Traficantes atacaram policiais militares (Foto: Carlos Grevi)
Até pouco tempo o tráfico de drogas em Campos – não que isso fosse bom -, era nativo, ou seja local. As duas frentes de comando se baseavam na Baleeira e na Tira-Gosto. O tráfico aqui, diferentemente de cidades como a vizinha Macaé não estava sob o domínio das facções da cidade do Rio de Janeiro.
Mas o tráfico em Campos está mudando o seu perfil. Está sendo dominado por essas facções do Rio, interessadas em um mercado amplo onde existe uma circulação de dinheiro maior do que as outras cidades do interior. E neste contexto iniciou-se uma disputa de territórios. O resultado disso é um tráfico violento que decepa a mão de terceiros, além de matar.
Também diferentemente de outras cidades, os agentes de segurança pública poderiam agir, pois tem a favor a geografia da planície. Nada de morros e malocas. Bastaria colocar um helicóptero sobre cada uma dessas áreas de risco de violência e iniciar uma ação firme para tentar controlar o problema.
Macaé há mais de 20 anos sofre a influência do tráfico do Morro de São Carlos e de outros do Rio de Janeiro. O resultado disso é a violência nunca vista antes. Tanto que era plano do governo do Estado, através da Secretaria de Segurança montar uma UPP no bairro das Malvinas.
O que aconteceu hoje no Parque Santa Helena, em Guarus, é uma mostra cara e não grátis de que o tráfico do Rio veio para dominar, cooptar adolescentes, e matar quem se colocar entre ele e seus interesses. É assustador.
