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Polícia Civil do Rio faz operação padrão contra atraso salarial

Serão atendidas apenas remoções de cadáveres em via pública, crimes em flagrante delito ou ligados às delegacias de Homicídio e das Mulheres

Geral
Por ASCOM
14 de janeiro de 2017 - 16h38
Agentes estão com salários e 13º atrasados. (Fotos: Divulgação)

Agentes estão com salários e 13º atrasados. (Fotos: Divulgação)

 

Sem receber salários desde novembro e sem o pagamento do 13º salário, policiais civis do estado do Rio de Janeiro iniciaram hoje (14), por tempo indeterminado, uma operação padrão, denominada de Operação Basta. Durante o movimento, somente serão atendidas as atividades essenciais e consideradas graves: remoções de cadáveres em via pública, crimes em flagrante delito ou ligados às delegacias de Homicídio e das Mulheres (Lei Maria da Penha).

Entre 8h e 12h deste sábado, a categoria realizou uma paralisação total. A decisão foi tomada em assembleia geral realizada na quinta-feira (12), envolvendo todas as categorias de policiais. Os policiais civis prometem fazer diariamente uma paralisação de 13h às 14h até que o estado pague o 13º salário.

O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro (Sindelpol), Rafael Barcia, destacou a preocupação da categoria em causar o menor impacto possível à população. “Apesar da necessidade de chamar a atenção para nossos problemas, há a preocupação de causar o menor impacto possível à população”.

Para o delegado, a situação extrapolou qualquer limite do razoável. “Estamos sem receber salário e sem nosso 13º. 2017 ainda não começou para nós e já temos nove policiais mortos. A situação extrapolou qualquer limite do razoável. Há policiais desesperados, gratificações a serem pagas ainda relativas à Olimpíadas, embora as empresas que prestaram serviços já tenham recebido”.

Dignidade policial — Para o presidente do Sindelpol, a indiferença do governo do estado com a categoria beira o absurdo. “Quando eles deixam de pagar por nosso trabalho, mexem com nossa dignidade. Mexem com minha família, com a comida que é colocada na geladeira, com o colégio do meu filho. Não podemos aceitar essa situação. O movimento tem dois objetivos: dizer para o governo que não vamos aceitar trabalhar sem receber, o que é um direito básico de todo trabalhador, e que a população se solidarize com o que estamos vivendo, porque não é possível trabalhar sem receber.”

Rafael Barcia afirmou que, deflagrada a Operação Basta, só serão registrados flagrantes, termos circunstanciados, crimes que envolvem a Lei Maria da Penha, a Delegacia Ani-Sequestro ou que demandem diligências urgentes – tipo trabalho pericial. Os demais não serão registrados”, concluiu o delegado.