão de aulas — Com a onda de violência, a Prefeitura de Vitória suspendeu as aulas na rede municipal para os estudantes do turno matutino. Segundo nota oficial, “a administração municipal ainda irá avaliar as condições de segurança para definir se haverá aulas à tarde”.

Escolas e faculdades públicas e particulares também cancelaram as aulas desta segunda-feira.

A Prefeitura também suspendeu o atendimento em todas as unidades de saúde da capital, inclusive a vacinação contra a febre amarela.